Cap. 10

Celina corria no sentido contrário toda vez que via a onda se aproximar dos seus pés.

_ Não é perigoso Vitória? Perguntou ao ver a onda molhar os pés de Vitória.

_ Não é. Pode deixar a água molhar os seus pés, pois eu estou segurando a sua mão e não vou deixar nada acontecer com você. Celina confiava em Vitória e enfim deixou a água molhar tocar os pés.

_ Está fria... Falou dando um pulinho que fez Vitória sorrir.

_ Já já você vai se acostumar com a água do mar e vai gostar da sensacao que ela provoca.

Enzo estava por perto olhando as duas, e quem não as conhecia, poderia pensar que eram mãe e filha.

_ Não... Celina não precisa de uma madrasta. Falou baixinho.

Celina e Vitória começam a caminhar na areia molhada.

_ Vitória... porque você não tem filhos?

_ Eu não quero ter filhos... A sua resposta fez Celina olhar para baixo.

_ Que pena, você seria uma boa mãe. Não era a primeira vez que Celina falava sobre filhos com Vitória, que sentiu um sentimento confuso diante da menina que olhava para os pés dentro da água do mar.

_ Aiii... Gritou depois que Carlos e os meninos jogaram um pouco de água nas suas costas. _ Vocês três só aprontam. falou chutando água na direção do irmão fazendo Celina sorrir. _ Vamos pegar eles? Propôs Vitória.

_ Vamos. As duas correram mas já era tarde, pois Carlos, Miguel e João já estavam longe.

_ Olha, eles fugiram da gente.

_ Pois é, então vamos pegar o meu papai. Propôs a menina puxando Vitória na direção de Enzo. Quando se aproximou do pai tentou repetir o gesto de Vitoria e jogar água no pai com os pés. Vitória riu diante daquela cena. Enquanto Enzo fingiu que estava com medo de ser da filha.

_ Olha a bola moça! Gritou um menino que brincava de altinha com outras crianças. Vitória se assustou quando a bola passou rente ao seu rosto e se desequilibrou dando alguns passos de costa na direção ao mar. Um onda mais forte chegou a praia e fez com que ela perdesse o restante do equilibrio. Enzo vendo que Vitória cairia na agua, correu na sua direção e a segurou, puxando Vitória para os seus braços ficando cara a cara com ela.

_ Você está bem? Perguntou olhando para Vitória que estava ofegante. Ele não conseguia parar de olhar para ela, e o calor e a textura macia da sua pele, mexeu com seus sentidos.

_ Estou... Vitória olhou os olhos de Enzo, e dessa vez, próximo ao seu rosto, observou os olhos claros no mesmo tom de azul dos olhos de Celina. Sentiu o coração disparar e foi então que se deu conta que Enzo a segurava contra o seu corpo e suas mãos estavam apoiadas sobre peito dele. Um arrepio percorreu seu corpo, mas o que ela sentiu não foi ruim, foi diferente da sensações desconfortáveis que sentia ao ter contato com o sexo oposto desde que foi abusada pelo ex namorado. E mesmo não sendo ruim, aquela sensação a assustou.

_ Obrigada. Agradeceu ao desvencilhar-se dos braços de Enzo. _ Eu, eu , é... eu preciso ir. Falou gaguejando. Vitória foi até Celina e lhe deu um beijo no topo da cabeça.

_ Eu quero que você fique bem.

_ Obrigada por brincar comigo. Eu gosto muito de você...

_ Eu tambem gosto de você e não precisa agradecer, eu amei brincar com você. Vitória apontou a bochecha e Celina lhe deu um beijo.

Vitória não se despediu de Enzo e correu até onde estava o irmão e os sobrinhos e começou a juntar as suas coisas.

_ Não me diga que você vai embora. Marina reservou uma mesa para toda a família no restaurante.

_ Agradeça a sua esposa por mim, esqueci que tenho arrumar algumas coisas em casa. Vitória inventou uma desculpa qualquer para ir embora.

_ Eu acho que senhorita está fugindo do famoso Enzo Vasconcelos.

_ Famoso? Você o conhece?

_ Conheço por alto, tenho vários amigos que o conhecem, e pelo que eles comentam, Enzo é uma boa pessoa.

_ Não posso dizer se ele realmente é ou não e uma boa pessoa. Mas por que disse que ele é famoso? Perguntou curiosa.

_ Enzo é o fundador e sócio majoritário da maior empresa de consultoria financeira do país, conheco muitas pessoasnque só investem com ele.

_ Eu não sabia, e tambem não me interessa saber nada dele.

_ Já li algumas entrevistas que ele costuma dar para revistas de economia, é um homem muito inteligente.

_ Esse tipo de revista não me interessa.

_ E ele, te interessa?

_ Não... Eu só conheço o Enzo porque atendi a sua filha no hospital.

_Eu percebi que a menina gosta muito de você...

_ Celina é uma criança encantadora, e eu também gosto dela.

_ E ele está interessado em você. Falou Carlos como quem não quer nada e Vitória encarou ficando nervosa.

_ Não sei de onde você tirou essa ideia. Carlos sorriu.

_ Vi como ele te olhava, e a pouco quanto impediu que você caísse no mar, ele...

_ Carlos, acho que o sol está te fazendo mal. Vitória cortou o que o irmão tinha a dizer e distribuiu beijos nos sobrinhos se despedindo.

Caminhava em direção ao estacionamento onde estava o seu carro. Da calçada, olhou na direção de Enzo e Celina sentindo novamente o coração bater mais forte.

_ O que é isso... Se perguntou indo embora o mais rápido possível.

Enzo olhava Vitória ir embora. Lembrava do olhar dela no seu, e do cheiro gostoso dos seus cabelos.

_ Vitória é uma pessoa especial, não é papai?

_ Sim, ela é... Filha, você sabe que dia é a sua consulta com a pediatra?

_ Acho que é na próxima semana, mas o dia eu não sei.

_ Vou perguntar a sua avó o dia da sua consulta eu vou te acompanhar .

_ Que bom, papai.

Enzo tinha certeza que seria Vitória que atenderia a filha desde que Carlos se apresentou.

_ "Carlos Castro... Vitória Castro... Tenho certeza que é ela". Pensava com um sorriso no rosto.

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