Capítulo 08

Diana

Pela noite eu quase não dormir, a ansiedade estava presente em cada partícula do meu ser. Fiquei horas me perguntando se o bonitão mora com a avó ou se ele vai apenas visitá-la, mas o que isso tem a ver Diana?

Ele visitá-la ou morar com ela não fará a mínima diferença para mim. Pelo menos é isso que eu tento colocar em minha cabeça, não devo criar fantasias com ele em minha cabeça, Warren é altamente perigoso para mim, pois o mesmo é tão lindo quanto os mocinhos descrito nos livros, se não melhor.

Provavelmente ele deve ter alguém, e a mancha de batom em seu rosto confirma isso, vou me obrigar a não pensar mais nele, e isso não será difícil, não mesmo.

– filha tem um carro lá na frente esperando por você – o meu pai diz assim que eu entro em nossa pequena cozinha, eu concordo enquanto corro até ele para me despedi, já havíamos conversado que um motorista viria para me buscar, ele no inicio estranhou, afinal quem não estranharia?

– por favor pai, tome cuidado – eu peço olhando em seus olhos, ele sabe o que eu quero dizer por detrás dessa minha frase, ele balança a cabeça envergonhado mas no fim concorda sem dizer mais nada, Vou até o meu irmão e lhe abraço também – e você, se comporte.

Aviso, ele também já está arrumado para a aula, a vizinha quem cuida dessa parte, claro que mesmo ela negando, eu lhe ajudo com uma pequena quantia no final de cada mês, aliás ela quem cuida dele assim que ele chega da escola.

– bom dia senhorita Taylor – o motorista diz abrindo a porta para mim, eu fico envergonhada e digo que não precisava, os vizinhos que a maioria está saindo para o trabalho nos observam de maneira curiosa e provavelmente o meu nome vai estar na boca da vizinhança em breve.

No carro o homem de aparente quarenta anos se mantém em silêncio ele não falou comigo mais que o cumprimento formal, reparei na sua postura, ele parece está sempre atento a tudo, não só a direção, se eu pudesse adivinhar com certeza ele deve ser segurança também.

A mansão é simplesmente espetacular, é coisa de filme, e me surpreendo quando vejo a doce senhora Abby me esperando logo na entrada, subo as escadas de cabeça baixa bastante envergonhada.

– bom dia minha querida – diz um sorriso enorme em seu rosto, ela vem até mim e mais surpreendente ainda me abraça, assim que passa o susto eu retribuo seu abraço carinhoso.

– Bom dia senhora – sussurro assim que me afasto envergonhada, o seu abraço tem algo que eu nunca senti, afinal eu nunca tive uma vó, e a dois anos deixei de ter mãe, apesar de que ela não era muito carinhosa conosco, porém sua presença já bastava.

– nada de senhora minha querida, Abby, me chame de Abby – pede e nos leva até uma mesa posta com varias iguarias para o café – estava só lhe esperando para ter a sua companhia, precisamos conversar.

– Claro sen... quer dizer, Abby – me corrijo quando noto ela me encarando chateada, em seguida sorrir

– assim está melhor – diz se sentando e aponta a cadeira ao lado para que eu me sente também – vamos querida, tem que se alimentar bastante para o meu propósito.

– não entendi – indago confusa e a mulher fica branca como papel e logo volta a sorrir – qual proposito? – questiono e a ajudo a se servir.

– ah não se preocupe querida – diz balançando a mão direita como se não fosse nada, a outra está enfaixada por conta da torção, o medico disse que com quinze dias é para tira-la – quero conversar sobre exames.

– A senhora – digo e começo a me envergonhar, pois eu não lembro a ultima vez em que eu tive tempo de fazer.

– não se preocupe minha querida, levarei você na clinica mais prestigiada de nova Iorque – ela diz com um sorriso enorme, tomamos o nosso café apesar de eu avisar que não queria, mas essa senhora ela consegue tudo o que quer com a sua carinha de senhora simpática.

Assim como ontem conversamos bastante, ela me perguntou duas vezes se eu tinha namorado, claro que eu fui sincera sobre nunca ter um namorado, essa senhora tem o poder de me fazer querer me confessar, é impossível mentir olhando nos seus olhos azuis escuros como o do neto.

– onde está a minha vó? – ouço um voz imponente e grossa atras de mim e tomo um completo susto que quase eu caio na piscina. Estranhamente após o café a senhorinha disse que tinha uma ligação importante e secreta para fazer, pediu que eu conhecesse a piscina ou fosse para o jardim.

– está na biblioteca, disse que tinha uma ligação importante para fazer e pediu que eu ficasse aqui – respondo evitando olhar em seus olhos, ouço ele respirar fundo impaciente.

– eu pensei que o seu trabalho fosse fazer companhia a ela – diz de modo seco e eu o encaro confusa.

– Ela é perfeitamente capaz de ficar uns instantes sozinha para fazer a ligação que deseja – digo áspera, esse homem ao mesmo tempo que me deixa fascinada me deixa completamente enraivecida, ao mesmo tempo que eu quero ser eu, ser a menina doce de sempre eu sinto uma vontade absurda de confrontá-lo.

– eu sei, me desculpe – diz me olha por mais uns instantes e vai embora, só então me dou conta de que o meu coração disparou, e eu tenho certeza que foi somente por vê-lo, consegui notar que os seus olhos estavam ainda mais intensos que ontem, os cabelos ainda úmido como se ele tivesse tomado um banho e saído às pressas para ver a avó, inspiro o ar e consigo sentir o cheiro amadeirado do seu perfume e a loção pós barba.