Capítulo 09

Warren

Tudo o que eu não queria ver logo pela manhã era a mulher que passou a noite de maneira furtiva rodeando os meus pensamentos. Mesmo eu fugindo volta e meia o seu olhar vinha em minha mente, eu nunca fui um cara que acredita nessas coisas de amor a primeira vista e esse tipo de coisa clichê que até os meus amigos falam hoje em dia.

Mas me sinto intrigado com a força que a imagem dela vem em meus pensamentos, hoje o meu dia será bastante corrido, mas ainda assim eu não posso deixar de passar para saber como a minha avó está.

– tudo bem querida, só não esqueça do sigilo – ouço a voz da minha vó ao telefone assim que eu abro a porta, lembro do que Diana disse, eu acho estranho porque a doce Abby não é assim – Warren

– sigilo? – indago indo até ela para lhe abraçar, minha vó gosta de abraços, principalmente os meus, lhe beijo a testa em seguida me afasto indo até o sofá e me acomodando ali – desde quando usamos essa palavra nessa casa?

– ah se eu tivesse com a minha bengala aqui – diz olhando ao redor, não sei porque a usa, pois não precisa, ela vem até mim e se senta ao meu lado.

– vó? – reforço a pergunta quando noto que ela está tentando fugir do assunto – dona Abby Galanis.

– Não ouse – diz fazendo uma careta, minha vó tem descendência grega, mas não falamos muito nisso, o avô dela expulsou a minha bisavó por ter engravidado cedo de um americano, e então foi assim que ela veio parar em nova Iorque, o sobrenome Galanis é algo em que mesmo que ela não goste mantemos, pois sua mãe disse para nunca tira-lo porque era uma parte de quem nós somos – uma mulher pode ter seus segredos garoto.

– e como está o braço? – indago mudando de assunto, pois sei que mesmo que eu insista ela não dirá mais nada – a noite foi difícil?

– horrível meu neto – diz fazendo um bico e já sei que vem drama – não aguento mais ficar nessa casa sozinha, ainda mais nessa situação – minha vó diz e ela já fez curso de teatro, então eu nunca sei se está chorando de verdade, mas logo os seus olhos ficam avermelhados – estou pensando em convidar Diana para dormir comigo por uns dias.

– não vó – digo rapidamente, não sei porque a ideia me parece absurda

– porque não? – indaga desconfiada e sorrir – ela é linda não é ? – começa e eu reviro os olhos – sabia que ela quer ter filhos? Muitos deles

– porque é burra – digo e minha vó me olha de maneira indignada – vó a senhora sabe o que eu faço, sabia que não tem muito tempo salvamos umas crianças de serem vendidas pelo pai?

– meu Deus – diz espantada e se levanta – some da minha frente Warren – diz e eu reviro os olhos – essas coisas acontecem o tempo todo filho, infelizmente o mundo já não é mais o mesmo, porém se educarmos as nossas crianças e as mantivermos seguros elas viveram felizes.

– vó – eu começo mas somos interrompidos por uma batida na porta e noto que ela estava aberta me trazendo mais uma visão da Diana, usa um jeans diferente do outro, mas ainda assim não tão novo, uma blusa de tricô parecem ser o seu tipo de roupa preferida.

– desculpe incomoda-los – diz envergonhada, seus olhos em momento algum encontram os meus – mas está na hora da sua vitamina dona Abby.

– ah claro querida – minha vó diz com um sorriso enorme no rosto, de longe é possível perceber o quanto a minha vó simpatizou com a moça. Claro que ela só está aqui depois que eu passei um pente-fino sobre a sua vida – Warren, sabia que Diana ama os livros tanto quanto eu?

– a senhora não ama os livros vó, a senhora ama as promiscuidades que existem neles – digo e a menina arregala os olhos tanto quanto possível, o seu rosto esquenta até demais, certeza que ela é como a minha vó.

Imaginar o que a doce Diana pode fazer enquanto ler as partes quentes do livro faz o meu corpo esquentar, o meu membro pulsa querendo atenção, mas eu respiro fundo e mudo a minha linha de pensamento

– os livros vem para nos ensinar querido – minha vó diz percebendo a sua protegida sem fala – com ele nós aprendemos que um safado, um homem que não pensa em filhos pode mudar a opinião, assim – diz e estala os dedos com um sorriso maior do que eu já havia visto

–na verdade, eu acredito que as vezes eles não veem saída – Diana diz dando de ombros

– Como assim querida? – vó indaga curiosa

– veja bem, a maioria são pegos de surpresa, hoje em dias os livros mais lidos são aqueles de ceo, gravidez inesperada, filhos desconhecidos, a mocinha chega na vida do homem com uma criança alegando que é dele, e o que o ceo faz? Eles aceitam – diz dando de ombros – as vezes por não querer ser exposto, saindo como o cara que abandonou o filho, então não tem outra alternativa. Eles não querem filhos, deixam claro isso, e mudam de opinião quando não veem outra saída. Mas se pararmos para pensar ele só aceitou a paternidade porque foi algo imposto a ele, porque sabemos que se dependesse dele mesmo não existiria filhos.

– Mas ele não foi obrigado a aceitar, e vemos sempre no decorrer da história a transformação dele, vemos mudando de um cafajeste para um ótimo pai, e enxergamos o momento em que ele quer muito isso, filhos, casamento – minha vó diz e a menina concorda mais ainda parece pensar.

– mas eu não aceitaria, não acreditaria na mudança assim tão fácil, acho que eu parei de acreditar nesses romances bobos e não havia percebido – diz olhando para o tapete parecendo perdida em seus próprios pensamentos.

E agora eu estou perdido nos meus, e se isso um dia acontecesse comigo? Eu aceitaria facilmente, mudaria, ou permaneceria com a minha vontade absoluta?

Claro que eu não deixaria ninguém desamparado, mas eu realmente entraria na vida da criança? Pensando nisso olho para a menina perdida em pensamentos em seguida para o seu ventre, porr4 tô fodid0 só em pensar nisso.