Capítulo 10 — Uma noite agradável

Louise

De todos lugares que eu já fui, sem dúvida esse é um dos melhores. Bebida e música eram duas coisas que não faltavam. Assim que chegamos Maria me apresentou a todas elas e eu fiquei muito feliz, pois fui bem recebida por todas elas. Não recordo de ter vivido algo tão bom assim, na verdade eu estava me sentindo leve e feliz.

— Maria, e se alguém vier atrás de nós duas? — Perguntei com uma certa preocupação, não muito por mim, mas por ela se dar mal e acabar se dando mal por isso, eu não a queria longe de mim.

— Será que dá pra curtir a festa sem se preocupar, garota? Ninguém vem atrás da gente, sabe por quê? Porque não fazemos diferença alguma naquela casa, então aproveita e curte sua primeira noite de muitas aqui com a gente. — Todas levantaram seus copos e garrafas de bebidas e eu fiz o mesmo.

— Um brinde a nossa nova amiga, que possamos curtir juntas muito mais vezes de hoje em diante. — A amiga de Matias gritou e todas brindamos.

A primeira dose que eu tomei foi de tequila e que gosto horrível, por um momento pensei que iria vomitar até minha alma, mas Maria me deu um copinho com um pouco de suco de limão que o gosto passou e eu senti meu corpo todo estremece com o efeito que isso causou. A noite estava apenas começando, embora eu não faça ideia de como eu irei estar amanhã, mas foda-se, pelo menos eu estou me divertindo um pouco.

— É verdade o que dizem por aí? — Uma mulher baixinha e sorridente perguntava enquanto colocava uma bandeja de petiscos na mesa. — Dizem que você é a preferida do Maurício, olha, se isso for verdade você pode se considerar uma sortuda do caralho.

— De onde vem os rumores? Até se eu quisesse isso jamais aconteceria. Ele é um cara mal que tem dinheiro, eu sou apenas sua empregada e nada mais que isso. Além disso, creio que ele também se importe com alguém que lhe faça se sentir bem, sem dúvidas eu não sou essa pessoa.

— Meu amor, se você soubesse o quanto os homens gostam de ser rejeitados, não ligaria pra isso. E se, está se referindo a sua beleza física, além disso você é uma bela mulher. Imagino que por trás dessas marcas há grandes histórias. Você é única. — Sem dúvidas ela já estava bêbada e parecia ser legal.

Sem dar ouvidos ao que ela dizia, eu estava tentando aproveitar o máximo de tudo aquilo. Dançando e cantando, enquanto umas já estavam chorando por motivos relacionados a namoro ou casamento. Lembrei de Agradecer por nunca ter que chorar por homem, sendo que eu acho que seria me difícil.

(...)

Maurício

Havíamos vasculhado todos os lugares da casa, inclusive o porão e nenhum sinal de Louise. Segurava sua pulseira enquanto meus cachorros farejaram seu cheiro, se ela estiver dentro do meu território eles irão achá-la.

— Ela pode estar com a Maria, ela também não estava no quarto ou estava? Então elas não devem ter ido muito longe.

— O problema é saber onde Maria está a essa hora. Já é quase uma hora da manhã, acha mesmo que as duas estão bem a essa hora da noite? Ela não tem o costume de sair, muito menos de beber, caralho.

— Calma aí Maurício, também não é pra tanto! A mina nem é nada sua, e se ela tiver ido embora o que você vai fazer? Colocar cartazes por aí oferecendo X quantia pra quem encontrar ela? Para e pensa um pouco, espera e caso ela não volte até a hora que a gente estiver de volta, aí sim a gente vai se aprofundar no assunto. Ela também é gente, precisa se divertir!

Roberto tem certeza razão, ela pode ter saído com Maria, mas o estranho é que não não vou consegui ficar em porra nenhuma enquanto eu não ver ela e ver que ela está bem. Mas, a vontade que eu tinha de sair foi totalmente por água abaixo.

— Não tem mais noite pra mim Roberto, acabou. Fica a vontade pra ir, mas eu não saio daqui até que as duas estejam de volta.

— Tudo bem, então eu também não vou. Mas se acha que um vou ficar aqui de cara limpa tá enganado. Opa, Samy tá me mandando mensagem, é amigão, acho que você vai ter que esperar por ela sozinho mesmo. — Roberto atendeu a ligação de Samy já andando em direção a saída.

Tirei toda roupa que havia colocado, baguncei o cabelo, peguei meu Notebook, uma garrafa de vinho e uma taça e sentei na varanda. A noite estava esfriando, então vesti um roupão e decidi esperar ela de olhos bem abertos, do Norely eu posso esperar qualquer coisa!

Norely

Meu filho carrega a maldita culpa por não ter acabado com a filha do miserável do Parkinson, se ele tivesse feito isso hoje estaria mais aliviado, mas não… pelo meu post de vista eu que irei terminar o que ele nem começou. A boate Norely's está com um clima agradável hoje, e quem resolveu aparecer foi apenas Roberto, sem a presença do Maurício o que me fez ficar surpreso.

— Olha só quem está aqui. E quem é esta jovem tão bela?

— Não encosta tira o olho! — Roberto sendo gentil como sempre.

Enfim… deixei todos curtirem a noite e fui atrás do James que já não estava mais no salão.

— O que está fazendo seu merda? Quer estragar tudo logo agora que eu já estou com tudo planejado? — Entrei no quarto e o peguei no flagra, carregando a minha arma e colocando alguns cartuchos no bolso. — Isso não é brinquedo de criança seu verme, larga isso antes que faça alguma beseita.

— Eu mesmo irei acabar com a vida daquele canalha meu pai, depois irei cercar a filha dele até que ela seja minha e por fim eu a matarei também. Será um favor que eu irei estar fazendo a família Martinz.

— Você não vai fazer isso nem hoje e nem nunca. Eu já me ferrei demais por sua causa, se quiser mesmo ajudar tenta falar com o Laerte e pedir a sua ajuda nisso. Ele é um grande conhecido do Maurício, quem sabe poderia facilitar as coisas pra nós um pouco!

— Laerte só tem interesse no que lhe convém, e se por acaso ele estivesse interessado nela também e se ele já a conhece? Você também parece que não pensa, pai.

James é o filho que eu deveria ter colocado em um abrigo assim que ele nasceu, mas eu não poderia imaginar que ele iria se tornar esse ser humano tão inútil e burro. O deixei falando sozinho e fui ao encontro de Dayane que já estava me esperando há um tempo lá fora.

(...)

Louise

Bebi um pouco de tudo que tinha nas mesas. Não faço ideia que que horas seja, mas já dá pra se notar que o dia está clareando.

— Maria, eu acho melhor a gente voltar antes do sol nascer. — Pedi, mas ela fez pouco caso e continuou dançando como se não houvesse amanhã.

— Relaxa Louise, a gente daqui a pouco vamos e além. Agora me diga, você não está se divertindo, em?

— Já me diverti o bastante, acho melhor eu parar por aqui antes que não tenha forças nem para ir embora.

— Tudo bem, eu vou me despedir das meninas e nós vamos.

O "despedir" de Maria durou mais de vinte minutos e eu me conheço, sabia que se eu continuasse ali não teria forças para voltar depois e então seríamos duas encrencadas. Olhando pelo lado bom ela é livre e pode sair a hora que bem entender, já eu…

Quanto mais eu caminhava, mais longo o caminho ficava. Eu estava cansada e com frio, estava vendo as coisas duplicadas e se não fosse os latidos dos cachorros eu não saberia para qual lado ir, enfim… entrei no meio das árvores, mesmo cambaleando eu aceitei o caminho e já estava quase lá.

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