Capítulo 6

Samael tinha chegado a um clube em um bairro que costumava visitar com frequência, pois fazia parte do território de Chronos, e ao sair do carro, uma exuberante mulher ruiva acena para ele de longe.

Samael se dirige à ruiva, que era Ava Hill, amante atual do castanho. Neal estava próximo, pois Anne também estava presente. Era uma festa importante com pessoas influentes no mundo dos negócios e da política.

- Caramba\, eu te garanto que nada nela é natural. - comenta Neal com Anne\, que solta uma risadinha\, chamando a atenção de Ava\, que vira e apenas acena com a mão. É bastante óbvio que não há boa comunicação entre cunhadas.

- Ao seu irmão gostam das bonecas de plástico.

Fez uma cara de desgosto enquanto Anne tentava segurar o riso. Ao entrar no clube, havia pessoas por todas as partes na sala. Anne segue para um lugar onde algumas garotas estavam conversando, eram conhecidas suas a quem ela cumprimenta, e imediatamente elas percebem Neal não muito longe da garota.

- E essa gatinha? Não me diga que você finalmente jogou Dylan para escanteio.

- Vocês sabem que isso é impossível\, é o meu guardião. Neal.

O moreno apenas acena com a mão do lugar onde está, mas seu olhar está fixo em Samael, que já havia se aproximado de Dylan, então ele vira para o outro lado para não ser visto.

"Você tem sorte, Anne, ele é maravilhoso."

"Nem te conto, mas já que me forçam a me casar, pelo menos eu aproveitaria."

"Anne, se você não aproveitar, empresta ele pra mim um pouquinho."

As garotas não paravam de falar, enquanto Neal as ignora e tenta se esconder melhor. A única coisa que o consola é que nessas festas, Dylan não leva Emily. Logo, Dylan se aproxima para cumprimentar Anne, enquanto as amigas dela aproveitam para rodear Neal e fazer perguntas.

Anne e Dylan se afastam, eles devem cumprimentar os pais de Dylan, embora fosse mais do que óbvio que Anne estava desconfortável. Depois de um tempo, Neal consegue escapar das garotas, saindo daquela sala, mas vê Samael conversando com Ava, que parece irritada.

- Você tem que vir à casa dos meus pais.

- Eu te disse que o nosso não é nada sério\, não é a primeira vez que você me diz isso.

- Meu pai tem ouvido dizer que me viram com você e começa a perguntar.

- Esse não é o meu problema\, desde que ele não saiba que é verdade\, não vai incomodar\, então pare de pressionar.

- Não estou te pressionando\, apenas diga que estamos saindo e assim meu pai ficará tranquilo.

- E depois o quê? Ele vai começar a pressionar para casarmos.

- E daí? Temos uma boa química\, podemos nos casar.

Samael solta uma risada discreta.

- Não seja ridícula\, não tente me manipular.

- Você não pode me desprezar\, vou dizer ao seu pai\, vou dizer que você me seduziu e não quer se responsabilizar agora.

De repente, ambos ouvem uma gargalhada alta e, ao procurar com os olhos, veem Neal rindo às gargalhadas atrás de uma coluna.

- M-me desculpe... é que isso é... é tão absurdo... "vou contar ao papai que você roubou o meu tesourinho"\, oh\, pelo amor de Deus\, hoje em dia isso é muito estúpido.

Ava estava vermelha de raiva, ao ver Neal ainda rindo, segurando a barriga até. Era uma conversa tão absurda e, pior ainda, na verdadeira história, Samael era de fato chantageado dessa maneira.

- Mas quem ele pensa que é? Vou fazer com que te joguem no rio.

Ava se aproxima tentando dar um soco, mas Neal se afasta.

- Cuide-se\, Barbie\, porque eu defendo a igualdade de gênero e se você me bater\, eu bato de volta.

- Estúpido... vou fazer com que te despeçam.

- Ele é meu funcionário\, se o demitir\, eu também vou embora.

- Mas ele está rindo de mim\, demita ele.

- Eu temo que não possa fazer isso...

Neal sente Samael segurar seu braço e puxá-lo para perto, segurando sua cintura. Diante disso, Ava estava vermelha de raiva e apertava as mãos.

- O que isso significa? Não me diga que você...

- Eu acredito que seja bem óbvio... meus gostos não se limitam apenas às mulheres.

Samael puxou Neal para uma sala próxima, Ava os segue e bate na porta para que a abra, mas depois de alguns minutos vai embora, enquanto Samael apenas está sentado em um sofá e Neal vigia pela janela, parecia que Ava tinha ido embora.

- Não quero assustar\, mas aquele cara está vindo e está acompanhado de um velho careca.

Samael chasqueia a língua, sem dúvida era o pai de Ava, a chantagista certamente veio contar a história de que se aproveitou de sua inocência, Neal apague as luzes, tire o casaco e senta no colo de Samael.

- suas mãos\, na minha bunda.

- mas o que...

- estou te ajudando.

E aproveita a oportunidade, faz ele segurar sua bunda enquanto o abraça, quando a porta se abre, eles parecem um casal desfrutando de um encontro furtivo, Ava e o homem careca, olhando surpresos a cena.

- o que significa isso? Seu maldito viadinho\, solte meu namorado...

Ava se aproxima, puxando o cabelo de Neal e o empurra para trás, tentando afastá-lo de Samael, é claro que Samael pede a ela que o solte.

- chega\, Ava... solte-o e você\, senhor Price\, precisa responder\, minha filha me disse...

- não sei o que ela te disse\, mas como você pode ver\, meus gostos são diferentes.

Samael ajuda Neal a se levantar e segura sua mão, o que deixa Ava furiosa.

- papai\, não acredite nele\, ele me prometeu me fazer sua esposa e agora nega o que aconteceu entre nós.

- é verdade que tive encontros com Ava\, senhor Hill\, mas foi por cortesia e porque ela me pedia para nos encontrarmos\, mas agora tenho alguém.

Neal levanta a mão que segura a de Samael, para que o homem careca veja.

- sua filha é quem não para de procurá-lo\, deveria ter dignidade e desistir.

- seu maldito viadinho...

O senhor Hill repreende Ava pelo seu linguajar.

- mas papai... Samael e eu somos amantes.

- senhor Hill\, desculpe\, sua filha é bonita\, mas nunca a tocaria sabendo que não sou um homem de uma só mulher ou homem...

O homem solta um suspiro, nunca imaginou que o filho mais velho dos Price tivesse essas preferências e certamente não permitirá que sua filha se aproxime de um homem assim.

- evitem fazer essas coisas aqui.

O homem segura o braço de Ava para levá-la para fora, enquanto ela protesta. Neal apenas começa a rir com tudo o que aconteceu.

- e então... continuamos?

Ele começa a desabotoar a camisa, mas Samael o empurra para sair do quarto, Neal apenas ri enquanto o segue.

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