Capítulo 17

( Visão do Santiago )

Depois que saímos da minha casa Richard decidiu passar em dois mercados para pegar algumas coisas. Com o porta-malas lotado e nossas mochilas cheias voltamos para a casa de John.

Richard tentou evitar falar sobre o que houve na casa. Ele deve ter percebido que não estou muito bem para falar sobre isso agora.

O carro fica parado em frente a garagem da casa quando o portão se abre. Richard coloca o carro para dentro, assim que para, saio junto com minha mochila.

Encontro John na garagem mas evito ele, não quero falar com ninguém. Entro na casa e vou subindo as escadas, chegando no corredor encontro Sohui.

Ela tinha acabado de sair de dentro do quarto, quando me olha. Ela percebe que não estou bem. E se aproxima aos poucos de mim.

— O que houve Santiago? Por que está com essa cara?

Permaneço calado até que ela fica de frente para mim. Seu rosto manchado de preocupação me faz ter um sentimento. Não sei porque, mas a única coisa que eu tinha vontade de fazer era de beijá-la. E assim faço.

Solto minha mochila, e pressiono ela contra a parede lhe dando um beijo. Não podia descrever a emoção que senti em poder sentir seus lábios nos meus. Era mágico.

O beijo porém dura poucos segundos. Ela me afasta do seu corpo. E me xinga.

— Mas que merda você está fazendo? — Diz nervosa.

Peço desculpas para Sohui mas não adianta muito. Ela se afasta e vai embora com raiva. Não sei o que deu em mim para fazer isso.

Pego minha mochila no chão e vou para dentro do quarto. Talvez dormir, ou um banho me faça pensar melhor.

( Visão do John )

Todos estão na sala, com exceção de Sohui e Santiago que estão no andar de cima. Larissa está na cozinha com Fly enquanto estou ajudando Richard a tirar as caixas de suprimento de dentro do carro.

— Terminou? — Pergunta John.

— Sim, essa foi a última. — Responde Richard.

A gente fica escorado na parede da garagem, esperando o nosso fôlego voltar. Quando alguém aparece segurando algumas garrafas de água, era Sohui.

— Olha quem resolveu aparecer. — Diz Richard.

— Estava com saudades idiota? — Responde Sohui.

Ela então se aproxima da gente entregando as garrafas. Podia sentir que seu humor não estava dos melhores hoje.

Quando Richard começa a falar sobre as coisas que viu no lado de fora. E uma dessas coisas me chamou atenção.

— Espera, o que você disse?

— Quando saímos do mercado encontramos um grupo armado da Tijuca, e assim que o vimos a gente deu no pé.

— O que é essa Tijuca? — Pergunta Sohui sem saber do que estamos falando.

— É uma organização criminosa. — Responde Richard brevemente.

Nosso estado é a anos disputado por organizações criminosas que tentam conquistar novos territórios a cada dia. E com esse caos e infectados... A tendência é eles dominarem a partir de agora.

Encontrar alguém de organização ou do exército pode ser bem problemático, é melhor evitarmos.

— O que eles estavam fazendo Richard? — Pergunta John.

— Explorando talvez. O grupo não era muito grande. Aquele lugar é bom para procurar recursos. A gente teve sorte de encontrar coisas no mercado!

— Me diz uma coisa. Aconteceu alguma coisa com Santiago nesse tempo que ficaram fora? — Pergunta Sohui curiosa.

Assim que Sohui faz essa pergunta dou uma leve olhada para Richard, esperando ver o que ele ia dizer. Será que Sohui percebeu alguma coisa de diferente nele?

— É uma situação complicada, mas de forma breve, ele teve que matar sua própria mãe.

Sohui fica chocada com as falas de Richard.

Fico refletindo a situação e imagino se fosse comigo, perder meus pais, minhas irmãs... Não sei se teria forças para continuar.

— Por que a pergunta? — Diz Richard olhando para Sohui.

— Me encontrei com ele no segundo andar. Sua cara estava péssima.

— É melhor da um tempo para ele. Enquanto isso vamos fazer nossas coisas aqui. — Diz John.

— Isso! Agora que Sohui está aqui ela pode nos ajudar a levar essas caixas para a cozinha. — Diz Richard.

Sohui prontamente responde.

— Eu nada, vocês que se virem. Não tiraram do carro? Agora carreguem! Eu vou acender as velas agora.

— Então vai ser assim né? Blz, então. — Diz Richard magoado.

— Bye!

Sohui sai da garagem.

— Essa garota!

Termino de beber minha água e dou um leve tapa no ombro de Richard. — Vamos voltar para o trabalho. Quando a gente termino já era de noite. Todos se reuniram na sala para podermos jantar.

Era a oportunidade perfeita para eu falar sobre sairmos daqui nos próximos dias. Mas uma coisa me chamou atenção. Sohui parece irritada com Santiago por algum motivo.

— Isso aqui está muito bom Larissa! — Diz Richard.

— É uma receita especial da minha mãe.

— Hmmm, está uma delícia mesmo. — Diz Fly.

— Está aprendendo com ela Fly?

— Aos poucos, mas estou. — Responde Fly.

Algum tempo depois todos tinham terminado de comer. Essa era minha oportunidade de falar para todos.

— Pessoal, como a maioria aqui já sabe tenho uma coisa para falar. Olho para Santiago. Vamos sair para a cidade daqui uns dias.

— Por que? — Questiona Santiago.

— A questão é a seguinte. Minha família está presa no prédio central da nong no centro da cidade. E não tem ninguém para resgatar eles. Recebi uma mensagem deles, e já confirmei que vou resgatar eles.

Santiago fica pensativo. — E precisa ir todos?

— Sim, vamos ir para o centro onde deve ter bastante infectados.

— Não só infectados, mas também os militares. — Responde Richard.

— Vamos precisar de mais armas então. Só temos duas pistolas e pouca munição. — Diz Fly.

— O lado bom é que temos bastante suprimentos agora. Já é uma coisa a menos para se preocupar. — Diz Larissa.

— E os carros? Temos gasolina para fazer isso? — Questiona Sohui.

— Meu carro e o do John estão com a gasolina na metade do tanque ainda. Da para a gente ir ao centro tranquilo.

Armamento, precisamos de armas agora. Se não me falhe a memória tem uma loja de armas em Jacarepaguá, na freguesia.

— Já sei onde podemos conseguir algumas armas.

— Sério? Onde? — Pergunta Fly.

— Tem uma loja em Jacarepaguá que mexe com esse tipo de coisa. Podemos encontrar algumas coisas por lá. Temos gasolina para ir lá né Richard?

— Sim.

— Então podemos fazer assim. Vamos primeiro passar nesse loja de armas, e depois vamos rumo ao centro da cidade.

— Agora está melhor. — Diz Santiago.

Todos então concordam com a ideia de passar primeiro na loja de armas. Assim que termina nossa reunião todos vão para seus quartos, menos os vigias de hoje, que são eu e Sohui.

Já faz quatro dias que tudo isso começou, e ainda não temos pistas do que está acontecendo realmente.

Apenas sabemos que temos que evitar ao máximo ser mordido ou arranhado pelos infectados. Será que vamos ter uma cura para isso?

Sempre que fico olhando os infectados pela janela penso nisso. Como vai ser o nosso futuro daqui para frente. Vamos viver se escondendo dos infectados? Merda, não quero isso.

Sohui aparece se aproximando de mim. Sem muitas palavras ela diz. — Preciso falar com você.

— O que houve?

Ela hesita um pouco antes de falar.

— Santiago me beijou.

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