Capítulo 13

— Não vejo porque disso, minha filha não precisa sair de casa pra desenhar e dormir...

— Eles não desenham e dormem, eles aprendem a ter classe. — Disse Igor a mirando.

— Educação é o que ela mais tem, eu posso ensiná-la tudo que se aprende em uma escolinha. — Disse Rafa zangada.

— Escute o que vou te dizer Rafaela, eu...

— Ótimo, o jantar está terminado, Sandra leve Clara pra assistir desenhos na sala. — Disse Paola.

-Sim vovó... Vem comigo Clarinha... — Pegando na mãozinha dela.

— Qual o problema de vocês dois? — Perguntou Paola indignada. — Escutem bem o que vou dizer, não quero saber de discussões na hora do almoço, jantar ou café da manhã, resolvam as suas diferenças no quarto, e de preferência a portas fechadas...

— Mas, isso é ridículo ele é...

— Já chega Rafaela, espero que tenham entendido o que eu disse. — Disse Paola séria saindo da mesa.

-Acho que vocês já entenderam mamãe... — Disse Fabi segurando o riso.

— Vou levar a minha filha para o quarto. — Disse Rafaela levantando.

— Vejo que a relação entre vocês é bem complicada. — Disse Fabi séria.

— Você não viu nada Fabi, às vezes me da vontade de enforcá-la... — Disse ele bebendo o vinho todo de uma vez.

— Tenho certeza que ela pensa o mesmo, eu não acho certo ficarem mostrando os dentes na frente da filha de vocês. — Disse Fabi balançando a cabeça. — Você não é um anjo Igor, podia mudar o seu geniozinho nervoso...

— Estou cansado, e acho que ainda vai haver uma grande briga no quarto... — Se levantando.

— Não acredito que vão dormir juntos... — Disse Fabi rindo.

— Vai ser do jeito que eu quero, e eu quero assim. — Esclareceu ele.

— Se precisar de ajuda... Não conte comigo... -Se retirou ela rindo.

Rafaela colocou a sua pequena pra dormir, elas sempre rezavam juntas, Clara deitou-se e abraçou sua antiga boneca de pano, que pertenceu à Rafa e fechou os olhinhos.

— Boa noite minha anjinha... — Beijando a filha e ligando o abajur.

— Mamãe... — Chamou ela fazendo bico.

— O que foi, meu amor? — Abaixando na frente dela.

— Não quelo mimi sozinha... — Abraçando a mãe.

— A mamãe está aqui do lado, meu amor... — A abraçando forte.

— Mas, eu quelo mimi com voxe... — Começando a chorar.

— Olhe pra mamãe meu amor... — A deitando na cama.

-Está vendo aquela porta, é só você abri-la e eu vou estar lá com o seu... Papai... — Tirando a correntinha.

— Mas, se você sentir saudade da mamãe é só apertar a correntinha está bem... — Colocando a correntinha nela.

— Quelo vê o meu papai... — Pediu ela tristinha.

— Está bem, vou chamá-lo pra você. — Lhe dando um beijo e saindo.

Rafaela o encontrou no quarto, só de toalha, o que a deixou atordoada e com calor. Ele a viu entrar e fez questão de deixar a toalha cair na frente dela.

"Força Rafaela, ele não é todo beleza… ".

Igor vestiu a cueca boxer branca sem nenhum problema, fingindo não notar a presença dela no quarto.

— Igor... . — Disse ela engolindo seco.

— Faz muito tempo que está aí? — Perguntou ele colocando o roupão.

— É... Não... Vim avisá-lo que a nossa filha quer vê-lo antes de dormir... — Disse ela entrando no closet.

— Já estou indo para o quarto dela... — Saindo.

Rafaela encostou-se na parede respirando fundo, tudo que queria era se jogar nos braços dele, mas, tinha que ouvir a razão e não o coração. Igor entrou no quarto da filha e a encontrou encolhida abraçada a boneca.

— Amorzinho... — Disse ele sentando-se ao lado dela.

— Papai... Medo papai... — O abraçando forte.

— Medo de que filha? — Perguntou ele acariciando os cabelos dela.

— Quelo mimi com voxe e a minha mamãe... — Pediu ela agarrado-se a ele.

— Não pode, meu amor... — Disse ele suavemente. — Deita aqui pequena... — A deitando na cama. — Papai promete uma coisa pra você...

— O quê? — Perguntou ela o olhando.

— Prometo ficar aqui pra te proteger, até você dormir... — Sussurrou ele sentando-se ao lado da cama no chão.

— Pomete papai? — Perguntou ela baixinho.

— Prometo... Agora feche os olhinhos... — Lhe dando um beijo e a cobrindo.

Rafaela viu a cena pela porta entreaberta e ficou emocionada, Igor estava sendo um pai maravilhoso, carinhoso e compreensivo com a filha, não tinha a menor possibilidade de separar Clara do pai depois de tudo que estava acontecendo. Rafaela aproveitou que Igor estava com a filha e foi tomar um banho, estava tensa e queria relaxar debaixo de uma ducha quente.

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— Mamãe, mas, essa situação está até engraçada... — Disse Fabi rindo.

— Não tem graça Fabi, Igor e Rafa não podem continuar assim. — Disse Paola passando um gel relaxante no rosto.

— Eu também acho isso, você acha que Igor ainda sente tudo que aconteceu? — Perguntou Fabi séria.

-Sim, Fabi... Eu conversei com ele hoje e vi o quanto ainda está magoado. — Disse Paola triste.

— Mas, ele tem que entender que Rafa não pode pagar pelos erros do passado... — Disse Fabi alterada.

— Fique calma querida, ele vai entender isso, vai ver que está sendo injusto com Rafaela. — Se sentando no sofá. — Só espero que não seja tarde demais...

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Igor esperou até que a filha pegasse no sono, lhe deu um beijo na testa e saiu do quarto. Entrou no seu quarto e encontrou Rafa vestindo uma camisola verde água, não era muito provocante, era rendada no decote, de cetim e ia até um pouco acima dos joelhos, os cabelos sedosos caiam-lhe pelas costas em uma cascata, ela estava encantadora aos olhos dele. Igor caminhou até ela e tocou-lhe os cabelos.

— Está lindíssima... — Sussurrou ele sentindo o cheiro dos cabelos escuros.

-Minha filha já dormiu? — Perguntou Rafaela se desvencilhando dele.

— Já... Ela parece ter o sono pesado... -Disse observando as curvas dela.

— Sim, ela dorme a noite toda... — Disse Rafaela inquieta.

— Isso é ótimo, você não acha... — Se aproximando dela.

— Claro... Isso é ótimo... Caso eu quebre o jarro de flores na sua cabeça, ela nem vai notar... — Se afastando dele.

— Não precisa de violência, eu não sou do tipo que curte tapas e ofensas... — Sorrindo com ironia.

— Não se aproxime mais!-Disse ela procurando algo pra jogar nele. — Eu... Eu te bato com... Isso... — Levantando o telefone.

— Bom... Te confesso que nunca levei telefonadas na cabeça, mas, não deve doer muito... — Se aproximando mais dela.

— Igor, eu estou avisando que... — Caindo na cama.

— Você também quer... — Subindo em cima dela. -Sua pele está pedindo pela minha... — Subindo as mãos nas coxas dela.

— Me solte... Eu não quero... — Pediu ela tentando se levantar.

— Pare de bancar a difícil... Vai ser gostoso... — Beijando o pescoço dela.

— Pare com isso... — O empurrando. — Eu não quero que você me toque, seu... Animal...

— Cale a boca... — A segurando pelos cabelos. -Vou te mostrar o animal que existe dentro de mim...

— Não! — Gritou ela debatendo-se.

— Quieta! — Ordenou ele segurando-a com mais força.

— Ah! Está me machucando... — Disse ela assustada.

— Se não ficar quieta, vai ser muito pior... — Disse ele descendo as alças da camisola.

-Eu te odeio... — Tentando pegar o telefone.

— E eu adoro o seu corpo... — Beijando o colo dela.

— Me deixe em paz... — Pegando o telefone e o acertando na cabeça.

— Ai! — A soltando. — Está louca? — Perguntou ele esfregando a cabeça. -Está agindo como uma criança pare de se fazer de santa Rafaela, depois de mim uma fila de homens já esquentou a sua cama. — Disse ele a fuzilando com o olhar.

— Você é repugnante! — Acertando-lhe um tapa.

— Maldita! — Revidando com um tapa violento.

— Ah! — Colocando a mão no rosto marcado.

-Está vendo o que me faz fazer?! — Gritou ele saindo do quarto.

"Ele me bateu... Como pode ter feito isso comigo."

Paola e Fabi ficaram preocupadas com os gritos, Fabiana foi ao quarto das meninas ver se nenhuma delas acordou, Paola viu Igor sair feito um diabo do quarto e ficou preocupada com Rafaela.

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