Capítulo 16 - Um Contrato Assim É Assustador

Sara: Fico sozinha, fecho os olhos por um instante e posso sentir o peso do corpo do Alan em cima de mim. Me apavoro, e me escondo no closet.

Adam: Escuto a Sara chorando, encontro ela escondida no canto do closet, como dá primeira vez que o Alan assediou ela.

Sara sou eu, vou me aproximar e te tirar do chão.

Adam: Pego a Sara, o seu corpo está trêmulo e os seus soluços ecoam pelo closet. Me sento um pouco com ela na poltrona, a Sara se encolhe no meu colo e descansa a cabeça no meu ombro, ficamos assim em silêncio até ela se acalmar e dormir. Levo ela até a cama e me deito do seu lado, sem saber se puxo ela para perto ou deixo ela no lugar dela. Escuto ela choramingar baixinho, puxo ela para o meu peito e pego no sono em seguida. Somos acordados pela manhã com a cara de espanto da Lize, que bateu e entrou em seguida no quarto segurando uma bandeja de café da manhã.

Lize: Respiro fundo para não bater nesse maldito aproveitador do Adam.

Bom dia Sarinha.

Sara: Bom dia.

Respondo um pouco constrangida, Adam se levanta em silêncio e o clima fica pesado.

Lize: Adam levanta, faz a higiene dele, pega uma roupa e sai do quarto em silêncio como o perfeito psicopata que é.

Sara o que está acontecendo entre você e o demônio do Adam?

Sara: Sinceramente nada, me sinto segura com ele e é só isso.

Lize: Cuidado Sara, o Adam é frio e cruel. Ele ficou com uma amiga minha, nem mesmo a reconheci depois que encerraram o caso, ele não tem sentimentos!

Sara: Não se preocupe Lize.

Lize fica conversando comigo e quase não como angustiada. O Adam me apresenta a Juliana, ela é psicóloga e vai atender. Me sinto insegura e a Lize fica comigo. Começo a conversar com ela e ela me explica que ontem tive uma crise de pânico e me encaminha para psiquiatra também.

Otávio: Vou visitar o Adam, encontro ele no escritório com uma expressão que nunca tinha visto no rosto dele, tristeza. Cumprimento ele e pela primeira vez temos uma conversa pessoal, ele parece angustiado e nem mesmo entende o que sente.

Adam: Preciso deixar ela ir Otávio, ela não está segura aqui comigo.

Otávio: Sara está instável, passando por muitas coisas, de tempo a ela antes de ter essa conversa Adam. Disse que ela chegou aqui fisicamente machucada, será que o pai não abusava dela?

Adam: Ele veio aqui visitá-la, parecem ter um bom relacionamento. Sinto que a minha cabeça vai explodir!

Otávio: Calma Adam, respira. Sara precisa de você agora. Me deixa ver essas feridas na sua mão?

Adam se quer me deixa ver, mas pelas marcas de sangue na faixa ele nem trocou isso adequadamente. Vou até à cozinha pedir para Katy ficar de olho nele, antes de ir embora e esbarro numa moça que nunca vi por aqui.

Lize: Me perdoa, sinto muito.

Falo tentando esconder que estava chorando. Desci um pouco com a desculpa de tomar uma água para a Sara não me ver chorando, ouvi-la conversar com a psicóloga foi pesado.

Otávio: Está tudo bem?

Lize: Está sim, obrigada por perguntar.

Otávio: Me chamo Otávio, sou amigo do Adam.

Lize: Licença Otávio.

Otávio: Não vai se apresentar?

Lize: Disse que é amigo do Adam não é mesmo? Só isso já me faz querer manter distância naturalmente.

Otávio: A moça sai e fico rindo, Adam continua fazendo todos odiarem ele. Katy entra na cozinha e após conversar um pouco com ela vou embora.

Lize: Me despeço da Sara e vou embora, fico esperando o Taxi que não aparece.

Otávio: Quer carona?

Lize: Não, obrigada.

Otávio: Lize não é mesmo? Não vai encontrar um táxi tão cedo. É só uma carona!

Lize não aceita a carona e vou embora.

Lize: Nem louca entro num carro sozinha com um amigo do Adam. Espero uma hora e pego um taxi para casa.

Adam: A Juliana deixa um encaminhamento para Liza e sai. Envio para minha secretária agendar uma psiquiatra para Sara e vou ver como ela está. Entro no quarto e ela está dormindo encolhida, não faço ideia se é de medo ou de frio. Cubro ela e me sento na poltrona, trabalho de casa para ficar de olho nela. Termino de resolver tudo e noto a Sara acordada pensativa.

Precisa de algo?

Sara: Porque me tratou tão mau antes Adam?

Adam: Porque isso agora Sara? Não é hora para essa conversa.

Sara: Só queria entender Adam. Eu ajudei a Lize a fugir, mas não faria o mesmo por um irmão?

Adam: Não faria Sara, contratos são acordos feitos e não iria descumprir. A Lize me deixou plantado no altar, tem noção do quanto isso repercutiria? Não pedi por esse contrato, Mileide me procurou e me deu a mão da filha em troca de um contrato muito vantajoso para sua família, era o mínimo manter o que foi acordado.

Sara: Não sabia, ela disse que foi uma exigência sua o casamento. Quanto a Lize, ela estava com medo, sonhou em se casar por amor a vida toda. Um contrato assim é assustador!

Adam: Mileide entrou na minha sala com uma foto da Lize, aceitei o contrato porque sabia das vantagens. Quanto a ser cruel, sou um homem com palavra Sara, já te disse que dei exatamente o que te prometi no momento da raiva. Queria atingir a Mileide e você foi um meio para isso, principalmente porque fez parte do plano de fuga da Lize.

Sara: Fico em silêncio, apenas pensando. Adam pode não saber, mas deu a Mileide exatamente o que ela queria.

Adam: Sara toma um banho e noto que ela não passou a pomada na mordida. Desço e peço a Josiane para cuidar disso e ajudá-la com o jantar. Fico na área na piscina um tempo apenas refletindo. Subo e a Sara já está dormindo. Hoje ela me pareceu melhor, banho e em deito com ela. Novamente ele tem pesadelos, abraço ela e me afasto quando ela dorme. Ela não pode ter qualquer dependência emocional de mim, não sou bom com isso.

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