capítulo 8

(Narração — Aura)

Três anos se passaram, agora estou com os meus dezoito anos. Graças a Deus, a família que me adotou foram uma verdadeira benção em minha vida. Até hoje me pergunto porque não aceitei antes ser adotada, talvez a ilusão de uma utopia de uma vida em família com minha mãe. Mas isso agora não importa...

Tanto Lara quanto meu pai estão no meu esquecimento, deixei de fazer parte deles a partir do momento que fui vim a esse mundo.

A cerca de um ano me formei no ensino médio, atualmente estou cursando administração durante a tarde. Enquanto isso pela manhã trabalho por meio período em uma floricultura, ganhando assim metade do salário. A dona do estabelecimento até tentou me contratar, mas aí teria que trabalhar às 8 horas em tempo integral, consequentemente teria que empurrar a faculdade para o turno noturno, algo que não seria muito viável.

Por que? Acho que deve estar se perguntando.

Bem... Por mais que diga que Lara e meu pai de sangue não fazem parte de mim, isso não passa de uma mentira. Afinal, herdei a transformação dele de lobisomem. Lembro da primeira vez que isso aconteceu, foi muito assustador. Mas agora consigo me controlar bem, consigo controlar minha transformação ao ponto de me transformar quando me der vontade. Exceto na lua cheia, nesse dia minha transformação e inevitável, mas mantenho minha consciência.

Vocês também devem estar se perguntando " Aura, e seus pais adotivos, eles sabem que você se transforma?" Bem a resposta é sim. Claro que inicialmente ficaram apavorados, mas quando eles viram como era incrível ter uma filha loba, eles meio... Que estão tentam se adaptar a minha realidade.

Pelo menos nós somos os únicos do bairro, que não pagamos um vigia de rua. O último ladrão que entrou em casa, os polícias simplesmente não o levaram o coitado para o presídio e sim para um hospício. Ele não parava de falar de uma garota que se transformou em um lobo enorme de pelos negros.

Era um dia movimentado na floricultura, pois estavamos na semana dos namorados. E nesse período, recebemos vários pedidos de pacotes personalizados. Oferecemos um serviço completo, que acompanha ursos, chocolates... Nossa que mulher não ama isso?

Bem já chega de quebrar a quarta parede...

O que importa e que estava muito ocupada naquele dia. Além de estar completamente pensativa, se um dia encontraria alguém para me amar.

Sabe, meus pais adotivos estão se adaptando a minha realidade ainda... Imagine se um dia me casasse com um homem, e na lua cheia a noite me transformasse em minha forma de loba? Provavelmente ele pediria divórcio no dia seguinte. Por isso estou evitando algumas coisas... Principalmente na faculdade.

Um senhor entra na loja, apresenta a nota fiscal e eu entrego o pedido para ele. Assim que termino. Dona Ju, aparece com um kit, em mãos que acompanhava um ursinho e uma caixa de chocolates em formato de coração.

— Nossa que lindo... — argumentei.

— Que bom que gostou, pois é para você... — fala Dona Ju enquanto me entrega o kit.

Olho para o kit, rapidamente... E noto um bilhete, nele estava escrito o nome de um colega de turma. Assim que percebi, chamei o o cliente que estava atendendo a pouco e entreguei o kit para ele. O moço me olhou surpreso, pois não tinha encomendado aquilo.

— Moça, eu só pedi as flores... — falou ele assutado.

— Não se preocupe seu mão de vaca, isso é por conta da casa... Só rasgue o bilhete antes de entrar na sua casa — falei para ele assim.

Assim que o cliente saiu, dona Ju veio falar comigo.

— Aura o que você fez? Não podia ficar com o kit?! — falou ela com os olhos arregalados.

— Se eu aceitasse ele continuaria me importunando — falei para ela enquanto laçava um olhar frio como gelo.

Voltei para trás da banca, para focar no meu trabalho e esquecer desse assunto. Porém dona Ju, veio atrás de mim.

— Quando que você vá escolher um rapaz menina? Nenhum homem é o suficiente? — Perguntou ela enquanto erguia uma de suas sobrancelhas.

— Não é isso... Só não estou interessada nisso neste momento — falei enquanto tentava achar alguma coisa para fazer e assim cortar o assunto.

— Você é jovem, devia aproveitar mais sabia? — respondeu.

— Exatamente sou jovem... Tenho muitas coisas pela frente, se eu aproveitar um pouquinho o que vai acontecer depois? Não posso criar um filho agora! — respondi determinada.

Dona Ju, estava prestes a me rebater, quando alguém passou pela porta de entrada da loja, fazendo o sininho tocar.

" Obrigada meu Deus!"

Neste momento um homem, usando camisa branca e calça jeans entrou pela loja. Assim, que ele colocou sua pés no local senti algo diferente... Uma coisa era certa, ele não era humano. Seus olhos eram pretos e um pouco puxados e seu cabelo liso, denunciavam que ele era tinha em suas veias o sangue asiático. Provavelmente era filho de um asiático e uma americana.

— Em que posso ajudar? — perguntei educadamente.

— Bem... Fiz um pedido hoje de manhã, meu nome é Ren — falou ele encostando um pouco no balcão.

Fechei um pouco meus olhos, mas ignorei a atitude dele e me mantive minha conduta profissional. Fui para o fundo da loja e peguei um kit, com lindas flores azuis acompanhadas com uma caixa de chocolate e um bichinho de pelúcia.

Coloquei o pedido sobre o balcão, enquanto marcava no computador que o pedido tinha sido entregue. Ele aproveitou para iniciar algum assunto.

— Você esqueceu uma coisa moça — falou ele enquanto olhava o kit minuciosamente.

— O que está faltando no kit? — perguntei de maneira ingênua.

— Seu nome... Você não disse como se chamava — fala ele abrindo um sorriso.

— meu nome não faz parte do kit senhor, e também não sou paga para lhe dizer ele — falei um pouco ríspida, mas me mantendo ainda profissional.

Voltei meu foco para o computador, assim que terminei de marcar no computador que o pedido tinha sido entregue, voltei minha atenção para ele. Neste momento fui surpreendida com duas notas de 100 dólares em cima do balcão.

— Agora sim... Seu nome por favor — fala enquanto lançava um olhar malicioso.

Apoiei meu cotovelo no balcão e lancei um olhar mortal para ele.

— Você não tem nenhuma vergonha, em vir aqui para comprar um presente para sua namorada e ficar cantando a atendente? — falei erguendo uma de minhas sobrancelhas.

— Que eu me lembre hoje é o dia do amor, é errado dividir esse amor com outras mulheres? — perguntou o cafajeste.

— Você escolheu a pessoa errada para "dividir" esse amor, não estou disponível. Tenho namorado — falei cruzando meus braços e desviando meu olhar.

— Não é o que meu ofato diz, lobinha... — fala ele abrindo um meio sorriso.

Arregalei meus olhos, pois não imaginava que ele pudesse saber quem realmente era. Assim ué notou minha cara de espanto, ele gargalhou em seguida pegou as duas notas de cem e saiu da loja. Deixando meu sangue quente como fogo.

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Comments

Valdercina Rodrigues

Valdercina Rodrigues

Autora não deixa ela sofrer mais, ela merece ser feliz

2024-12-11

0

Rosaria TagoYokota

Rosaria TagoYokota

mas vai ser rejeitada por esse tbm

2025-03-24

0

sandra helena barbosa

sandra helena barbosa

Ele deve ter sentido o cheiro dela

2024-12-27

0

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