CAPÍTULO 13 - O ACIDENTE

Anthony Guerra

Depois

que o médico disse que meu irmão não iria acordar, resolvi ir embora. Tinha que

falar com meu pai e minha irmã.

Mas no caminho para casa, fiquei pensando o porquê meu irmão tinha sido tão

imprudente, ele não era desse jeito e isso me deixou preocupado.

Eu

fiquei muito puto com a ameaça que aquela mulherzinha fez. O que ela está

pensando? Que será fácil tirar dinheiro da minha família assim, pois ela está

muito enganada, eu vou mandar investigar o que sua amiga estava fazendo na rua

àquela hora. Ela que tome cuidado, porque em vez de pagarmos qualquer coisa,

talvez ela que tenha que nos pagar, mulher desaforada do caralho. O que essa

morta de fome está pensando? Quem mandou sua amiga está na rua uma hora

daquela, com certeza coisa boa não estava fazendo, mulheres de valor não fica

em rua e nem naquele horário, porque pelo que eu saiba a rua em que meu irmão

sofreu o acidente, não era movimentada para ela está lá. Deixo meus pensamentos

de lado quando chego em casa, percebo que está tudo em silêncio, mas assim que

eu chego na sala de jantar percebo que meu pai está tomando seu café sozinho.

—

Bom dia pai. Como está se sentindo hoje?

—

Estou bem filho.

—

Pensei que iria tomar meu café sozinho, não vi ninguém hoje, sei que cada um de

vocês tem coisa para fazer e que não podem ficar aqui com esse velho que nem

andar consegue.

—

Pai! Não é nada disso, gostamos de passar o nosso tempo com você, não pense que

esse foi o problema de não estamos aqui hoje.

—

Cadê a Barbara? Que deveria estar aqui. Ela não me informou que iria sair,

quero saber onde ela se meteu.

—

Olha irmãozinho, falar mal dos outros é feio viu? Eu estava dormindo e perdi a

hora, dentre vocês eu sou a mais comportada.

—

Bárbara, eu só achei estranho você não estar aqui, pensei que tinha saído sem

me comunicar.

—

Você sabe que nunca fiz isso e não iria fazer isso agora Anthony!

—

Tenho um assunto grave para falar! Pai por favor, espere eu terminar tudo que

tenho a dizer e não se exalte, lembre-se de sua saúde.

—

O que aconteceu filho?

—

Ontem, resolvemos ir comemorar um ano que voltei e as funções que conseguimos.

Decidimos que nossa comemoração seria em uma boate, mas assim que chegamos tanto

eu como André, conseguimos companhia, e, como eu queria curtir com a mulher que

estava do meu lado, eu fui embora mais cedo, Jaime ficou com o André, que mesmo

estando acompanhado não iria embora cedo. Mas às quatro horas da manhã, o meu

celular tocou e era do Hospital Central, dizendo que o meu irmão tinha sofrido

um acidente, que era para eu ir direto para lá. Mesmo eles não dando

informações sobre o que tinha acontecido, resolvi ligar imediatamente para o

André, que me disse ter deixado Jaime ainda na boate e que tentou levá-lo para

casa. Ele afirmou que não iria dirigir que pegaria um táxi, mas não foi isso

que fez, ele veio dirigindo e atropelou uma mulher no caminho.

—

Como está o meu filho? Porque ninguém me avisou do acidente, Anthony?

—

Pai! Não se preocupe. O médico disse que ele teve que passar por uma pequena

cirurgia para drenar o sangue que estava em seu pulmão e teve duas costelas

fraturadas, mas que ele logo estará bem. É por esse motivo eu estou aqui. Só

vim trocar de roupa e comer alguma coisa, já voltarei para o hospital, porque como

ele estava medicado não iria acordar tão cedo.

—

Eu irei com você ao hospital, quero ver como está o meu filho.

—

Pai! Por favor, você não está em condições de ir para o hospital, eu mesmo vou

e ligo assim que ele acordar você poderá falar com ele.

—

E a mulher que ele atropelou, como ela está? Ela está viva, não é?

—

O caso dela é grave, Pai. Quando saí, ela estava em cirurgia, e pelo que o

médico disse ela pode ficar sem andar, mas isso só saberemos quando ela acordar

e os médicos tiverem certeza de que realmente não possa andar.

—

Meu Deus, o que seu irmão fez, como ele foi imprudente desse jeito.

—

Estou me fazendo essa mesma pergunta. Só iremos saber quando ele acordar.

—

Barbara, você fica aqui com o pai, eu vou com o André novamente ao hospital, e

assim que tiver qualquer informação eu ligo.

Assim

que deixei a sala, fui direto ao meu quarto, tomei um banho, e voltei para sala,

onde meu pai e minha irmã ainda estavam tomando seu café, vi que os dois

estavam calados, cada um com seus pensamentos, assim que me sentei, percebi que

meu pai havia chorado, estava visível isso. Não quis me prolongar em falar

novamente sobre o assunto, apenas tomei meu café e saí da sala, peguei meu

telefone para ligar para o detetive, que mais tarde vim a conhecer como sendo o

que me encontrou um tempo atrás. Iria saber tudo sobre as mulheres que estavam

no hospital ainda hoje.

—

Raffaelo!

—

Anthony! Você me ligando, quem eu devo matar?

—

Deixe de brincadeira! Nunca quis matar ninguém e todos os serviços que fez para

mim e para empresa foi apenas de investigação. Preciso que você faça outra

investigação. Meu irmão se envolveu num acidente ontem à noite e está no

hospital, ele atropelou uma mulher, que está em estado grave, quero saber tudo

sobre ela e sua amiga, quero que me encontre no hospital, lá será mais fácil de

obter o que eu quero.

—

Qual hospital seu irmão está?

—

Ele está no hospital central, no quarto 321.

—

Nos vemos lá, então.

Assim

que eu terminei a ligação, fui me despedir do meu pai e da minha irmã, já na

garagem resolvi ir com o meu carro e não com o motorista. Mas aquela

mulherzinha não me saía da cabeça. Quando cheguei ao hospital, fui direto ao

quarto do meu irmão, ele ainda não estava acordado, seu estado estava

deplorável, lembrei de mim quando acordei naquele hospital, deveria estar pior

do que ele de se olhar. Passou apenas um minuto e o André chegou e logo em

seguida o Raffaelo e juntos fomos falar com o diretor do hospital. Como eu já o

conhecia, minha conversa com ele foi breve, deixei claro que tudo que a mulher

internada precisasse, fosse providenciado, uma enfermeira ficaria com ela noite

e dia, quis saber se ele tinha alguma informação sobre ela, mas o que ele me

passou não continha muita coisa, apenas nome e endereço e pelo visto ela morava

bem próximo de onde foi o acidente.

—

Raffaelo, com essas informações você consegue descobrir qualquer coisa não é

mesmo?

—

Está me subestimando Anthony. Se eu descobri você naquele inferno, já deveria saber

que trabalho muito bem né?

—

Quero as informações o mais rápido possível, porque a amiga dela me tirou do

sério quando disse que iria processar meu irmão e eu não vou ficar de braços

cruzados. Não vou permitir que elas usem isso para usufruir do que é nosso

assim. Sei que meu irmão é culpado, não estou dizendo que não, pagaremos o que

for estipulado pela lei e nenhum centavo a mais.

—

Pode ficar tranquilo que vou verificar tudo sobre elas e assim que tiver todas

as informações, eu entro em contato.

—

Obrigado.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***