CAPÍTULO 17 - O Encontro de Ester e Jaime

Jaime Guerra

Hoje

o médico me liberou para sair do quarto. Já estava andando melhor, mas ainda

sinto dor nas costelas, mas, fora isso, eu estou muito bem, vou passear pelo

jardim hoje, apenas estou esperando que o enfermeiro venha me buscar. Ficar

dentro de um hospital por muito tempo é horrível. Eu que estou acostumado a

sair, fazer meus exercícios ao ar livre, ficar preso aqui está me deixando

irritado. Ainda tive que ouvir do meu irmão, que eu nem pense em sair antes que

o médico me dê alta. Fui ameaçado por ele de que colocaria um segurança na

minha porta, esse homem tem hora que exagera demais. Depois do meu passeio, que

foi bem curto, volto ao quarto, já está na hora do almoço e assim que me sento

na cama, vem a enfermeira com minha comida, depois de comer tudo, tento

descansar um pouco, durmo por aproximadamente uma hora, até sentir que alguém

entrou no quarto, me viro e vejo que é o André.

—

Boa tarde, Jaime. Como está?

—

Muito bem, já até estou passeando pelo jardim do hospital, melhor seria se já

estivesse em casa. O que me conta de novo, conseguiram o contrato novo?

—

Conseguimos sim e logo vamos abrir a filial. Hoje seu irmão irá ao jantar para

comemorar com os outros investidores, por isso eu estou aqui, ele não pode vir

vê-lo hoje. E você sabe que sempre a comemoração dele termina num quarto de um

motel, sempre foi assim. Pelo que eu sei, um dos investidores tem uma filha que

apareceu na reunião e ela mostrou que ficou muito interessada nele, mas como

não é bobo, vai comer muito e depois descartar, como faz com todas.

—

Tomara que um dia, Anthony encontre uma mulher que vire a sua cabeça, mesmo ele

dizendo que todas só querem o seu dinheiro. Eu ainda não sei o que aconteceu

com meu irmão para que ele pense desse jeito, descrente de todas e ainda mais,

vive dizendo que não se casará nunca, não entendo essa afirmação dele e tenho

certeza, tudo isso tem a ver com aquela viagem dele. Eu ainda vou descobrir o

que realmente aconteceu com ele, nem que para isso eu tenha que contratar

novamente os serviços de Raffaelo.

—

Agora vamos mudar de assunto porque seu irmão é caso perdido em relação à

mulher — ele se senta, parece animado. — Fiquei sabendo da novidade, que a

Ester vai voltar a andar e que o processo será longo, mas pelo que o médico me

disse que só dependerá da força de vontade dela. Vou confessar que fiquei muito

preocupado com isso, não seria justo ela ficar numa cadeira de rodas. O médico

me falou ontem, que ela terá que usar um colete até a semana que vem, para que

possa fazer a fisioterapia e que o tratamento será longo, mas disse que ela é

forte e que logo vai conseguir andar.

—

André como eu já posso sair do quarto, eu quero ir vê-la. Você pode me levar

até o seu quarto? — Não espero resposta e contínuo. — Preciso que chame o

enfermeiro, pois não posso sair do quarto se não tiver numa cadeira, coisa que

eu acho ridículo, porque eu estou conseguindo andar, mas como eu não quero que

o médico me prive de continuar saindo, prefiro acatar o que me pediu.

—Tem

certeza quer ir ao quarto dela? Não tem medo dela não querer te ver e sair

soltando os cachorros em cima de você? Depois não quero reclamação e não quero

que seu irmão me fale mal depois.

—

Meu irmão não manda em mim, André! Faça o que eu estou pedindo, se ela não

quiser falar comigo, tudo bem, até aceito que solte os cachorros em cima de

mim.

—

Tomara que a amiga dela esteja lá também, posso fazer um sacrifício de chamar a

Maya para tomar café e deixar você com a Ester, sozinho.

—

Pelo visto você está pegando a mesma doença do meu irmão, só pensa em sexo e

nada mais é isso mesmo. Não vá se envolver com a amiga da Ester, logo agora que

ela precisa de sua amiga ao seu lado, não seja escroto a esse ponto.

—

Tá maluco! Me comparado ao seu irmão. Fala isso porque não viu como ela é

linda. Não sou safado, não vou tirar a atenção dela que agora é toda de sua

amiga, mas nada impede de eu paquerar ela e quando a Ester estiver fora do

hospital e bem aí sim, darei em cima dela.

Meu

amigo deixa o quarto para ir atrás de enfermeiro, estou decidido que será hoje

que irei falar com ela, mesmo que seja xingado e menosprezado, não vou mudar de

ideia. Não demorou muito e meu amigo entra com uma cadeira junto com a

enfermeira, que me ajuda a descer da cama e assim que me sinto confortável,

peço que me leve até ela, que Deus me ajude. Não sei se é pela minha

insegurança, mais parece que o corredor ficou muito maior, sendo que ela está

num quarto bem perto de mim, quando paramos na porta, vejo meu amigo vir a

minha frente, como se quisesse que eu desistisse, mas não sou covarde. Bati na

porta e escuto um entre, meu amigo entrou na frente me deixando um pouco atrás.

—

Boa tarde Maya! Vim fazer uma visita à sua amiga, mas não estou sozinho, o meu

amigo gostaria de falar com a Ester, se ela permitir.

—

Boa tarde, André! Minha amiga está dormindo nesse momento, mas assim que ela

acorda eu pergunto se ela quer falar com o seu amigo.

—

Já estou acordada Maya! Pode deixá-lo entrar, por favor, pode me colocar

sentada? Do jeito que eu estou não vou conseguir vê-lo e nem conversar.

—

Vou te ajudar a sentar um pouco, amiga, mas você sabe que não vai poder ficar

muito tempo nessa posição.

Assim

que vejo a Maya colocar sua amiga sentada meu coração dispara com tanta beleza,

puta que pariu, estou ferrado. Nem espero que meu amigo me coloque para dentro

do quarto, eu mesmo vou levando a cadeira até perto de sua cama, estou

hipnotizado com o que eu vejo a minha frente, realmente meu amigo tinha falado

a verdade, tanto ela como sua amiga eram lindas. Como se eu estivesse num

transe, nem percebo que já estou bem ao seu lado e só escuto quando meu amigo

chama pela Maya.

—

Maya! Podemos ir até à cantina do hospital e tomar um café? Vamos deixar que

eles conversem sozinhos.

—

Minha amiga não pode ficar muito tempo sentada, não poderei ir e deixar ela

assim, já que seu amigo também está impossibilitado de poder deitá-la.

—

Não se preocupe! Assim que ela quiser deitar-se, eu chamo a enfermeira, pode ir

com meu amigo que eu tomo conta dela.

—

Pode ir Maya!

—

Tem certeza Ester?

—

Sim! Você precisa sair um pouco desse quarto e nada melhor do que dá uma volta

e tomar um café, se eu precisar, ele pode chamar a enfermeira.

—

Tudo bem! Vamos André?

Assim

que eles saíram do quarto olho novamente para mulher em minha frente, admirando

sua beleza.

—

Bem estamos sozinhos agora, Jaime! O que tem para me falar?

—

Ester! Em primeiro lugar, eu quero que saiba que eu sinto muito por causar o

acidente e mais ainda por vê-la nesse estado em que está. Não quero que pense

que sou uma pessoa irresponsável, pois eu não sou, vou contar o que aconteceu

naquele dia, mesmo sabendo que nada justifique o que eu fiz. Tínhamos ido

comemorar um ano que meu irmão voltou para casa e a função da empresa, para

falar a verdade, eu estava um pouco chateado, mas, quando chegamos na boate,

meu irmão e meu amigo logo encontraram companhia e mais uma vez eu fiquei

sobrando, aí resolvi beber, mas não fique bêbado ao ponto de não saber o que

estava fazendo, apesar do meu amigo tentar me levar para casa, eu achei ruim da

minha parte estragar a noite dele e então eu disse que voltaria de táxi, mas

não voltei, fui embora com meu carro, mas quando eu estava no caminho, o meu

celular, que estava no banco do passageiro, tocou e eu me abaixei para pegar,

foi quando houve o acidente. Eu juro, Ester, que nunca na vida eu causei mal a

qualquer pessoa e eu sinto muito por ter colocado você nessa condição, mas

quero que saiba que eu vou te ajudar em tudo que precisar, tanto aqui, dentro

do hospital e também quando sair daqui.

—

Jaime, pelo que eu sei, este hospital é muito caro, eu não teria condições de

pagar pelo meu tratamento, se você tiver condições, é só isso que eu preciso,

antes de estar aqui, eu estava estudando, pois quero ficar nesse país. Eu só

não quero ter que ficar nesse país com uma dívida para pagar e com certeza

levaria a vida toda, visto que eu ainda não consegui um emprego ainda.

—

Não se preocupe com nada, apenas foque em conseguir voltar a andar e depois que

conseguir isso. Eu posso conseguir um emprego para você na minha empresa, esse

será o meu pedido de desculpas, mil vezes desculpa se for preciso e quem sabe

assim você possa me perdoar.

—

Jaime! Não é necessário, a dívida do hospital será muito grande, eu aceito o

seu pedido de desculpa, agora que você me explicou o que realmente aconteceu,

vou falar com minha amiga, não iremos processá-lo desde que cumpra com o que

está me dizendo sobre o hospital, não preciso de mais nada.

—

Tudo bem Ester, espero que depois de hoje, nos tornemos amigos e quero que

conte comigo para qualquer coisa. Saiba que eu não deixarei você nunca mais ir

embora de minha vida.

—

Podemos sim, ser amigos, já que eu só tenho uma, mas quero entender isso que

você falou de não me deixar ir embora de sua vida. O que você quer dizer com

isso?

—

O que eu quero dizer, Ester, é que quando passei por aquela porta, o meu

coração bateu como nunca tinha batido antes, pode ser que eu esteja me

precipitando, mas eu só tenho uma certeza, nesse momento quero você em minha

vida.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***