Capítulo 06

Warren

Se tem uma coisa no mundo todo que vira a minha vida de cabeça para baixo por completo é qualquer coisa ligada a minha vó. Quando eu me vi preso em um feitiço daquela mulher que Flora chama de princesa, mas para mim eu acredito que ela seja uma bruxa, a mulher me prendeu em seus olhos de uma forma que parecia impossível de escapar.

Ou talvez o fato de eu não querer escapar tenha dificultado um pouco para mim, é difícil lutar consigo mesmo. o castanho dos seus olhos tinha uma espécie de encanto que me implorava para que eu chegasse mais perto dela e inalasse a fragrância do seu perfume, tenho impressão de que os seus cabelos tem um cheiro de chocolate, eu odeio chocolate mas eu me vi querendo mergulhar o meu nariz em seus fios e inalar forte a sua fragrância.

Saio dos meus pensamentos quando o sinal fecha, mas eu olho para os lados e vejo que ainda é possível ultrapassá-lo e assim eu faço fazendo com que a mulher teimosa no banco de trás grite assustada.

Eu poderia parar agora e pedir para ela descer do carro, mas pela mensagem que eu li é impossível que eu perca qualquer segundo, o mordomo da mansão de minha vó avisou que ela caiu da escada da biblioteca, local em que ela ama passar algumas horas. Ele avisou que ela está sendo encaminhada para o hospital, e esse fato me deixou ainda mais alarmado porque deve ter sido muito grave afinal, ela é uma senhora de oitenta e dois anos.

– por que estamos no hospital? – a bruxa diz me seguindo quero virar e pedir para que vá embora, mas porque não consigo? Eu a ignoro e sigo para dentro do hospital na recepção encontro o mordomo.

– Brendan onde está a minha vó? – indago quando me aproximo do homem que me viu crescer, já ouvi coisas de que a minha mãe teve um caso com o homem de sessenta anos em minha frente, nunca procurei saber se era verdade, e além do mais ela já não está mais entre nós.

– Senhor, me perdoe pela mensagem – ele diz e eu franzo o cenho e ele olha para o chão envergonhado.

– Vamos homem, diga sem enrolação – peço e ele concorda me indicando o corredor dos quartos provavelmente nos levando até onde a minha vó está. Só vou relaxar quando eu ver que ela está bem.

– ela caiu do primeiro degrau da escada, não foi uma queda feia, graças ao senhor a sala é domada por tapetes macio que amorteceram a queda, ela teve apenas uma pequena torção no punho do braço esquerdo por ter tentado se apoiar – ele diz e eu finalmente respiro mais calmo, na idade dela qualquer queda pode ser muito grave.

Apesar de eu ser um teimoso em negar alguns dos seus pedidos eu amo a minha vó, ela é o que eu tenho de mais valioso. Contudo assim como eu, minha vó é teimosa eu diria que até mais, e por isso eu tenho medo de que ela não desista tão cedo da ideia de eu lhe dar bisnetos, e que com toda essa insistência ela acabe ficando depressiva.

– Obrigada minha jovem – paro de conversar com o mordomo quando eu ouço a voz da minha vó e fico petrificado com a cena, A mulher Diana a qual eu finjo não lembrar o nome está segurando um copo com água que a minha vó lhe entrega. É por isso que eu a chamo de bruxa, até a minha vó ela já enfeitiçou.

– De nada senhora – diz sorrindo docemente para a minha vó que assim que me olha os seus olhos brilham. Eu não gosto que pessoas além dos meus amigos saibam sobre a minha vó, isso a colocaria em perigo, tenho certeza que muitos homens que eu já coloquei na cadeia adorariam se beneficiar de uma informação dessa.

– Louis Warren – minha vó chama fazendo um biquinho porque sabe que será repreendida, eu me aproximo dela e lhe abraço apertado e ela devolve como pode – não ouse.

– Vovó – eu a repreendo mesmo assim e ela revira os olhos, desconheço pessoa mais teimosa que ela, graças a deus sua bengala não está por perto – o que já falamos sobre agir como uma adolescente?

– Está me chamando de velha menino? – indaga com sua voz severa, eu a mantenho em meus braços enormes como se eu pudesse protege-la dela mesmo.

– Não vó, mas se a senhora precisar de um livro que esteja em uma prateleira no alto peça para que alguém pegue – eu aviso e ela concorda encarando com curiosidade a minha “acompanhante” – Essa é Daiana – apresento ou a minha vó não a deixara em paz.

– é Diana Senhor Warner – me corrige errando o meu nome de proposito assim como eu faço com o dela.

– Warner – minha vó diz caindo na gargalhada, era só o que me faltava, eu rosno e a minha vó para de rir – garota eu gostei de você, não é uma daquelas moças que amanhecem no apartamento do meu neto, não é?

– está repreendido senhora – diz batendo na parede e minha vó sorrir orgulhosa e eu me sinto insultado – ele nem é bonito – a bruxa diz dando de ombros. Eu não sou bonito? Gargalho sabendo que ela mentiu, ainda mais a forma como cora lhe entrega.

– Nisso temos que discordar, o meu neto é lindo, e é um homem de princípios sabia? – começa a dizer e eu já até imagino onde isso vai parar – sonha em se casar com uma mulher honrada e ter muitos filhos.

– Vovó – rosno a repreendendo, porém ela me ignora

– Você quer ter filhos querida? – minha vó pergunta e infelizmente, ou surpreendentemente a bruxa abre o maior sorriso que deu hoje.

– Ah sim senhora – diz sonhadora e a tristeza parece voltar para os seus olhos – mas parece que todos os meus sonhos estão distante.

– por que diz isso filha? – minha vó pergunta me afastando para que eu saia de perto dela e estende a mão para que a menina dos olhos de mel sente ao seu lado, assim ela faz mas não sem antes olhar para mim envergonhada, e eu fico louco para tira-la daqui.

– Vó nós temos que ir, eu a encontrei por um acaso, ela trabalhava na escola em que a Flora estuda, por um mal intendido ela foi demitida, e eu me ofereci para lhe dar uma carona – esclareço e a minha vó parece penalizada pela situação da moça.

Ela assim como eu sempre teve atitudes simples pois veio de família humilde, diferente do meu avô, minha vó conversa com todos e gosta de fazer amizades não ligando para quanto de dinheiro a pessoa tem no bolso ou no banco.

– se está com esse rostinho triste por falta de emprego pode colocar um sorriso, acabou de encontrar um – minha vó diz sorrindo deixando tanto eu quanto a menina dos olhos cor de mel surpresos – isso se você não se importar em ser acompanhante dessa humilde senhora.

Minha vó diz e pisca para mim, tenho a sensação de que ela vai aprontar e que é para eu manter a Diana o mais longe dela possível, mas eu não posso ir contra uma decisão da minha vó em ajudar a moça.

A menina me olha como se pedisse uma autorização minha, não sei oque acontece comigo que me vejo concordando com uma sandices dessas.

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