Emma
Enquanto andava de um lado para o outro eu estava pensando seriamente em levá-la comigo, mas não posso fazer isso, Maurício iria atrás de mim aonde eu estivesse. O dia ainda está clareando e as meninas já estão chegando para retornarem ao seus serviços. Avistei Louise aguando as rosas que eu sempre zelei tanto, ela conversa com elas como se elas fossem responder.
— Sabia que é feio espiar pela janela dona Emma?
— Meu filho… quase me deu um susto, criatura, da próxima bata na porta pelo menos.
— Desculpa mãe, é que eu tenho um assunto muito sério para conversar com a senhora agora.
— O que deve ser de tão importante que não poderia esperar?
— Alícia! Ela resolveu me perseguir e pra completar arrastando uma criança sabe se lá Deus de quem é. Ela diz que o filho é meu, mas ela nunca pôde engravidar.
— Então não tem nada em que eu possa ajudar meu filho, se você a conhece tão bem, por que ainda está duvidando disso?
— Porque ela pode foder com meus negócios agora. Imagina de ela falar com a imprensa e dizer que eu a abandonei quando ainda estava grávida. Pode me ajudar a resolver isso com ela antes que o pior aconteça?
Sempre me disseram que quando nos tornamos mãe o filho sempre vem para debaixo das nossas asas quando se sentem acuados, sempre duvidei dessa frase porque Maurício nem Roberto nunca me procuraram quando ainda eram adolescentes, mas agora sempre que eu venho aqui tenho que dar uma de psicologa do amor e afins…
— E o que você quer que eu faça exatamente? Sabe que estou indo embora hoje, não sabe?
— Fica mais um pouco mãe, até a senhora conseguir convencer essa mulher a aceitar o dinheiro e sumir de uma vez por todas da minha vida.
— Tudo bem. Mas nada disso será de graça não, em troca eu quero levar Louise comigo quando eu for embora, já estamos perto das festas e você sabe que eu sempre gozo de inovar, uma boa modelo agora seria tudo de bom, imagina o sucesso que pode fazer meu filho?
Louise tem tudo que o público gosta, simpatia e educação, o essencial para se tornar uma mulher de sucesso, mas Maurício cismou que não a deixa que eu leve por nada, assim se torna complicado a minha vontade.
— Isso não mãe, a gente também já conversou sobre isso e eu também não quero mais falar disso. Ok, dona Emma?
— Ok… mas então, o que está fazendo acordado essa hora?
— É o primeiro dia que eu não trabalho sem meu secretário, quero chegar mais cedo e quem sabe assim não acabo encontrando o que é preciso por lá mesmo. Eu te amo, e tenha um bom e belo dia mãe. — Ele me deu um beijo no rosto e saiu todo saltitante corredor a fora.
Louise
Maria havia acabado de chegar quando eu comecei a regar as rosas, não é meu trabalho por enquanto, mas o lugar transmite uma paz incrível que eu não sei dizer o quanto isso é bom. Vi Emma espiando pela janela e quando Maurício saiu de seu quarto eu não poderia imaginar qur ele viria me dar bronca por estar regando as plantas.
— Isso é trabalho do jardineiro, além disso está fazendo muito frio e você não deveria estar aqui. – Realmente estava fazendo frio, não o clima, mãe o vento estava muito gélido.
— Eu sei, só quis sair um pouco. Quanto ao frio não se preocupa que eu não vou te dar trabalho. – Pensar que seria uma boa, assim tudo acabaria de uma vez por todas.
— Vai dar mais do que imagina. Já te entregaram alguma outra roupa sem ser esses uniformes horríveis?
— Achei que tudo isso fazia parte do traje. Mas não me deram nada não, inclusive esse aqui é da Maria porque só me deram um até agora. Você como leiloeiro deveria ao menos dar uns dois uniformes às pessoas que trabalham para você.
Cheguei a um ponto da minha vida em que eu não tenho mais nada, o pior que eu tinha para viver já aconteceu, se acontecesse algo parecido outra vez comigo eu não iria ter o mesmo choque que da primeira e agora tudo parece tão sem graça. As manhãs são cinzentas como as folhas dos jornais que o Parkinson costumava ler, e tudo agora só está indo de mal a pior.
— Vai pra dentro e vê se dorme mais um pouco, ainda são quatro horas da manhã e…
— E eu já disse que tá tudo bem, se quiser que eu saia do seu jardim basta pedir, acha que eu vou sujar suas rosas com as minhas mãos? — A verdade é que eu estava farta de tudo isso. Após o acidente eu tento ao máximo me encaixar no meio das pessoas, não quero deixar que a solidão e a depressão tomem conta de mim, e só eu sei o esforço que é para levantar todos os dias da cama e dar de cara com a pronta pessoa que eu vejo.
— Você não vai sujar nada porque você não é suja Louise, eu só não quero que você pegue um resfriado. Já se olhou no espelho hoje? Deveria notar que seus lábios estão ficando roxos! Por acaso está tentando morrer de frio?
— Eu vou sair do seu jardim e juro que não toco em nenhuma de suas flores mais, mas não venha querer bancar o cara que se preocupa com a empregada que foi trocada pela dívida do pai. — Deixei o regador em cima da grama como eu havia encontrado e voltei para o dormitório.
Após entrar no dormitório eu olhei pela janela e vi Maurício tocando nas rosas que ainda estava com gotas de orvalhos, Maria me deu um susto e isso fez com que eu me distraísse.
— Você não tem medo dele? — Perguntou enquanto amarrava os cabelos.
— Não. Eu já tive medo de muita coisa nessa vida. Eu não quero aproximação com ele, mas queria muito receber algum dinheiro e quem sabe até poderia juntar pra ir comprando algumas coisas pra mim, eu não tenho nada Maria.
Estava inquieta debaixo do chuveiro, tomei um banho demorado só assim eu esqueceria de alguma besteira que pudesse vir pensar futuramente.
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Atualizado até capítulo 111
Comments
Jéssica Araújo
ela precisa entender que ele a ve de forma diferente
2023-07-17
3
Jéssica Araújo
eh melhor arranjar outro jeito de negocir dona emma, em todas suas twntativas ele esta negando
2023-07-17
2
Lívia
Verdade, mas até as piores pessoas querem ter o amor de uma mãe
2023-05-30
2