Capítulo 04

Warren

Ainda estou olhando para a mulher que anda a passos rápidos, ela parece alheia a tudo e a todos, agora usa tênis e calça jeans que eu tenho certeza de que já passou por muitas lavagens, mesmo de longe já é possível ver o quão desbotado já está. E por que diabos eu ainda a estou encarando?

– Você não entendeu porque ainda é só uma criança, eu não posso usar o meu distintivo para resolver esse tipo de situação, o meu trabalho poderia colocá-la em risco, então nem o pessoal do meu trabalho sabe sobre vocês e nem sobre nada da minha vida – eu aviso e ela cruzar os braços fazendo um bico enorme, ah é assim que ela conquista as coisas do babaca do pai, porque Nadine tem o pulso firme e não se deixa ser chantageada por esse pedacinho de gente. Entro no assento do motorista coloco o meu cinto e ligo o carro – nem adianta fazer biquinho, você ainda é uma criança, e a certos assuntos que só adultos podem resolver.

– Olha a princesa Diana – diz arregalando os olhos não ligando muito para a minha explicação, ela começa a bater no vidro do carro, era só o que faltava, infelizmente o caminho que a moça estava indo era o mesmo que o meu, o retorno era logo mais à frente.

– Pare de bater no vidro do carro, você é uma criança comportada – digo ainda dirigindo e paro no sinal mais a frente

– Podemos oferecer uma carona para ela? – ela pede e olha para trás ainda tentando olhar a moça – ela está triste? Por que ela está triste?

É por isso que eu não convivo com crianças, muitas perguntas e muitos porquês, não sabem apenas obedecer, sempre tem que questionar. E além de tudo tem a birra. Esfrego os olhos odiando Dylan nesse momento e abro o vidro assim que a mulher passa ao meu lado.

– Entre no carro – peço sem paciência, tenho que acompanhar a transferência de um presidiário em uma hora e não tenho muito tempo para enrolação.

– Eu não tenho nada de valor mais pode levar a minha bolsa, só não me mate por favor – ela diz com as mãos levantadas e franzo o cenho e quase gargalho quando entendo a situação, pelo menos é bem instruída a não reagir.

– Eu não vou te sequestrar, matar ou roubar você – aviso e ela pouco a pouco abre os olhos castanhos como o mel e então reconhecimento passa por seus olhos, outra coisa que ela faz que não passa despercebido por mim ela lambe os lábios como se os tivesse secos em seguida os morde.

– Princesa Diana – Flora começa a chamar no banco de trás e a mulher olha para ela com a porr4 do sorriso mais lindo que eu já presenciei em minha vida. No instante que seus olhos encontram da joaninha no banco de trás eles brilham como se perder o emprego não tivesse a abalado, o seu sorriso se ilumina de um jeito genuíno – vamos com a gente.

– Eu não quero incomoda-lo senhor – ela diz para mim olhando em meus olhos em seguida abaixa a cabeça, a forma como o senhor saiu dos seus lábios enviou um alerta para o meu p4u que instintivamente se ergueu, mas eu logo tratei de ignora-lo.

– Vamos fazer o seguinte, eu estou atrasado e conforme ficaremos nesse joguinho de eu mandar e você fingir que não quer obedecer só fará com que eu me atrase mais e não iremos a lugar algum com isso – inquiro mostrando a minha impaciência é como eu disse, eu odeio jogos e odeio mais ainda não ser obedecido – portanto entre e coloque o seu endereço no meu gps.

Ela olha para trás como se fosse contestar, mas quando o seu olhar se encontra com o meu noto o quanto está furiosa, mas é gentil demais e ainda mais dócil para contestar principalmente quando Flora começa a pedir para ela entrar e os carros atras começam a buzinar freneticamente.

Eu queria que ela negasse, que ela abrisse a boca e impor a sua vontade, mas ela não faz, ela abaixa a cabeça e concorda dando a volta no carro e se sentando ao lado da Flora como se eu fosse o motorista delas, era só o que me faltava.

Quando eu a encaro ela me olha e vejo um vislumbre de um sorriso como se ela me instigasse a desafiá-la, como se quisesse me ver ordenando que eu a coloque ao meu lado, mas como eu disse, odeio jogos, então só peço o endereço e vejo que mora longe, no Bronx em uma área não muito perigosa, mas também péssima para morar e levar uma criança.

– Vamos passar primeiro na casa de Flora e deixá-la lá e em segurança – eu aviso e ela revira os olhos sabendo da minha indireta. Ela teve a coragem de revirar os olhos para mim.

Além de mexer comigo e meus instintos ela é corajosa e parece que tem tendência em querer me desafiar. Não vejo a hora de deixá-la em seu endereço para nunca mais nos vermos.

Pelo menos é isso que eu quero

Louis Warren

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