Capítulo 3

Após fazer o cadastro de Clara e a deixar com Fabiana, elas foram para o trabalho, Rafa se deu muito bem com a patroa, era responsável pela higiene do local, tinha que trocar as toalhas, limpar o chão e servir cafezinho as fraquezas. Na hora do almoço ela e Júlia sentaram-se para conversar.

— E então, como foi? — Perguntou Júlia sorrindo.

— Foi ótimo, mas, estou morrendo de saudade da minha pequena. — Disse Rafaela com um sorriso triste.

— Ela vai ficar bem Rafa. — Disse Júlia sorrindo.

— Rafaela, recebi um telefonema, parece que Clara sofreu um acidente na creche. — Disse Sr.ª Hilda séria.

— Como? O que houve com a minha filhinha? — Perguntou Rafaela desesperada.

— Calma Rafa... — A segurando. — Para onde ela foi levada?

— Para o hospital particular, eu sinto muito. — Disse Sr.ª Hilda antes de sair.

- Minha filha, Júlia vamos... -Disse saindo apressada.

Rafaela saiu apressada e chegou ao hospital o mais depressa que pôde. Deu o seu nome na recepção e foi encaminhada ao quarto onde a sua pequena estava.

— Quelo a minha mamãe... — Pedia Clara chorando.

— Fique calma, a sua mamãe vai chegar... — Pedia a enfermeira tentando acalmá-la.

— Clara... — Disse Rafaela entrando desesperada. - Minha anjinha...

— Mamãe... — Abraçando forte a mãe. — Dói mamãe...

— Onde dói, meu amorzinho? — Perguntou ela vendo a perninha engessada. — Onde você fez esse dodói, meu amor? — Perguntou acariciando o rostinho dela.

— No paquinho... -Disse chorando. — Fica ati mamãe...

— A mamãe vai ficar, minha lindinha, fica quietinha agora está bem... — Cobrindo a filha e sentando-se ao lado dela a acariciando. — Ela vai ficar bem, ela sofreu mais alguma coisa? — Perguntou Rafaela preocupada.

— Não senhora, ela vai ficar bem, outra enfermeira virá medicá-la contra a dor daqui a pouco. — Disse a enfermeira sorrindo.

— Obrigada... Mai, eu não tenho condições de pagar o hospital. — Disse Rafa, olhando a filha começar a dormir tranquila.

— Não se preocupe, a dona da creche da cobriu os gastos. — Disse a enfermeira antes de sair.

— Que susto você deu na mamãe, meu amor. — Sussurrou Rafa, dando um beijinho na filha e saindo do quarto.

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O hospital estava vazio e Igor sem nada pra fazer, então resolveu visitar a senhora Emerson, uma senhora exigente e chata, que levou um tombo da árvore ao tentar pegar o seu gato. Não sabia ao certo onde era o quarto dela, então arriscou uma porta. O quarto era o da pequena Clara. Igor entrou e ficou olhando para o pequeno rostinho, parecia um anjinho caído do céu.

"Parece que já a vi em algum lugar".

Clara mexeu-se um pouco e abriu os olhos, deixando Igor encantado com o azul da cor do céu no olhar da menina.

— Papai... — Disse ela abrindo um grande sorriso. — Papai, voxe veio...

Igor ficou espantado com aquela criaturinha o chamando de papai, e mais espantado ainda ao notar o brilho que ela trazia no olhar.

— Não, eu não sou seu pai... — Disse Igor sorrindo pra menina.

— Papai eu tenho uma foto, minha mamãe me deu... — Disse ela tentando se levantar.

— Não se mecha pequena, não pode... — Disse ele deitando-a novamente.

— Não papai, ali, pega... — Apontando pra a sua calça dobrada no sofá.

— Que tal, se você tentasse dormir novamente? — Perguntou ele sorrindo.

— Pega a foto papai... — Pediu ela sorrindo e apontando pra calça.

Igor estava começando a achar graça naquela situação, então fez o que a menina pediu, encontrou um papel todo amassado no pequeno bolso da calça.

"Uma foto minha, mas, porque ela tem uma foto minha no bolso da calça?".

— Vem cá papai... — Pediu ela sorrindo.

— Como você se chama, pequena? — Perguntou ele aproximando-se dela.

— Clara, e voxe é Igo, não é papai? — Perguntou ela contente.

— Onde está a sua mãe, Clara? — Perguntou ele, começando a estranhar aquilo.

— Não sei... Eu quelo a minha mamãe... — Disse ela triste.

-Como a sua mãe se chama? — Perguntou se sentando ao lado dela.

-Minha mamãe é Afaela... -Disse sorrindo.

— Afaela... Rafaela! — Exclamou ele assustado.

"Não, não pode ser, faz muito tempo, ela teria me dito se estivesse grávida. Mas, Clara é muito parecida comigo, não é possível, ela não pode ser minha filha".

— Já está acordada, minha anjinha... — Disse Rafaela entrando com uma bandeja. — A mamãe trouxe suquinho de abacaxi e bolo pra você. — Se sentando ao lado dela.

— Olha mamãe, meu papai veio... — Disse a menina apontando para Igor no canto do quarto.

Rafaela virou-se assustada, não sabia que tinha mais alguém no quarto.

"Igor, não pode ser, isso não pode estar acontecendo comigo".

Os seus olhos encontraram-se e um sentimento adormecido acordou no coração dela, ainda continuava a amar aquele homem. Igor olhava pra ela sem acreditar no que via, a mulher cheia de vida que ele conheceu não existia mais, muita coisa mudou.

— Viu só mamãe, ele é lindão... — Disse Clara sorrindo.

— Tome o suquinho, Clara... — Disse Rafaela atordoada.

-Acho que você tem muito a me dizer Rafaela. — Disse Igor nervoso.

-Trouxe bolo de chocolate com cobertura, que você gosta... -Disse ela fingindo que não ouviu.

-Olhe pra mim... -Exigiu ele a segurando pelo braço. -Como pôde fazer isso? -Perguntou ele a fuzilando com o olhar.

-Me solte... Vamos conversar lá fora... -Sussurrou ela trêmula. -A mamãe já volta minha querida.

-Sim... Tchau papai... -Disse ela com a boca cheia.

Igor a levou pra fora do quarto, a segurando forte pelo braço, estava furioso com ela, era pai de uma garotinha e só agora soube disso.

— Solte-me! — Gritou Rafaela trêmula.

— Você não tinha esse direito! — Gritou Igor nervoso.

— Eu tinha os meus motivos, e você não é ninguém pra abrir essa sua boca! — Gritou ela descontrolada.

— Clara é minha filha, Rafaela? — Perguntou ele arfando.

— Eu nunca precisei da sua ajuda, e não vai ser agora...

— Não é isso que eu perguntei Rafaela... — A segurando pelos ombros. — Ela é ou não a minha filha? — Perguntou ele a sacudindo.

— Ela é minha filha, Igor, só a minha filha! — Gritou ela zangada.

-Escute bem o que vou te dizer sua maldita, eu vou fazer o que for preciso pra tirar minha filha de você... -Disse ele descontrolado. -Eu sou pai dela e é comigo que ela vai ficar...

— Cale a boca! — Gritou Rafaela dando-lhe um forte tapa no rosto. — Não chegue perto da minha filha, Valastro, eu mato você se for preciso. — Entrando no quarto e trancando a porta.

— Mamãe eu comi tudinho... — Disse Clara sorrindo. — Ta cholando mamãe?

-Não minha anjinha... -Abraçando a filha. -Abrace forte a mamãe meu amorzinho...

— Não chola mamãe... — Disse Clara abraçando forte a mãe.

-Me prometa uma coisa filha...

-Pomete o que mamãe? -Perguntou a garotinha, passando a mãozinha no rosto da mãe.

— Promete que nunca vai esquecer a mamãe? — Perguntou Rafa segurando o rostinho da filha.

-Pometo mamãe...

— Promete que não vai deixar a mamãe sozinha? — Perguntou Rafaela com medo.

— Pometo mamãe... -Disse abraçando a mãe. — Não chola mais mamãe...

_______________________________________________________

Igor foi direto pra sua sala e bateu a porta com toda força, estava com raiva de Rafaela, mas, não podia negar que tinha uma parcela de culpa na história.

— O que foi Igor? — Perguntou à loira entrando assustada na sala.

-Nada Fabiana, o que você quer? -Perguntou ele arisco.

-Igor, eu sou sua irmã e nós sempre nos demos muito bem, o que está havendo? -Perguntou ela se sentando na cadeira a frente dele.

— Acabei de descobrir que sou pai Fabi... — Disse ele jogando-se na cadeira.

— Co... Como? — Perguntou ela gaguejando.

— É isso mesmo Fabi, sou pai de uma garotinha linda... — Disse ele cobrindo o rosto com as mãos.

— Carla ficou grávida de você durante esse tempo e...

— Não Fabi, você não conhece a mãe da minha filha. — Disse ele sério. — Ela foi uma aventura do passado...

— Mas, e aí como vai fazer? — Perguntou ela assustada com tudo.

-Não sei, mas, agora que sei que é minha filha quero ficar com ela... -Explicou ele mexendo no lápis.

— A mãe dela contou pra ela sobre você?

-Parece que sim, porque a menina me chamou de papai... -Disse começando a sorrir.

— Bom, talvez ela não seja sua. — Disse Fabi séria.

— Ela é a minha cara Fabi, tem os cabelos loiros como os seus, grandes olhos azuis como os meus e...

— Ah! — Gritou Fabi.

-O que é Fabiana? -Disse Igor colocando a mão no peito. -Você quer me matar?

-Ai Igor, jura que ela tem olhos azuis, ela deve ser linda... -Disse a loira sorrindo.

— Ela é linda sim... Mas, o que você está fazendo aqui? — Perguntou Igor estranhando a presença da irmã.

— Vim trazer uma garotinha que se machucou na creche, ela quebrou a perna, mas, parece ser só isso, graças a Deus. — Disse Fabi sorrindo.

-Minha filha também quebrou a perna... — Disse Igor estranhando.

— Jura, que coincidência, e o mais engraçado é que Clara tem os olhos azuis.

— Clara? Você disse Clara? — Perguntou Igor sorrindo. — É a minha filha, Fabi, Clara é a minha filha.

— Clara é sua filha Igor? Oh! Igor, é a garotinha mais linda que eu já vi. — Disse ela sorrindo. — E ela é tão apegada à mãe, tão amorosa...

-Esse é o problema Fabi, se eu quiser minha filha comigo, a mãe dela vai ter que ir junto.

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Comments

Maria De Fatima Carvalho

Maria De Fatima Carvalho

aí não deixa elas sofrerem não

2024-05-07

1

JACYARA SANTOS SANTANA

JACYARA SANTOS SANTANA

vdd...tem muutos livros q Eu ñ terminei de ler pq ñ tem final😥

2024-03-23

3

Adriana Vencel

Adriana Vencel

esse livro tem final? está sendo ótimo ler, mais preciso saber se tem final,cansei de ler só metade, não sei se são seus ,mais é muito ruim

2024-03-09

3

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