Capítulo 18

Augusto,

Nina chega para trabalhar e cumprimenta a todos como de costume, respondo educadamente e saio para ver um boi que estamos analisando.

Em um primeiro impacto minha vontade foi de pedir a atenção de Nina e tentar explicar todo mal entendido de ontem, contudo seguro minha adrenalina e atendo aos conselhos da mamãe.

Não tenho dúvidas de que eu gosto de Nina, e meu coração sabe que é recíproco, o único problema é que não estamos conseguindo expressar as emoções, manter distância dela como minha mãe falou será difícil, mas vou me esforçar.

A semana ficou infinitamente longa depois da decisão de ignorar Nina pela fazenda, tudo perdeu a graça e para piorar ainda tem a Vitória que apareceu aqui umas duas vezes me infernizando e Vanessa que não sai do meu pé, em toda oportunidade ela está se insinuando.

— Augusto, vamos todos à Vila Olho D'água galantear pela noite de sábado, vamos? — Joaquim me convida receoso.

— Obrigado Joaquim, vou deixar para a próxima, amanhã tenho algumas coisas urgentes para resolver, mas boa festa a todos.

— Certo patrãozinho, qualquer coisa se mudar de ideia, junte-se a nós— Ele reafirma e sai ajustando a camisa.

Respiro fundo e vejo Nina passar ao longe, um misto de emoções invadem meu coração e eu respiro fundo oxigenando os pensamentos.

Coloco meu chapéu na cabeça e caminho sentido ao casarão, subo o primeiro degrau e pão ao ouvir Vanessa me chamar.

— Augusto! Patrãozinho!

— Diga! — A voz sai mais seca do que o programado.

— Sabe o que é… — reviro os olhos quando ela começa a falar.

— Hum!

— Os meninos vão a vila hoje, você pode ir comigo, garanto que vai ser muito bom.

— Não estou interessado. — Respondo seco e volto a caminhar.

— Podemos nos divertir em outro lugar, só eu e você! — Ela insiste e eu me irrito.

— Não! E para você eu sou "senhor", não temos intimidade, entendeu? — Praticamente grito e volto a andar.

Dou dois passos e Vanessa diz algo parecido com estar a disposição caso eu mude de ideia, balanço a cabeça e finjo não ouvir para não ser rude com a funcionária.

Passo pela porta dos fundos e ao cruzar a cozinha sinto o aroma de café fresco, da água na boca

— Hummmm!

— Uma xícara Augusto? Acabei de passar! — Dona Marília oferece.

— Vou querer, obrigado.

— Vai com pessoal para a Vila? — Ela pergunta me servindo.

— Não! Estou cansado, ficarei por aqui, não vou descer para jantar, avisa o meu pai por favor!

— Sim, quer algo no quarto? Aquele leite quente que você sempre gostou?— Dona Marília pergunta, sabendo todos os meus costumes.

— Por favor!

Dou-lhe um beijo na testa e caminho para o meu quarto, tomo meu banho, ligo para minha mãe e por fim durmo, sem o menor interesse de estar em uma festa, principalmente por não poder sequer apreciar a companhia de Nina, também eu queria o que se quando tive a oportunidade deixei Vitória atrapalhar, desde o início ela está no caminho.

Desperto com a mente mais calma, o dia está quase raiando e eu pulo da cama, não faço nem o desjejum e saio para cavalgar.

Monto trovão e corremos os limites da fazenda, na companhia do meu amigo todos os problemas somem, vou rumo a um mirante que costumava ir quando mais novo, avisto a velha árvore e um sentimento nostálgico corre em minhas veias.

Penso estar sonhando ao me aproximar e ver Nina bem aqui, sorrio pequeno e reduzo o galope, devo estar doido ou imaginando coisas.

— Augusto! — Ouço e tenho certeza de que não é uma miragem.

— Geovanna? O que faz aqui tão cedo? — Pergunto confuso entre palavras e pensamentos.

Apeei, me aproximo dela, sendo guiado pelas emoções.

— Vim apreciar o nascer do sol e você? — Ela pergunta me dando espaço ao seu lado.

—Bom, eu saí sem rumo e Trovão me trouxe para cá, talvez porque antigamente vínhamos sempre ver o nascer ou o pôr do sol— Explico, sentando ao seu lado.

Ficamos em silêncio apreciando a vista, Deus é perfeito em tudo o que faz. O momento único está tão prazeroso que eu não sei quanto tempo passou, mas sei que foi muito rápido até o sol se apresentar.

— Bom dia Augusto! — Nina diz se levantando e indo até o cavalo.

— Bom dia Nina! — Respondo enquanto ela monta.

Vejo Nina partir e volto a crer que foi apenas uma visão, ficamos todo esse tempo juntos, sentados um ao lado do outro e tudo que fizemos foi nos cumprimentar.

No trote mais veloz de Trovão, eu volto para a fazenda. Ficção ou não, esse momento sem nenhuma briga com Nina me deixou mais leve.

Deixo meu amigão descansando e sigo para o casarão, próximo a horta vejo Vanessa e Nina conversando, algo me puxa e eu me aproximo em silêncio para que não me vejam.

— Quando eu for a senhora nessa fazenda eu vou demitir você Nina! — Ouço Vanessa falando e um nervoso corre em minhas veias.

— Já que tem tanta certeza que vai ser a senhora daqui, poderia me dizer como? Se enxerga Vanessa! — Nina questiona irritada.

— Augusto! Ele vai se apaixonar por mim, e nós vamos nos casar e a primeira coisa que vou fazer é te mandar embora. — Vanessa fala autoritária e Nina gargalha.

—Vanessa! — Chamo com muita raiva e ambas me olharam — Eu preciso desenhar que isso nunca vai acontecer? Esquece! E a próxima vez que eu ouvir ou souber que está falando isso haverá consequências, está entendendo?

— Desculpe, patrão! — Vanessa pede em tom de súplica.

Sequer lhe respondo, viro as costas e saio. Consigo ouvir Nina provocá-la, um sorriso nasce em meu rosto e uma dúvida em meu coração, será que os momentos do mirante foram pura imaginação?

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Comments

🧚🏻 Rô

🧚🏻 Rô

Mulherengos existem porque existe mulher sem vergonha na cara 🙄

2025-01-13

0

🧚🏻 Rô

🧚🏻 Rô

É cada uma🙂‍↔️🙂‍↔️🙂‍↔️🙂‍↔️

2025-01-13

0

Rosa Guimaraes Pantoja

Rosa Guimaraes Pantoja

sempre arrumam uma Vanessa uma vitória não demora vai ter atentado sequestro é sempre o mesmo enredo dopando o patrão tudo a mesma merda

2024-12-14

1

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