Capítulo 8

Neal estava deitado no sofá, ainda com dificuldade para se mover devido à dor na coxa. Mas ele merecia, pelo menos é isso que ele pensa. Ele não deveria ter ido para aquele quarto naquela noite, mas sua vontade de perturbar era mais forte e só por isso ele quase passou vergonha na frente de todos. Ele abraçou seu travesseiro e estava fechando os olhos quando sentiu um golpe no sofá e acabou virando-o, com Neal rolando pelo tapete.

- Mas o que diabos...

- VOCÊ! Eu descobri o que você fez\, você tornou meu irmão gay.

A garota se jogou no chão e puxou os cabelos de Neal, enquanto ele reclamava, mas agarrou os cabelos dela, igualdade de gênero, então ela não se safava.

- Me solta\, acabei de lavar o cabelo...

- Então me solta primeiro.

- Não\, se eu te soltar primeiro\, você não vai me soltar.

- E como eu sei que você vai me soltar? Além disso\, você veio me atacar primeiro.

- Eu sabia\, você comeu o meu irmão...você o transformou em você.

- O quê? Quando eu fiz isso?

- Por alguma razão sua dor nas costas\, não é? Pervertido.

- Eu bati nas minhas costas\, sua idiota.

- Eu não acredito...

A garota puxa mais os cabelos dele e Neal faz o mesmo com ela, enquanto na porta, Samael observa os dois, não era possível ter aquela visão logo de manhã, era como ter um par de crianças.

- Separem eles.

Ordena o castanho e um guarda segura Neal e Josh segura Anne, mas eles não soltam seus cabelos e quando tentam separá-los, ambos reclamam de dor.

- Chega\, não tenho tempo para os jogos de vocês.

Ao elevar a voz, Samael, ambos se soltam e Anne corre para junto de seu irmão.

- Irmão\, não consigo acreditar em você... e por que com ele?

- Porque ele era o único disponível\, então pare de reclamar e vá trabalhar.

Ao ouvir isso, todos se olham, seu chefe nem sequer pretende fingir, embora obviamente Samael tenha pensado que Anne estava reclamando dele, por ter levado Neal para o clube na noite anterior, além disso ele achava que ela não sairia mais. Anne faz uma careta para Neal e sai dali, naquele dia, devido à lesão de Neal, seria Josh quem acompanharia a garota e Neal iria com ele, levando-o ao hospital, pois não queria que a ferida se infectasse e depois Neal não conseguiria mais trabalhar. Neal sobe no carro no banco de trás e se reclina, enquanto Samael vai no banco do passageiro; no hospital, suturam o corte, mesmo sendo pequeno, precisava ser costurado, depois de terminar, eles lhe dão antibióticos e saem de lá.

- Espero que com isso\, você pense duas vezes antes de fazer piadas.

- Você não aguenta nada\, se eu não tivesse me machucado\, você nem teria chegado ao quinto round.

O motorista tosse um pouco por causa daquela conversa.

- Eu consigo aguentar a noite toda\, a pergunta é quanto tempo você aguentaria?

- Eu te garanto que mais do que você\, eu te teria debaixo de mim\, implorando para eu parar.

- Nos seus sonhos\, você não conseguiria me dominar.

O motorista só queria sair dali para evitar aquela conversa calorosa, ele nem pode acreditar que eles ficaram tão intensos a ponto de Neal ter que ir ao hospital. O carro para no estacionamento de um restaurante, quando Samael desce, vê Dylan caminhando em direção ao seu carro de mãos dadas com uma garota, Neal consegue ver de dentro do carro e oh! Surpresa, era a cena em que Samael vê Emily pela primeira vez.

O castanho estava prestes a ir até lá, mas Neal reclama de dor, então Samael abre a porta novamente.

- Eu me movi e acho que rasgou de novo.

Chega, o motorista desce correndo, ele não quer mais ouvir nada sobre essas coisas, ele respeita seu chefe, mas já foi demais. Samael se surpreende, mas não diz nada, supõe que Neal tenha ficado cansado das reclamações; nesse momento, Dylan e Emily entram no carro e vão embora, enquanto Neal diz que a dor está diminuindo.

- Acho que me movi descuidadamente\, já está tudo bem.

- Você é um idiota.

Samael sai novamente do carro e segue seu caminho, ordenando que Neal fique para trás. O moreno suspira aliviado, por enquanto conseguiu evitar que se conheçam. Neal fica no carro jogando videogames no celular, agora mesmo, Samael deve estar comendo enquanto negocia com outros mafiosos. Neal para de jogar e fica olhando o teto, até agora, seus chefes da CIA não entraram em contato com ele, embora seja difícil fazer isso sem despertar suspeitas, o que é bom para ele, pois não quer ser pressionado, além do mais, tudo o que ele quer é evitar acabar como o verdadeiro Neal, talvez ele realmente amasse sua irmã, mas agora esse afeto não existe mais, não é algo que ele saiba muito sobre o amor familiar, em sua vida anterior ele nunca teve.

Samael entra no carro junto com o motorista e eles saem do estacionamento, embora Samael pareça irritado, ele supõe que aquele mafioso com quem se encontrou não aceitou sua proposta.

- maldito filho da p***...

Neal sabe qual é o motivo, aquele velho mafioso queria que Samael "emprestasse" sua irmã por uma semana e o negócio estaria fechado, é claro que Samael não faria algo assim com Anne. Neal estala a língua.

- eu sei onde está a mercadoria dele\, e se algo acontecesse lá? Não sei\, poderia pegar fogo.

Samael olha para Neal, visivelmente irritado.

- não estou para brincadeiras\, cale a boca se não quiser que eu te jogue do carro.

- ei! Não é brincadeira\, aquele velho é um pervertido\, então limpe o nome de sua irmã.

- você estava ouvindo escondido?

Neal fica calado, esqueceu que não pode revelar o que sabe, caso contrário parecerá suspeito.

- s-sim\, eu fui comprar pão\, mas você quer vingança?

- me conte o que sabe.

Neal conta que sabe onde fica a tal mercadoria, ou melhor, onde é cultivada, o motorista vai para onde foi instruído, pois eles precisam sair um pouco da cidade. Eles chegam a um local coberto de árvores e vegetação, mas havia um pequeno caminho, eles descem enquanto o motorista vai por outro lado para esconder o carro.

Eles caminham até chegarem a uma parede de arbustos e ao passar por eles, há uma enorme plantação de maconha, e Neal mostra um isqueiro.

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