Meu anjo

Nina

Ao deitar minha cabeça no travesseiro, olhei para o teto e soltei o ar, que estava preso a horas.

Por pouco um estranho não toma o meu primeiro beijo e eu nem consegui reagir, se não fosse o Gabriel... Ah, Gabriel! Você combina mesmo com o nome que tem, foi o meu anjo está noite.

Lembro de como me defendeu mais cedo, de como me senti embriagada pelo seu perfume dentro do seu abraço e de como me senti protegida quando me pediu para não sair de perto dele... cheguei até a pensar que estava com ciúmes, que boba que eu sou.

Logo me vejo perdida em meus devaneios românticos.

Sacudo minha cabeça e volto a realidade, eu não posso e não quero sentir o que sinto, pois sei que, se estiver acordado nesse momento, não sou eu a razão da sua falta de sono, e a partir de hoje, farei o possível para que você não seja mais a minha.

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Théo

Théo chegou em casa com o pai, e antes que fosse para seu quarto, Lucas lhe pediu que se sentasse, pois precisavam ter uma conversa com o filho.

Théo sentou a contragosto e cruzou os braços, esperando que o pai começasse a falar.

— Percebi seus olhares para uma das filhas da Sara. Filho, ela não é uma dessas garotas que você está acostumado.

— Pode ficar tranquilo pai.

Quando foi que o senhor me viu correndo atrás de mulher?

Nunca, não é?

Não será diferente agora. Comigo, é uma vez só e pronto.

— Isso significa que vocês...

— Foram só uns beijos em uma festa que fui semana passada.

— Um dia esse seu pensamento vai mudar.

Quando achar a garota certa, não vai querer saber de nenhuma outra, e sabe por quê?

Ela não vai sair da sua cabeça, nem por um momento. Vai se pegar fazendo planos e contando os minutos para vê-la novamente.

— Pai, sabe que não sou um romântico como o senhor, não sabe?

Isso não é para mim, boa noite.— Théo se levanta e vai em direção ao seu quarto, se jogando na cama após trancar a porta.

— Eu, me apaixonando por alguém... só o meu pai mesmo!

Alice... Pensei em tantos nomes para aquela garota... — Em meio aos seus pensamentos, sem perceber, abre um sorriso ao lembrar de Alice.

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Mais uma semana de aula se inicia, e devido a um projeto da escola, tinham trabalho de quase todas as matérias para fazer em um curto prazo. Nina até que gostou, pois manter a cabeça ocupada por dias, era tudo que ela precisava.

O de literatura era para fazer em dupla, Nina não se preocupou em escolher ninguém, já que estudava na mesma turma da irmã e o óbvio era fazerem juntas. Porém, Alice tinha outros planos,e assim que o professor perguntou o nome das duplas para anotar, Alice levantou o braço e deu seu nome e de Nicole, uma colega de turma.

Nina a olhou surpresa, mas precisava pensar rápido em alguém, já que o professor logo lhe perguntaria por sua dupla.

— Nina, já tem dupla?— Sussurrou Matheus, antes mesmo que Nina pensasse em alguém.

— Ainda não, para ser sincera, achei que faria com a minha irmã.

— Podemos fazer juntos? — Nina não queria, pois sabe o que falam sobre ela e Matheus, mas já não havia tempo para procurar por outra dupla.

— Podemos, combinamos depois então. — Fazendo Matheus abrir um belo sorriso com sua resposta positiva.

Nina e Matheus estudam juntos desde o primeiro ano, mas trocaram poucas palavras até então. E logo no início do ano letivo, surgiu um burburinho entre os colegas, que afirmavam que Matheus era apaixonado por ela.

Nina não deu ouvidos, pois não tinha interesse no assunto, e Matheus nunca se aproximou dela, até esse momento.

Matheus

Com o fim da aula, Nina arrumou suas coisas na mochila e a ajeitou no ombro, olhando para Alice, que estava combinando os detalhes do trabalho com Nicole, e sem querer atrapalhar, foi em direção a saída, onde sempre encontrava o irmão e os primos para voltarem para casa juntos.

Já chegando no fim do corredor que levava a saída,Nina ouviu seu nome sendo chamado por Matheus.

— Nina, está muito ocupada hoje?

— Só com esse monte de trabalhos que temos para fazer, por quê?

— Pensei de começarmos a fazer o nosso hoje, pode ser?

— Por mim tudo bem. Pode ser lá em casa?

— Sim, claro! Me passa seu endereço por mensagem.

— Salva aqui seu número, te passo assim que chegar em casa. — Entregando o celular para Matheus.

— Não tem meu número? Toda a turma tem... — Franzindo a testa enquanto olha para Nina .

— Não tinha, mas agora terei, assim que você digitar. — Sorrindo simpaticamente.

Matheus salvou seu número e devolveu o celular a Nina, se despedindo em seguida.

— Hum, olha só quem se deu bem! — Alice, implicando com a irmã.

— É só um trabalho, Alice! Trabalho esse, que a minha própria irmã não quis fazer comigo.— Virando as costas, continuando a caminhar até o portão de saída.

— Desculpe por isso, Nina! A Nicole me chamou e eu aceitei na hora, nem pensei...

Espera, olha quem está ali.

— O que será que ele veio fazer aqui na porta da escola? — Questiona Nina.

— Me ver ué!

— Alice, você não vai subir naquela moto... — Recebendo uma careta da irmã.

Théo estava na porta da escola encostado em sua moto e com os braços cruzados a frente do corpo, atraindo todos os olhares femininos.

Quando viu Alice, deu um sorriso de canto, mordendo de leve os lábios em seguida.

— O que faz aqui? — Pergunta Alice, se aproximando.

Théo acena com a cabeça e pisca para Nina ,que continua no portão da escola, esperando pelos mais novos.

Volta seu olhar para Alice, e antes que pudesse responder, é interrompido por Gui, que chega animado lhe cumprimentando.

— Vim buscá-lo! — Entregando um capacete para Guilherme antes de subir moto.

— Fui pessoal! — Grita Gui, já se distanciando com o primo.