capítulo 7

Os dias se passam rapidamente, e para surpresa de todos no orfanato Aura, sem nenhuma explicação aparente ficou completamente curada de seus ferimentos em muito pouco tempo.

Além disso a moça notava que a cada dia, ficava ainda mais forte, seus reflexos eram muito mais que perfeitos, sua velocidade estava ficando sobrenatural, além de seu ofato, audição e visão. Tudos os sinais que sua transformação estava próxima de acontecer.

Assim que ouviram que ela estava bem não demorou muito para o casal aparecer no orfanato para adota-la.

Era uma tarde de domingo, Aura estava levando suas coisas e colocando dentro do porta malas do veículo. Quando se sentiu observada por alguém, neste momento olhou para todos os lados da rua.

— Aconteceu algo Aura? — perguntou Patrícia.

Patrícia, agora era sua mãe adotiva, uma linda mulher, ruiva, alta, que possuía um corpo de uma modelo. Porém apesar disso, vivia com a amargura de nunca ter engravidado de seu marido Estevan.

Mas agora com adoção de Aura, estava se sentido completamente completa e feliz. Pois além de realizar o sonho de ser mãe, ajudou a adotar alguém com uma idade nada atraente para casais que almejavam em ser pais.

— Não é nada mamãe... — falou Aura enquanto olhava de um lado para o outro.

Patrícia, ficou bastante surpresa ao ouvir Aura, chama-la tão rapidamente de mãe. Afinal, depois de tudo que tinha ouvido da irmã responsável pelo orfanato, imaginou que isso levaria um bom tempo para acontecer.

— Não precisa me chamar de mãe agora, se não quiser Aura. A irmã me contou sua história... Não quero que seja algo obrigado só porque te adotei — falou Patrícia.

Aura retirou o seu foco da rua, em seguida olhou diretamente para os olhos castanhos de sua mãe adotiva.

— Não se preocupe, estou te chamando assim porque eu gosto. Afinal literalmente agora é minha mãe — falou ela enquanto abre um discreto sorriso.

— Mesmo assim não quero ocupar o lugar de sua m... — Patrícia é interrompida por Aura.

— Lara, o nome dela é Lara. Ela, não é minha mãe. Tudo que ela fez foi me colocar no mundo e nada mais — falou friamente.

A seguir Aura, retirou do bolso o pingente que Lara, tinha lhe dado. Com toda sua força ela joga o objeto o mais longe possível. Em seguida fecha o porta malas e entrou pela porta traseira do carro.

Patrícia por sua vez, se sentiu desconcertada ao ver aquela cena. Porém, não falou nada e apenas entrou no carro e se sentou no banco ao lado de seu marido. O carro deu a partida e assim a nova família foi embora.

Enquanto isso na rua, na calçada onde estava o colar que Aura tinha jogado, algumas gotas de água caem ao solo sem explicação alguma. A seguir o colar começa flutuar e um gemido de sofrimento ecoa pelo local, como se alguém estivesse chorando.

As pessoas que passavam ali, olham para o local apavorados. Pois ouviam o choro e o gemido de dor de uma mulher, mas não viam ninguém ali.

Porém quando eles vêem o pingente flutuando em direção a um beco, todos que estavam na rua começam a correr e a gritar desesperados.

Já no beco, Lara, retira a sua capa de invisibilidade e cai de joelhos aos prantos segurava o objeto contra seu peito esquerdo. Pois para ela, aquela atitude de Aura foi como se fosse uma facada em seu coração.