capítulo 6

Era quase meia noite, a freira responsável pelo orfanato não parava de andar de um lado para o outro, ela estava bastante preocupada com Aura.

"Deus, onde aquela menina se meteu?" — pensava a freira.

Neste momento a porta se abre, a freira virou-se rápido para ver quem estava entrando. Assim que percebeu que era Aura, seu coração ficou muito mais calmo.

— Graças a Nossa senhora, onde se meteu Aura? — perguntou a freira.

Aura por sua vez, não responde nada e sai correndo em direção as escadas, a seguir subiu os degraus o mais rápido que suas pernas permitiam. Afinal, tudo que ela queria naquele momento era entrar no seu quarto e chorar.

Porém, sua vista já estava um pouco embaçada com as lágrimas que não paravam de provar de seus olhos. Isso fez com que se atrapalhasse na hora de subir, Aura acaba tropeçando em um degrau. Ela acaba caindo rolando escada a baixo até para no chão da sala.

Ao ver a cena a Freira, clama por Maria, e corre em direção a Aura que estava estendida e desacordada no meio da sala com alguns arranhões pelo corpo. Com a ajuda de outras funcionarias que trabalhavam no orfanato, a freira, conseguiu levar Aura para seu quarto onde cuidariam dela.

Amanheceu, Aura abriu seus olhos lentamente, a seguir se levantou da cama. Após alguns minutos, uma forte dor de cabeça veio juntamente com as lembranças da noite passada, além disso seu corpo estava todo dolorido por causa da queda. Mas, isso não era nada além da dor de ter sido renegada pelo seu pai.

As lágrimas começaram a descer de forma involuntária pelo seu rosto. Ao ouvir o barulho a freira imediatamente entrou no quarto, segurando um copo de água. Pois naquele exato momento estava voltando da cozinha.

Ela colou o copo sobre a mesinha ao lado da cama, em seguida abraçou Aura com todas as suas forças.

— Aura minha filha, o que aconteceu? — perguntou a freira.

Aura, tentava responder, mas era quase impossível alguma palavra sair de sua boca naquele momento. Alguns minutos se passam, então com seus olhos avermelhados ela olhou para freira.

— Minha mãe é uma mentirosa, ela mentiu sobre tudo... Eu tenho um pai, que é um verdadeiro filho da p#ta! — falou irritada.

— Por Deus... Aura, não fale essa palavra aqui! — Repreendeu a freira.

— Desculpe irmã, mas é a verdade. Ele nunca me quis, me acha desprezível! Para piorar minha mãe preferiu ficar ao lado dele, ao invés de ficar do meu! Lara, nunca me amou — falou Aura indigna.

— Isso não é verdade, Lara só está indecisa... Provavelmente sua mãe tem algum motivo que prende ela ao seu pai — falou a freira.

— Um ótimo motivo na verdade... Meu pai e muito rico, e ela escolheu o dinheiro dele ao invés de mim! — Falou Aura enquanto apertava seus dentes e fechava seus punhos.

— Minha filha, você precisa descansar... Sua queda na escada foi muito grave, por um milagre... Não morreu — falou a freira olhando diretamente para os olhos dela.

— Está bem irmã... — respondeu Aura um pouco mais calma.

A freira entregou o copo com água para Aura, que bebeu e em seguida deitou-se na cama. A irmã estava prestes a sair do quarto com o copo vazio, contudo Aura a chamou novamente.

— Irmã... O que aconteceu com a família que queria me ver? — perguntou Aua curiosa.

— Bem... Marcamos para outro dia, expliquei o que aconteceu ontem... E eles ficaram preocupados com você. Por quê a pergunta minha filha? — Perguntou a freira.

— Não e nada... Só quero ver eles o máximo possível. Quem sabe assim consiga uma família de verdade, algo que nunca tive até agora — falou Aura pensativa.

A freira sai do quarto meio apreensiva, afinal ela não queria que fosse assim a adoção dela. Também não queria que ela guardasse tanto rancor de Lara, ao ponto de parar de chama-la de mãe, pois Aura poderia se arrepender no futuro.

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