Para cortar o clima silencioso que ficou no ambiente, tentei falar sobre mim também.
Denise: — Sabe, lá em casa eu nunca tive uma boa relação com a minha família. — Ele, por um momento, olhou- me nos olhos e desviou- os para a minha boca.
Denise: — Eles nunca me davam atenção, eram ignorantes comigo, só sabiam cobrar e cobrar de mim.
Denise: — Minhas irmãs sempre ganhavam tudo do bom e do melhor e eu nada. O dinheiro que o meu pai ganhava com as drogas, ele usava para comprar coisas de "luxo" para elas.
Denise: — Era doloroso. — Entristeci.
Arthur: — Imagino.
Denise: — Pra ser sincera, fiquei feliz quando descobri que sairia de lá.
Denise: — Na minha cabeça, eu receberia mais atenção, amor, carinho... — Pausa.
Denise: — Eu não esperava nem um terço do que passei nesses últimos dois dias.
Arthur: — Me desculpe por isso. — Percebi que, imediatamente, ele mudou a expressão de pena para culpa.
Arthur: — Mas... mudando de assunto, você deve estar com fome.
Arthur: — Vou pedir um lanche.
Arthur: — Você é vegana? Não gosta de coisas calóricas ou algo assim?
Denise: — Não, eu como de tudo. Não tenho essas frescuras — Dou uma pequena risada.
Arthur: — Vou pedir para entregarem lá em casa. Vamos para lá agora mesmo.
Arthur quase nunca muda essa sua expressão de frieza e grosseria. O ar quando ele chega, já exala isso.
Denise: — Tá bom.
Arthur: — Olha, você tem que ter paciência comigo. — Fiquei confusa ao ouvi- lo dizer isso.
Arthur: — Eu te salvei da morte. — Olhou- me.
Arthur: — Meu pai mandou matar todas as pessoas presentes na casa dos devedores para não correr risco de denúncias.
Arthur: — Eu já sabia como eram as coisas na sua casa.
Arthur: — A parte de você não receber atenção e tal. Eu já sabia de tudo e, quando te vi, vi que você realmente precisava sair dali.
Arthur: — Esse seu caso foi o primeiro que vi até hoje. Os outros devedores do meu pai eram todos unidos, uma família aparentemente "perfeita".
Arthur: — Eu tive dó de você.
Denise: — Você sente orgulho do que faz? Acha isso certo?
Arthur: — E você acha que eu queria estar fazendo isso?
Denise: — Então por que faz?
Arthur: — Porque a única coisa que meu pai pediu para mim antes de morrer foi isso. Eu prometi que faria isso com todos aqueles que ele me passou o nome.
Arthur: — Sua família foi a última.
Arthur: — Eu me sinto sujo por ter feito isso. Não só com a sua, mas com todas as 370. — Desviou o olhar.
Denise: — Oi?! — Espantei os olhos. — Trezentas e setenta famílias, Arthur?!
Arthur: — É, mas agora estou livre de toda essa tentação. — Disse, como se fosse algo normal.
Me recompus.
Denise: — Eu fico feliz por você. — Ele não me responde, só pega o celular e manda mensagem pedindo o lanche.
Arthur: — Isso tudo foi um pedido de desculpas, Denise. — Ao digitar no celular, destacou novamente a frase.
Denise: — Ok.
Arthur: — Quer ir para casa? — Encarou a minha boca e mordeu um dos lábios.
Denise 💭: Será que é proposital os flertes que ele está fazendo?
Denise: — Você é quem sabe, Arthur.
Arthur: — Vamos então — Ele se levanta e me ajuda a levantar.
Já no carro, eu coloco o salto de novo e fico observando a cidade. É tudo tão lindo à noite.
Arthur: — Você gosta de observar paisagens? — Me observava e disfarçava olhando para a estrada.
Denise: — Não. Eu só acho bonito e às vezes me pego olhando e pensando nas coisas.
Arthur: — Entendi... — Continuava com os olhos focados na estrada.
Arthur: — Você se formou em alguma coisa?
Denise: — Na verdade não. Eu desisti dessa vida de estudos e decidi que nunca me casaria ou teria filhos, assim eu poderia me bancar à vontade e sem me preocupar com muitas dívidas.
Arthur: — E você acha que consegue ficar até o fim dessa vida, sem encontrar um amor? — Me olhou atencioso.
Arthur: — Nosso coração é bandido, Denise.
Denise: — Eu pensei num modo fácil.
Denise: — Talvez eu tenha pensado errado demais, não sei.
Denise: — Mas não me arrependo. — O olhei.
Denise: — São tantos anos de estudo, minha nossa!
Arthur: — É verdade.
Denise: — E você? Se formou em algo ou não precisou?
Arthur: — Claro. — Ironizou.
Arthur: — Sou formado em administração e marketing.
Denise: — Que massa.
Denise: — Agora, mudando totalmente de assunto...
Denise: — Me desculpe se a pergunta for muito invasiva, mas o que aconteceu com sua mãe?
Denise: — Eu nunca ouvi falar de nada sobre ela.
Denise: — E você nunca falou dela até hoje.
Arthur: — Devo? — Me senti uma ridícula quando ele perguntou isso.
Arthur: — Você nem me conhece direito e já quer saber sobre isso? — Me deu um fecho grosseiro e fixou os olhos na pista novamente.
Denise: — Tá, tá. Foi mal. — Senti um aperto na garganta e uma queimação.
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Atualizado até capítulo 55
Comments
Fatima Maria
ARTHUR ESTÁ GOSTANDO DE DENISE.
2024-08-29
1
Grace Chuma
Está muito confusa a história 🤷♀️
2023-11-07
4
Eliana Souza
tô intendendo nada
2023-11-01
0