Lembranças.

Sorrio novamente, meio tímida pelo que acabei de fazer, mas essa brincadeira é interessante. Ainda estou de roupão e Samir sem camisa, estamos comendo as batatas com dois copos enormes de coca.

-Espera, esqueci o molho. Prova, você vai adorar.

Ele me fala pegando um potezinho com um creme verde, mergulhando a batata dentro e colocando na minha boca.

-É realmente muito bom. Não sabia que dava pra achar essas coisas por aqui.

-Aqui posso achar tudo que você quiser com um pouquinho de esforço.

-Você sujou até a sua barba. Olha só, quem via o grandioso Samir cheio de armas e homens, está aqui com a barba suja de molho de batatinhas.

Passo a mão limpando a sua barba, talvez seja a primeira vez que a esteja sentindo, macia, assim como a sua pele. Os nossos olhares se encontram e ele deita o rosto na minha mão, automaticamente acaricio a sua pele com os meus dedos, o meu coração está acelerado. Eu não deveria me comportar assim perto dele, é só um contrato, vai acabar. Por outro lado, as coisas simplesmente acontecem e eu vou me deixando levar, a sensação é boa.

Ele tira o rosto da minha mão e fica mais perto de mim. Cola a sua testa na minha e também acaricia o meu rosto com seu polegar.

-Tem noção do quanto você é linda? Não sabe quantas vezes já te admirei dormindo.

Sorrio e não sei o que dizer agora, só me deixo guiar, como se fosse um peixinho levado pelas ondas do mar, sinto os seus lábios tocarem os meus e inevitavelmente correspondo. Diferente do nosso primeiro beijo, cheio de desejo, esse é cheio de ternura. Lento e molhado, delicioso. Nos separamos para recuperar o fôlego e encosto a cabeça no seu ombro desnudo, ele passa a mão pelos meus cabelos e pelos meus ombros.

-Seu coração, está acelerado.

-Acredito que o seu também está- Ele fala tocando meu peito esquerdo por cima do roupão- Sim, está.

É como se tivéssemos 12 anos vivendo as primeiras coisas juntos. E quando vejo ele está tocando o decote do meu roupão, tentando ir descendo mais, retomamos o beijo mais intensamente agora, também toco seu peitoral, sua barriga, seus braços, suas costas largas, fortes e quentes. Ele abre o meu roupão e toca os meus seios. Ele se afasta, olha diz:

- São lindos, você é toda linda.

Beija o meu pescoço, e dá mordidinhas no meu lóbulo, me arrepio inteira. Desce um pouco mais e continua me beijando, tocando os meus seios. Uma das mãos está tocando o bico do meu seio esquerdo, brincando com ele, apertando, ele segue beijando o meu colo e descendo até alcançar meu seio direto, e para ali, brincando com o seio esquerdo e chupando o direito, fazendo movimentos ao redor da minha auréola e mordiscando meu bico, me sinto molhada lá em baixo. Ele alterna entre os meus dois montes e faz uma pausa para me beijar intensamente, dessa vez de uma forma mais primitiva.

Sua língua invade a minha e as nossas se entrelaçam, brincam juntas. Mordo seu lábio e dou três selinhos. Estamos totalmente conectados nesse momento. Ele coloca as mãos nos meus cabelos e me conduz a deitar na cama, e se posiciona por cima de mim.

-Você é lindo, o seu corpo é perfeito- Sussurro descendo o meu olhar pelo seu tórax e passando as unhas por suas costas.

-Não mais que o seu- Ele me diz olhando profundamente nos meus olhos.

Retomamos o beijo e ele volta a descer, novamente chupa os meus seios e as minhas pernas automaticamente vão se abrindo para ele, eu arfo e me delicio naquelas sensações. Ele posiciona-se entre elas abrindo um pouco mais o meu roupão. Eu sinto o meu rosto arder e fecho os olhos, naquele momento me sinto um pouco desconfortável, mas, ao mesmo tempo estou gostando daquilo.

-Me dê a sua mão. Sinta como ele está por você- Ele fala entre beijos.

Samir pega a minha mão e conduz para o seu membro por cima da calça. Sinto algo duro e grande, duro como uma pedra, mas naquele instante fico desconcertada, ansiosa. Meu coração acelera mais do que já estava, de uma forma diferente agora, minha cabeça fica confusa e os meus pensamentos até então limpos agora ficam acelerados. Externamente fico paralisada e quando dou por mim lágrimas escorrem pelo meu rosto.

-Vi, está tudo bem?

Eu não consigo responder.

-O que houve, Virgínia? Venha, se cubra, não precisa ficar assim. Está tudo bem.

Eu fecho o meu roupão e viro para a parede, na minha cabeça passam uns flashes confusos da noite que Ricardo tentou me forçar. Lembro quando estávamos no seu quarto escuro, eu havia ido lá para assistirmos um filme quando ele começou a me beijar e a tirar a minha roupa, mas eu não queria aquilo. Eu era só uma menina, com uma paixonite. Senti sua ereção se forçando sobre mim e graças a Deus consegui empurrar ele e sair daquele lugar, não queria que aquilo tivesse me marcado tanto.

-Você quer me contar o que houve?

Balanço a cabeça que não. E realmente, não é algo que quero contar a Samir e nem a ninguém, contar me faz lembrar e lembrar me faz chorar mais.

-Tudo bem então- Ele fala se deitando comigo e me abraçando por trás- Está tudo bem.

-Obrigado- Digo baixinho.

-Vi, eu vou precisar viajar por uns dias para tratar de negócios, como tudo será muito corrido prefiro que você fique aqui, certo?

-Tudo bem. Também acho melhor.

-Tenho muitos contratos a tratar e não vou ter muito tempo.

-Contratos, sempre contratos- Digo sem me dar conta.

-Foi por isso, Vi? Foi por isso que você ficou assim?

Eu queria explicar, mas agora não consigo e só aceno a cabeça que sim, sem que nem eu saiba o porquê.

-Tudo bem, Virgínia, se você quer que eu respeite o contrato, eu respeito. Eu seguirei as suas regras, não quero te ver assim de novo. Sei que você tem planos para daqui 15 meses. Não se preocupe, não te tocarei mais.

Ele fala se levantando, visivelmente chateado, se vestindo e em seguida sai batendo a porta do quarto.

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