Capítulo 18 - Sinto Que Vou Sucumbir

Sara: Adam me entrega uma caixa não muito pesada, retangular. Ela não é grande e não consigo abrir.

O que é?

Adam: Um celular novo, vou te ajudar a configurar ele.

Mal termino de falar e a Sara me abraça apertado e ao tentar beijar a minha bochecha, ela beija o canto da minha boca. Ela se afasta e posso ver ela corar.

Sara: Obrigada Adam, muito obrigada.

Fico toda animada, o Adam configura todo o celular para ficar do jeito que consigo mexer sozinha. Faço algumas pesquisas, para testar e me animo.

Adam: A Sara coloca os despertadores com os horários dos meus remédios e me fala sobre os aplicativos que tem audiobooks. Ela me conta que a Lize lia para ela os livros e narrava os filmes.

Sara como era a sua vida, na sua casa?

Sara: Se não quer me ouvir mentir, não me faça essa pergunta.

Adam: Sara fecha os olhos como se quisesse afastar uma lembrança ruim, vejo o medo enfeitar o seu rosto, me fazendo guardar o contrato de casamento que tinha intenção de entregar para ela. Não preciso de instintos para saber que tem algo que ela esconde, mas sei que ainda não tenho a sua confiança para que ela se abra comigo. A deixarei livre para partir ou ficar, a decisão será dela.

Quer sair um pouco de casa amanhã?

Sara: O meu rosto ainda está marcado?

Adam: Quase não dá para notar.

Sara: Então, quero sair.

Adam: Sei que está tentando apenas ter uma boa convivência e farei o mesmo Sara. Isso é o melhor que posso fazer nesse momento, mas te dou a minha palavra que irei cuidar de você e não vou permitir que ninguém te machuque mesmo longe.

Sara: Isso vindo de você, sei que tem um significado real. Te agradeço muito Adam, mas só aceitarei se me permitir cuidar de você também.

Adam: Vou tentar permitir Sara, não é algo fácil para mim. Aonde quer ir amanhã?

Sara: Um lugar ao ar livre, tem que ter flores, apesar de não vê-las posso sentir o cheiro e é tão maravilhoso.

Adam: Pensarei em algum lugar. Agora precisamos jantar e não me diga que não está com fome.

Sara: Ao contrário, estou faminta.

Adam pega a minha mão e janto na mesa com ele. Peço que a Josiane pegue tudo que o médico receitou para cuidar da mão do Adam, ele vai narrando e cuido das feridas dele. Posso senti-las na mão dele e não sei como ele aguenta a dor.

Adam: Observo o cuidado que a Sara tem comigo, a delicadeza dela ao assoprar com carinho a minha mão, preocupada que esteja doendo. Me sinto péssimo por tudo que fiz ela passar, por tê-la deixado sozinha no hospital. Naquela noite dormir no carro, no estacionamento do hospital, como um maldito covarde sem ter coragem de entrar no hospital e nem de ir embora, mesmo sendo o que disse a mim mesmo que faria. Sara me faz quebrar as minhas próprias regras, preciso controlar a minha respiração quando estou próximo dela e isso chega a ser doloso, principalmente após ouvi-la dizer que não tem sentimentos por mim. Nunca me permitir sentir nada por ninguém, nem mesmo pena e isso foi o que me manteve vivo. Agora, sinto que vou sucumbir a qualquer momento! Preciso deixá-la ir embora, não posso mais aprisioná-la a mim e isso está me doendo de um jeito que não entendo.

Sara: Prontinho Adam.

Adam: Posso passar a pomada no seu machucando?

Sara: Pode sim.

Adam coloca os meus cabelos para trás do meu ombro lentamente, sinto as suas mãos passando pela minha pele me causando arrepio e respiro fundo. Ele passa a pomada com cuidado e assopra como fiz com ele. Ele e se aproxima do meu rosto, imagino que está olhando a marca do tapa.

Adam: Me aproximo dos lábios da Sara, que são carnudos e rosados, sinto vontade de beijá-la.

Sara: Ainda está muito marcado?

Adam: Me afasto da Sara.

Praticamente sumiu Sara.

Sara: Que bom. Obrigada Adam.

Adam deita e o silêncio toma conta do lugar, acabo pegando no sono sem perceber.

Adam: Luto para dormir e não consigo. Puxo a Sara para o meu peito sem pensar muito, ela poderá ir embora se desejar e nem mesmo sei se conseguirei dormir sem ela. Assim que ela se aninha ao meu peito durmo tranquilamente.

Sara: Estava com o sono leve, sinto o Adam me puxar e me aninho nele pegando no sono profundo me sentindo segura como nunca me senti antes.

Adam: Acordo primeiro que a Sara, tiro ela do meu peito e vou fazer a minha higiene. Tomo um banho e me troco. Ela acorda e observo ela se espreguiçando, milhões de coisas passam pela minha cabeça e prefiro evitar esses pensamentos.

Sara: Me levanto e caminho com preguiça até o banheiro, faço a minha higiene, banho e saio de toalha. Acabei esquecendo de pegar uma roupa.

Adam: Sara sai com uma toalha nada discreta do banheiro direto para o closet, ela está agarrada a toalha toda envergonhada. Encaro aquela pequena mulher que está revirando o meu mundo com a mão agarrada a uma toalha que mal a cobre e saio do quarto balançando a cabeça com vergonha dos pensamentos que tive com ela.

Sara: Escuto os passos do Adam saindo do quarto, solto o ar que estava segurando e respiro aliviada. Katy sobe e me ajuda a me arrumar para sair.

Ficou bom?

Katy: Está lindíssima!

Sara: Não está muito justo?

Katy: Claro que não. Está perfeito!

Descemos para tomar café da manhã e o Adam chega a engasgar com o café vendo a Sara arrumada.

Sara: Adam, está tudo bem?

Adam: Vai sair assim?

Sara: Vou, a Katy me ajudou a escolher. Bom dia!

Adam: Me lembre de demitir a Katy.

Penso alto.

Katy: O quê?

Sara: O quê?

Katy e eu falamos juntas.

Adam: O quê? Nada!

Sara: Sentamos e tomamos o café da manhã, terminamos e sairmos de casa. Fico superansiosa, não saber para aonde vamos e emocionante. Abro o vidro do carro do lado que estou e sinto o vento tocar o meu rosto é uma sensação tão gostosa.

(Sara e Adam)

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***