Capítulo 4

Disse ele inconformado.

— Ela não podia ter me escondido isso durante tanto tempo.

— Clara tem três aninhos, ainda precisa muito da mãe. — Disse Fabiana séria.

-Minha filha não vai viver numa creche, ela vai ter tudo de melhor... — Disse Igor indignado.

— Você vai ter que conversar com Rafaela...

— Ela não tem escolha Fabi, ou ela me entrega minha filha e vem junto, ou eu brigo pela guarda dela, na justiça. — Disse ele sério.

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O médico pediatra avisou que Clara já podia ir pra casa. Rafaela contou a Júlia tudo que aconteceu, e elas arrumaram tudo pra sair o mais rápido possível. Quando chegaram ao prédio, Rafaela pôde respirar com mais tranquilidade.

— Mamãe, eu quelia o meu papai... — Disse Clara brincando de boneca na cama.

— Eu sei, meu amorzinho, mas, o seu papai é muito ocupado... — Disse Rafa nervosa com tudo aquilo.

— Rafaela, acho que ele já descobriu onde vocês moram... — Disse Júlia entrando no ap.

— Ele está aqui, Júlia? — Perguntou Rafaela assustada.

— Está... E parece que não a intenção de ir embora. — Disse ela séria.

— O que eu vou fazer meu Deus... — Disse Rafa esgotada.

— Eu fico aqui com a Clarinha, e você desce e vai lá falar com ele. — Disse Júlia a mão da amiga. — Vai dar tudo certo Rafa, você é mãe da Clara e ela te ama demais, ele tem dinheiro, mas, não pode comprar o amor da filha...

— Obrigada Mai... — Disse Rafaela respirando fundo e saindo.

"Ele tem que me escutar, tem que me entender, está mais lindo que antes, mas, eu preciso aceitar que ele jamais vai corresponder ao meu amor, e eu o odeio por isso".

Rafaela desceu apreensiva, não tinha as mesmas armas que Igor, e com apenas uma jogada ele ganhava o jogo.

— Quero conversar com você Rafaela. — Disse ele sério e calmo.

— Podemos conversar em outro lugar então? — Perguntou ela.

— Claro, vamos no meu carro... — Se encaminhando para o carro.

O clima era constrangedor e frio, Rafaela não se atrevia a olhar para Igor, e ele também não tinha coragem de encará-la.

"Ela está mudada, mas, ainda posso sentir o mesmo perfume doce e feminino, ainda me sinto atraído por ela".

Igor a levou a um restaurante um tanto sofisticado, Rafaela sentiu-se embaraçada no meio de tanto luxo com as suas roupas usadas.

— Traga um uísque pra mim e um suco de maracujá pra ela... — Pediu Igor ao garçom. -Acho que você pode começar, me explicando o porquê de não ter me dito nada. — Disse ele a encarando.

— Não a muito que explicar Valastro, você só precisa usar a lógica. — Disse ela séria.

— Não estou pra brincadeiras, Rafaela eu quero saber tudo...

— Escute aqui... Você me dispensou como se eu fosse um pacote indesejado, e agora quer saber tudo? — Perguntou Rafaela o fuzilando.

— Eu tinha os meus motivos, Rafaela, eu nunca prometi a você casamento... — Declarou ele nervoso.

— Mas, não teve a decência de pensar nas consequências dos seus atos. — Bebendo todo o suco de maracujá. — Você só pensou no seu prazer, não pensou no que podia acontecer comigo... — Disse ela nervosa.

— Se bem me lembro, você também sentia muito prazer... — Disse ele com um sorriso irônico.

— Desgraçado! — Gritou ela chamando atenção de todos. — Eu não preciso de você Valastro, saia da minha vida, deixe-me em paz, e não se aproxime da minha filha! — Gritou ela saindo do restaurante.

Rafaela correu, mas, Igor a segurou pelo braço a virando para ele.

— Não é assim que vamos resolver as coisas Rafaela... — Disse ele segurando-a firme.

-Eu te odeio Valastro, e não quero mais te ver... — Disse ela com lágrimas de ódio nos olhos. — Me deixe ir embora... — Pediu ela debatendo-se.

— Fique quieta... — A enlaçando pela cintura.

— Eu não suporto que você me toque... — Declarou ela trêmula. — Te odeio...

— Já chega! — A puxando de encontro a seu corpo e unindo a sua boca a dela.

Igor a beijava com brutalidade, Rafaela se debatia, o empurrando, mas, era inútil. Aos poucos ela foi parando e se rendendo ao beijo, Igor a soltou e a segurou com delicadeza pela cintura, Rafaela o enlaçou pelo pescoço, se beijavam com calma recordando tudo que um dia viveram.

"O que eu estou fazendo? Isso não deveria acontecer... Eu o odeio, eu preciso odiá-lo".

Igor terminou o beijo com selinhos, Rafaela permaneceu de olhos fechados e quando os abriu viu o desejo estampado nos olhos dele.

— Rafaela, vamos conversar... — Sussurrou ele mirando a boca vermelha dela.

— Não... — Saindo dos braços dele. — Eu preciso ir embora... — Zonza. — Isso não podia ter acontecido... — Disse baixinho.

-Mas, aconteceu e eu não tenho a menor intenção de esquecer... -Declarou ele mordendo o lábio inferior.

— Pois eu tenho... Por favor, Igor não me procure mais... — Pediu ela antes de ir embora.

— Não vou deixá-la em paz Rafaela, não tenho a menor intenção de deixá-la. — Disse Igor a vendo ir embora.

Assim que Rafaela chegou em frente ao pequeno prédio onde morava, ouviu Clara gritando por ela. Subiu correndo as escadas, indo ver o que acontecia com a filha.

— Calma Clarinha, a mamãe já vem... — Pediu Júlia sem saber o que fazer.

-Minha mamãe... Mamãe! — Gritava ela chorando.

— Clara... — Disse Rafaela entrando no ap. — Estou aqui Clara... — Abraçando a filha.

— Graças a Deus que chegou, ela não parava de chamar por você. — Disse Júlia jogando-se no sofá.

-Está tudo bem agora querida... -Deitando a filha em seu colo. -A mamãe está aqui com você meu amor... -Balançando a filha.

— Como foi a conversa Rafa? — Perguntou Júlia entregando uma mantinha.

— Não houve conversa Júlia, houve uma grande discussão... — Disse Rafaela acariciando o rostinho da filha.

— Mas, não chegaram a nenhum acordo? — Perguntou Mai preocupada.

— Não Júlia... Ele me beijou... — Disse Rafaela atordoada.

— Uau... Ele é bem rápido, não? E abusado também... — Disse Júlia arqueando as sobrancelhas.

— Ele quer a filha Júlia, e eu não vou abrir mão da minha Clara... — Disse ela chorando.

— Calma Rafa, as coisas vão se ajeitar. — Tentando acalmá-la.

— Eu preciso fugir Júlia... Vou embora com a minha filha... — Disse Rafaela nervosa.

— Mas, Rafa... Para onde vai? — Perguntou Júlia preocupada.

— Vou pra casa dos meus pais... Eles vão ter que me aceitar lá. — Disse trêmula. — Fica aqui meu amorzinho... — Deitando a filha na cama.

-Mamãe...

— Estou aqui... É só um minutinho, está bem? — Beijando a filha e a cobrindo.

— Rafaela, ele vai atrás de você e pode até colocar a justiça nisso... — Disse Júlia segurando a amiga.

— Não Júlia... Ele não pode fazer isso comigo... — Disse ela chorando desesperada. — Eu criei a Clara sozinha... Sozinha, durante esses três anos... Eu não quero perder a minha filha Júlia... Não quero perdê-la... — Abraçando a amiga.

— Você não vai perdê-la Rafa, ele sabe o quando a Clarinha precisa de você...

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Igor chegou no seu apartamento de luxo e bateu a porta com toda força.

"Eu vou mostrar a ela quem é mais forte!". Sem pensar duas vezes, pegou o telefone e ligou para seu advogado.

— Marcelo, tenho um trabalho pra você... — Disse Igor sério.

— De que se trata, Sr. Valastro? — Perguntou o advogado.

— Acabo de descobrir que tenho uma filha, e quero a guarda dela comigo. — Disse ele direto.

— Parece que dessa vez o trabalho é mesmo delicado Sr. Valastro, precisamos de motivos pra que você fique com a guarda da menina, qual a idade dela? — Perguntou Marcelo.

— Ela tem três aninhos... Preciso que inicie o processo bem rápido e coloque uma cláusula importante... — Disse ele bebendo um copo de uísque.

-Que tipo de cláusula? -Perguntou Marcelo.

— O acordo será cancelado, caso a mãe da minha filha aceite morar comigo. — Explicou ele sério.

-Não quis dizer se casar Sr.? -Perguntou Marcelo.

-Não Marcelo, eu não pretendo me casar com ela, ela vai ser minha amante e vai cuidar da minha filha no tempo em que ela precisar. -Esclareceu ele.

— Sr. Valastro, é bom ressaltar que se trata de uma mulher e...

-Ela não me importa Marcelo, só quero ficar com minha filha e isso será impossível se a mãe dela não for junto... Hora, faça o que eu mando, não lhe devo satisfações. -Exigiu Igor nervoso.

-Sim Sr., vou providenciar os papéis. -Desligando.

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