Augusto
Chego a Vila D'Água e paro em frente ao bar do Zé, demoro um pouco para descer, observo o movimento antes de sair da camionete e sigo para a entrada procurando por Nina.
Assim que entro, percorro o olhar pelo local e encontro o par de olhos mais lindo, nossos olhares se prenderam e ela sorri, eu correspondo me virando para ir até ela, porém nesse exato segundo sinto uma mão tocar meu braço e no instante seguinte ser abraçado, e antes que eu reaja sou surpreendido com um selinho.
Tinha que ser Vitória, por um momento havia me esquecido dessa insuportável, meus braços ficaram pendurados ao longo do meu corpo e mesmo assim ela enroscou os dela junto aos meus me guiando ao balcão. Sem me perguntar ela pede duas cervejas mas antes que o garçom se afaste eu peço que traga apenas uma.
— Não vai me acompanhar? - Vitória pergunta fazendo biquinho e eu quase reviro os olhos.
— Não estou com sede! Obrigado! — respondo de forma seca e volto a procurar por Nina, pois tenho certeza que a vi caminhando em minha direção antes de ser agarrado por essa aguada.
— O que ou quem você tanto procura? — Vitória pergunta e eu percebo que ela sabe o quanto está sendo inconveniente.
— Estou vendo onde os rapazes da fazenda estão reunidos, ficamos de nos encontrar aqui.
— Não acredito que você queira encontrar com peões! Já basta estarmos neste lugar! Olha bem pra isso? — Paro de prestar atenção na Vitória que dá um passo à frente e segura na minha barba e fica alisando como se tivéssemos essa intimidade.
Vitória dá uma fungada na minha orelha que eu não estava esperando, meu corpo fica rígido, olho ao redor e vejo Nina nos observando e olho para Vitória que também está olhando para Nina com um leve sorriso de satisfação.
— Augusto! Como essa sua funcionária é brega! Uma roupa chinfrim e ainda acha que está arrasando… Ela não tira os olhos de você!
Que mulher insuportável o que estou fazendo aqui, esperava ter uma noite plena com Nina e o que estou fazendo? Só posso ser louco?
Não respondo Vitória finjo que não ouvi e me viro, nesse momento Nina deixa o taco em cima da mesa de sinuca, fico observando para ver se realmente vai até a mesa deles e assim que dá um passo vejo um homem puxá-la pela cintura com muita intimidade e ela lhe oferece um sorriso que chega aos olhos, eu fico tenso e com vontade de quebrar a cara dele.
Não conheço esse homem, fico me perguntando quem seria e o que é para Nina. Será um namorado? Talvez seja um amante, ela nunca falou de ter um namorado. Vitória continua falando e eu não consigo entender nada do que fala, continuo observando Nina que dança animadamente e conversa sorrindo o tempo todo. Saio dos meus devaneios quando sou puxado pelo braço.
— Para de ficar olhando para essa garota e vamos dançar, olha eu aqui toda linda!
— Linda! — falo olhando para Nina. -- Vamos dançar, estamos esperando o que?
Começo a dançar indo em direção a Nina piso em seu pé de propósito e ela me lança um olhar de decepção.
Quando estou prestes a ir embora paro na mesa do Fabrício e Nicole só para olhar na cara da Nina que ainda está com aquele homem. Meu ego está me matando, eu quem deveria estar com ela, eu que deveria estar protegendo ela e não um homem qualquer. Um sentimento de posse toma conta de mim e eu me controlo para não agir como um touro!
— Boa noite a todos! — eles respondem em uníssono, não deixo de observar aquele homem por o braço nos ombros de Nina como estivesse protegendo ela de mim, quando deveria ser o contrário— Não lembrava dessa animação toda aqui quando vinha com o Juliano tempos atrás.— Falo com a Vitória agarrada em mim, fazendo cara de nojo para tudo.
— Deve ser pelo aumento da população, cresceu consideravelmente acompanhando a oferta de emprego aqui na região!
Fabrício fala e nós engatamos numa conversa agradável, tempo depois Nina despede-se de todos, saindo de mãos dadas com aquele sujeito. Sinto uma espécie de ciúmes, de posse e uma vontade de puxá-la pelo braço para levá-la comigo. Nesse instante Vitória me abraça e eu fecho os olhos, respiro fundo para não ser grosso e a mandar para a puta que pariu.
— Vamos nessa, querido! Já está um pouco tarde! — Ela chama e eu acompanho pois meu real interesse já está a caminho da fazenda.
Me despeço e saio com ela ao meu encalço. Chego onde minha camionete está estacionada e me despeço sentindo aliviado, alívio esse que dura muito pouco.
— Vou com você! Vim com o motorista do meu avô e avisei que voltaria com você. — Diz com com uma voz melodiosa e fazendo biquinho!
Abro a porta e entro destravando a do passageiro e falo para ela entrar vejo a decepção no seu olhar mas nem ligo finjo que nem vejo, aperto o volante com tanta força, para tentar me acalmar.
Então ela entra, eu sigo em direção a fazenda do seu avô e o silêncio toma conta, concentro na estrada escura a minha frente.
— Você parece irritado, Augusto! É como se eu tivesse feito algo errado? Me arrumei toda para você e ainda fui naquele lugar imundo somente para te fazer companhia e fique lá por você aguentando aquele povo fedendo esbarrar em mim, eca! ela fala e começa a choramingar me deixando ainda mais irritado
— Só estou muito cansado! E não entendo o que foi fazer lá se o ambiente não é do seu agrado, deveria ter voltada no mesmo instante para o seu conforto, em momento algum pedi para ficar comigo.— Falo ríspido e ela começa a choramingar e levanta o dedo para falar algo, nesse momento paro a camionete na guarita da fazenda, cumprimento os guardas só então Vitória percebe que chegamos na fazenda do seu avô, ela me olha surpresa e eu reviro os olhos.
— Pronto Entregue! — Falo sentindo aliviado, e louco para chegar em casa e pensar no que falar com a Nina.
Me despeço da Vitória e ela vem para me beijar mas eu viro o rosto ela dá um beijo na minha bochecha, desce furiosa batendo a porta com tanta força que assusto. Dou um sorriso depois que ouço ela resmungar algum xingamento.
Chego em casa, vou até perto da casa de Geovana, está tudo escuro, porém vejo uma camionete vermelho berrante e isso me dá a certeza que aquele homem veio para cá, eu não acredito que ela foi capaz, me sinto traído. Permaneço um tempo parado indignado e volto para minha casa, entro no meu quarto, tiro minha roupa e me deito só de cueca box, reviro na cama a noite toda sem conseguir dormir.
Levanto antes do sol se pôr e vou dar uma volta com meu amigão, preciso espairecer um pouco se continuar nessa tensão vou surtar com o primeiro que eu encontrar. Com a mente mais tranquila voltou para o estábulo, dou comida e água para meu parceiro e o entrego ao cuidador.
Entro em casa e ouço barulho na cozinha mas subo direto para o quarto, tomo um bom banho, e peço que levem meu café da manhã para o escritório, já que é domingo vou ficar o dia todo aqui, aproveito para adiantar alguns serviços, definitivamente não estou afim de ver ninguém.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 68
Comments
Sandra Maria de Oliveira Costa
afff homem frouxo eu hein /Grin/
2025-01-04
0
🧚🏻 Rô
Que rapariga é essa, gente?!
2025-01-13
0
🧚🏻 Rô
Já devia ter mandado
2025-01-13
0