Amanheceu, o dia estava ensolarado, porém um silêncio ensurdecedor tomava conta da casa dos meus pais. Desde que entreguei o corpo da minha mãe para meu pai adotivo, ele simplesmente não falou mais comigo e para me evitar fica trancado em seu quarto.
As horas do dia avançam, e não demora muito para casa encher de pessoas, amigos e familiares que vieram dar o último adeus a Patrícia Oliver, boa amiga, ótima esposa e excelente mãe.
Finalmente o caixão chega, mas fica por poucas hora, logo vamos diretamente ao cemitério. Durante o enterro, as pessoas olham para mim e para meu pai com certa estranheza. Eles simplesmente não entendiam o porque, justamente nessa hora difícil estavamos divididos.
Enfim de volta em casa, todos vão embora deixando apenas a mim e meu pai adotivo.
Estava preparando o jantar, quendo ele aparece na cozinha. Me virei e vi que ele segurava uma estaca de prata em uma das mãos.
— O que está fazendo papai? — perguntei assutada.
Ele nada respondeu, apenas ergueu a estaca e mirou em meu coração. Minha respiração ficou ofegante e meu coração disparou, estava com bastante medo com que ele faria. Porém, inesperadamente jogou os objetos o mais longe possível e caiu em lágrimas.
— Eu não consigo fazer isso... — falou ele soluçando muito.
— Papai... — falei enquanto olhava para ele apreensiva.
— Me desculpe Aura, não sei o que deu na minha cabeça... Eu simplesmente joguei toda a culpa da morte dela em suas costas, mas eu sei que você fez o possível. Além do mais sabíamos dos riscos de ter adotado um lobisomem como filha... Só queria que ela estivesse aqui... — fala ele enquanto chorava.
Vejo as pernas dele bambas não suportarem o peso de seu corpo, ao poucos ele vai caindo ao chão, chorando e soluçando muito. Simplesmente não me contenho e vou abraça-lo. Enquanto estamos ali, ele acaricia mês cabelos negros e me pede desculpas sem parar.
A noite avançou e ele acabou caindo no sono. Levei para cama e o cobri com uma coberta, caminhei em direção a porta, mas antes de sair olhei para trás e olhei com tristeza o lugar vazio ao lado dele. Após isso fechei a porta e segui para meu quarto.
Chegando lá fechei a porta do meu quarto e olhei diretamente para lua, naquele momento me lembrei da última conversa que minha mãe e eu tivemos antes dela morrer.
" Eu devo enfrentar meu passado, seja lá o que ele me reserve... Por ela..."
Fui para cama e me deitei para dormir.
No dia seguinte acordei, tomei banho e fiz o café da manhã, em seguida fui para meu trabalho. Assim que cheguei, adona Ju, me olhou espantada.
— Meu Deus Aura, o que está fazendo aqui? Não deveria estar guardado luto pela sua mãe? — perguntou ela.
— Está enganada dona Ju, estando aqui estou honrando muito mais a memória dela do que estando em casa. Preciso fazer uma coisa...
— O que exatamente? — perguntou curiosa.
— Aquele advogado veio ontem aqui?
— Sim, mas contei a sua situação para ele. Então me deixou esse cartão e pediu para te entregar e ligar assim que possível — fala ela enquanto tira o cartão de visitas do bolso e me entrega.
— Obrigada... — abriu um sorriso discreto de gratidão.
Sai da loja, tirei meu telefone da bolsa e liguei para o número que estava no cartão.
— Alô quem fala? — perguntou o advogado no outro lado da linha.
— Bom dia, sou a moça que está procurando. Onde podemos nos encontrar?
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Maria Sobrinho Lima
Nossa ela está sofrendo, mas a história é ótima estou adorando /Drool/
2025-02-08
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sandra helena barbosa
Estou adorando essa história 🌹🌹🌹🌹😍😍😍😍
2024-12-27
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Rosaria TagoYokota
amando a historia
2025-03-24
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