Augusto,
Meu pai e seu João estão me empurrando Vitória guela abaixo, estou me sentindo no milênio passado em que os filhos tinham casamentos arranjados.
— Mamãe eu não vou assumir um relacionamento com essa garota, seu Jorge Barros pirou de vez. — Protelo ao telefone.
— Cozinha em banho Maria, na melhor hora você da um basta nessa situação, vou conversar com seu pai— Ela tenta me acalmar e acolher.
Mamãe é sempre muito sensata, mas o fato de conviver com Vitória fará com que Geovanna se afaste cada vez mais de mim.
Em nome dos projetos de expansão da Fazenda Soledade comprometo-me a ser educado com Vitória, mas deixo bem claro ao meu pai que não passará de amizade, mero Interesse comercial.
— Dê uma chance a moça, ela está disposta a te conquistar— Papai fala com um sorriso divertido.
— E eu estou disposto a deixar tudo para trás só para não precisar olhar na cara dela, contente-se com minha cordialidade.
Todas as vezes que tentei me aproximar de Nina essa semana, Vitória apareceu e tomou todo meu tempo e paciência, para complicar minha situação, Vanessa espalhou entre os funcionários que eu estou de compromisso selado.
Nina provavelmente já está sabendo desses boatos e eu nem tenho como reverter, enquanto tiver de aturar essa peste aqui nada do que eu disse surtirá algum efeito.
Após mais uma discussão com papai sobre esse relacionamento infundado, pego minhas chaves, coloco o chapéu na cabeça e saio para dar uma volta, acabo vindo para a Vila Olho D'água, sento no bar e peço uma cerveja.
— Augusto! Estava indo até a fazenda te ver, mas já que está aqui podemos tomar uma cerveja e fazer algo depois— Vitória fala descendo da camionete e vindo em minha direção.
Respiro fundo, parece um pesadelo sem fim. Essa garota não tem vida e amor próprio não? Reviro os olhos e penso em ser grosso para ver se ela se toca, mas desisto.
O que não tem remédio, remediado está! Já que concordei em descer ao inferno enquanto meu pai faz negócios, então que eu ao menos brinde com o diabo.
Não exagerei quando imaginei estar no inferno, levo a long neck a boca e antes de tirá-la vejo a camionete de Felipe passando lentamente, engulo quadrado.
— Vamos para outro lugar? Aqui está muito parado! — Convido Vitória que prontamente se pôs de pé.
— E onde neste fim de mundo não é parado? — Ela pergunta com deboche.
Penso um pouco e decidi que Goiânia é um bom destino, são apenas três horas de viagem e na hora de voltar eu estiver cansado dormimos em um hotel.
Passeamos pelas principais vias de Goiânia, não tenho muita ideia de onde ir, mas Vitória indica um barzinho sertanejo, o que me surpreende visto que ela abomina o tema.
Descemos e ela pega em minha mão, entramos juntos e no primeiro passo dentro do bar eu entendo perfeitamente o motivo dela ter escolhido justamente aqui.
Respiro fundo, minha primeira vontade é soltar a mão da Vitória e tirar a Nina de perto do Felipe, porém não posso, depois penso em virar as costas e ir embora como se nunca tivesse posto os pés aqui, isso seria covardia.
— Você sabia que estavam aqui! — Afirmo encarando a Vitória.
— Eles quem Augusto? Não entendi! — Ela desconversa fazendo meu sangue ferver.
— Não se faça de sonsa, Nina e Felipe! Você sabia que estavam aqui? — Sou incisivo.
Ela admite que viu a camionete do Felipe e então sugeriu que viéssemos para cá, me sinto um trouxa por não ter pensado rápido, alguma coisa haveria de ter, logo a Vitória em Goiânia querendo bar sertanejo!?
Felipe se levanta e começa a dançar com Nina guiando-a para outro lado, percebo que ele não quer que ela me veja, no entanto, em um movimento ela se vira e me vê, sinto sua ira em seus olhos, mas ela cochicha com ele e voltam a dançar.
Escolhemos um bistrô, pedimos nossa bebida e entre uma olhada e outra tento seguir minha noite com Vitória, Nina já está em outra, na verdade ela nunca esteve na minha eu que criei uma fantasia e embarquei.
Depois de um bom tempo dançando eles se sentam e Nina me fuzila com um olhar, conversa com Felipe que faz menção de se levantar mas ela o impede, agradeço mentalmente por isso, não sai da Vila Olho D'água para caçar confusão aqui.
Fico observando os dois, na realidade não faço questão de disfarçar, foi a própria Vitória quem procurou essa situação, ela já percebeu que eu gosto da Nina e quis esfregar isso na minha cara.
Vejo Felipe se levantar e até me preparo para quando ele chegar aqui, no momento em que ele se vira quase atropela Joaquim, ainda não o tinha visto, fico confuso. Os dois se olham de uma forma estranha, o que será que está acontecendo? Mal termino de formular meu pensamento, vejo o inacreditável, Joaquim e Felipe se beijam, um beijo apaixonado.
— Meu Deus! — falo percebendo a burrada que eu fiz — Nina nunca teve nada com Felipe.
— Eu quero ir embora agora, Augusto! — Vitória fala parecendo criança birrenta quando é contrariada.
Ignoro os chamados de Vitória e continuo observando a mesa a minha frente, um filme em minha mente me mostra que fui muito mais babaca do que eu imaginei
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Atualizado até capítulo 68
Comments
🧚🏻 Rô
Não, você é infinitamente estúpido
2025-01-13
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Vó Ném
Somente venda os dois é que ele acreditou....misericórdia...que cara idiota!!
2024-10-09
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Denise
Só vendo este beijo entre FELIPE & JOAQUIM, pro AUGUSTO perceber que FELIPE é gay e que não tem nada com NINA.
2024-09-28
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