capítulo 13

O advogado me passa o endereço de seu escritório, peguei um ônibus e segui para o local, que era localizado em um bairro nobre da cidade.

Chego em frente ao escritório, que tinha uma linda fachada. Apertei o botão do comunicador próximo a porta de vidro. Assim que a porta se abre sinto minha respiração ofegante, pois estava muito nervosa. Contudo, tomei coragem e entrei.

Assim que passei pela porta, o advogado me olhou incrédulo, mas mesmo assim ele se levantou e apertou minha mão.

— Como vai... Você é Aura realmente?

— Sim, qual o motivo da pergunta?

— E que no dia retrasado que fui a loja, você disse que Aura não estava lá e depois saiu da loja.

— Bem... Isso é verdade, mas tinha meus motivos para mentir. Sabe eu e meus pais de sangue... — Falei meio desconfortável.

— Lara me contou o que aconteceu... Não se preocupe. Consigo entender seu lado — falou ele colocando uma de suas mãos em um dos meus ombros.

— Consegue?! — ergui uma de minhas sobrancelhas.

— Sim... Devo imaginar como foi difícil, descobrir que seus pais eram milionários enquanto você morava em um orfanato sobrevivendo de doações. Sabe... era amigo de seus pais de longa data, quando Lara me contou da sua existência, não consegui acreditar que você era realmente real ou apenas uma invenção da imaginação dela.

— Por quê fala isso?

— Simples, Lara era estéril, não podia ter filhos... bem pelo menos era o que imaginava.

— Não acredito que ele me odiava tanto para força-la contar mais essa mentira — fechei o meu rosto ao me lembrar do meu pai de sangue.

— Deve haver algum motivo para Ramon ter feito o que fez...

— Ele me odiava, esse era o motivo! Mas, queria entender o porquê disso — fecho um dos meus punhos.

— Ramon não te odiava, caso ao contrário não deixaria para você isso... — fala ele exibindo o envelope na mão.

— O que é isso? Deixa adivinhar... uma esmola de 300 dólares? Não preciso disso!

— Calma, vamos abrir e descobrir. Venha sente-se — pediu educadamente.

O advogado, puxa uma cadeira para mim que ficava em frente a sua mesa. A seguir ele segue para seu lugar atrás da mesa, quanto a mim me sento na cadeira. Girei meus olhos, pois não queria ficar ali para ser humilhada mais uma vez pelo meu pai de sangue, que mesmo morto continuava sendo minha sombra.

Com cuidado o advogado abre o envelope usando uma linda faca, com o emblema da minha família de sangue no cabo.

— Linda faca — comentei.

— Foi seu pai que me deu ela assim que me formei em direito — fala ele enquanto guarda o objeto na gaveta.

O advogado, retira tudo que tinha no envelope que eram apenas dois papéis bem dobrados, um deles tinha o nome do meu pai quanto o outro tinha o nome da minha mãe.

— Segundo as instruções que recebi a carta de Lara, só pode ser lida por você — fala enquanto me entrega a carta.

Recebi a carta dela e olhei com desprezo para o nome que estava escrito no verso branco. A seguir guardei dentro da minha bolsa.

— Agora vamos a carta de seu pai... — fala pegando o papel sobre a mesa.

O advogado abre a carta, pega seus óculos de leitura e prepara para ler o conteúdo escrito. Neste momento minha respiração fica pesada. pois não sabia o que esperar.

" O que será que aquele homem escreveu para mim? Será que quer me humilhar mais uma vez, mesmo morto? Acho que aquele maldito deve estar rindo neste momento no caixão"

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