Capítulo 09

Augusto

A campanha de vacinação tem me proporcionado muito cansaço e também muito entretenimento. Está uma correria só, mas estou achando interessante toda interatividade que venho tendo com Nina.

Geovana ainda que recém formada é uma exímia profissional, dedicada, competente e não mede esforços para que tudo saia dentro do programado além de linda.

O modo que ela conduz os peões e domina seus conhecimentos me deixam encantado. Embora as inúmeras recomendações do meu pai de que eu deva manter distância, algo me prende a atenção nela, talvez seja o fato de que tudo proibido é mais atrativo.

Todos aqui vêem as qualidades de Nina, inclusive Vanessa que quase a fuzilou com os olhos quando dei carona para ela no início da semana.

Falando nesse dia, o primeiro da vacinação não imaginava que uma mulher linda e baixinha fosse tão valente! E o que me deixa sem ar mesmo é aquele rebolar de bunda indo e vindo, teve uma hora que fiquei de pau duro imaginando aquela bundinha cavalgando no meu pau. E o que me deixou extremamente constrangido.

Quando ofereci para levá-la, minha intenção era levá-la para minha cama, as mulheres sempre se jogaram aos meus pés, mas dei com burros n'água! Nina não mostrou o mínimo de interesse em mim. Conversamos somente sobre o rendimento do dia. Ela não demonstrou o mínimo de interesse quando estava tentando flertar com ela e isso me deixou frustrado.

Assim que chegamos no casarão, Vanessa, a moça da limpeza, estava saindo e parou e ficou dividindo olhar entre mim e Nina e antes de sair rebolando dá um olhar mortal para Nina. Dei a volta na camionete e abri a porta para ajudá-la a descer e esse gesto nos deixou muito próximos e ela deu um jeito de afastar-se.

Ela me deu um sorriso tímido e afastou se me dando um tchauzinho e antes dela afastar de vez convidei ela para irmos no sábado à vila D’água no bar do seu Zé e ela aceitou.

Os dias foram longos, quase não me reconheci de tanta ansiedade pela noite de hoje, o dia passou numa lentidão dos infernos, vi a Nina só uma vez na parte da manhã o que me deixou ainda mais irritado, nunca fiquei assim por mulher nenhuma, talvez seja o fato de ela me ignorar ou de ser intocada para mim, ou simplesmente meu ego gritando.

Só pode ser!

Terminamos de vacinar uma parte do rebanho e guardamos tudo, hoje paramos bem antes do sol se pôr. Como adiantamos o serviço, vamos pular o domingo e retomar somente na segunda-feira bem cedinho.

Chego no casarão e ao entrar pela cozinha encontro meu pai que está conversando com Marília, assim que me vê dá um sorriso amoroso e cheio de orgulho.

— Boa noite pai! D.Marilia! —Cumprimento os dois e tiro meu chapéu.

— Boa noite Augusto, como foi seu dia?

D.Marilia pergunta, e eu não posso dizer que tive pensamentos inapropriados com a filha dela o tempo todo. Sorrio e desfaço da imagem que surgiu na minha mente voltando à realidade.

— De um modo geral foi um dia corrido, mas que deu tudo certo e a vacinação segue num ritmo acelerado. E hoje vou com a Nina e alguns dos rapazes solteiros à Vila D'Água para dançarmos um pouco e tomar uma cervejinha gelada. — Falo com um sorriso jocoso.

— Eu gostava muito de reunir com a peãozada depois após a vacinação no Bar do Zé era muito bom! Espero que vocês se divirtam bastante e por favor não me arrumem confusão. Se eu fosse mais jovem e saudável iria junto. — Diz Jorge um tanto saudoso.

— O Fabrício e a Nicole vão também? —Marilia pergunta com os olhos presos aos meus com cara de que é errado a filha sair junto com um monte de marmanjos para se divertir — E a Vanessa vai também?

— O Fabrício e a Nicole vão sim! Vanessa só se alguém convidou para ir junto. -- Respondo já saindo em direção ao meu quarto. Sorrio, em pensamento pelo fato de ser tratado como se ainda fosse um adolescente. Entro no meu quarto já tirando a roupa, ansioso por um banho frio, tomo um banho longo e tranquilo. Saio do banho enrolado numa toalha preta na cintura

E assim que abro a porta do banheiro dou de cara com Vanessa deitada na minha cama e levo um susto, olho para ela espantado com tamanha ousadia.

— O que está fazendo deitada na minha cama? O que passa na sua cabeça? — Falo puto de raiva! Ela dá de ombro e fala com uma voz esganiçada.

— Só vim te ajudar com o banho e pedir para me levar com você para vila D'Água, já que Nina vai com o Fabrício!

— Saia já do meu quarto e não entre se não for convidada! Saia!

Vanessa pára e fica me olhando com ódio e sai batendo a porta com força.

Sento na cama e respiro com força para ver se a raiva passa. Em seguida vou até o aparador que fica num canto do meu quarto e me sirvo uma dose generosa de whisky e sento na poltrona de couro preto que fica de frente para janela, fico observando o lago, isso faz com que eu me acalme um pouco.

Assim que me visto saio do quarto e vou até meu pai que está sentado na varanda com olhar perdido.

— Pai! Vim avisar que já estou indo e não tenho horas para chegar!

— Você vai só ou a Nina vai com você?

— Vou só! A Nina vai com o Fabrício e a Nicole, os rapazes já foram! Vamos nos encontrar lá, já que a conta é minha — Falo e faço uma careta, meu pai sorri com deboche.

— Essa conta sai do seu bolso! — Diz já gargalhando — Vai com Deus meu filho, se cuide e cuide da Nina.

Me despeço e saio em direção a minha camionete, entro e ponho o cinto. Nesse instante meu celular toca, olho na tela e vejo que é Vitória fico em dúvida se devo atender ou não, mas mesmo contrariado eu atendo.

— Alô! — falo sem o mínimo de vontade.

— Alô! Sou eu Vitória, estou ligando porque vou passar mais uma semana ou mais aqui na fazenda e como estou só e sem nada para nesse fim de mundo e sei que você deve está entediado também achei que seria legal fazermos alguma coisa o que você acha?

— Bom, estou indo com a galera aqui da fazenda para vila D'Água no Bar do Zé tomar uma cervejinha gelada para comemorar a primeira etapa da vacinação.

— Sei onde fica! A gente se encontra lá?

Antes de eu responder ela desligou e minha única opção foi seguir em direção ao bar! Sei que vai dar merda! Não deveria ter atendido.

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