O quase beijo

Após o dia divertido que teve na casa de Melissa, Gabriel voltou para casa com a irmã. E depois de um bom banho, deitou em sua cama para ler na intenção de fugir um pouco da realidade.

Mas não foi tão fácil assim, pois, as lavras de Davi não saiam de sua cabeça. Seus sentimentos e pensamentos estavam confusos, nunca foi sua intenção se relacionar amorosamente com nenhuma das meninas, mas ultimamente, tem sido cada vez mais difícil não pensar nisso.

Se sente muito incomodado quando Alice lhe confidencia suas travessuras, não sabe ao certo se é ciúme de irmão ou de um homem apaixonado.

Nina é a sua paz, é com quem compartilha seus sonhos, seus planos, seus medos...

Ama o jeito como sorri discretamente e cada detalhe do seu rosto parece perfeito. E tem ama quando fica corada ao encontrar seu olhar preso nela.

Não consegue deixar de pensar no quanto seu padrinho se decepcionaria com ele, caso tivesse algo com uma de suas filhas.

Enfim, será mais uma noite difícil, virando de um lado para o outro na cama em busca do sono.

Após uma semana normal, chegou o dia do jantar na casa de Isabella e João.

Durante a semana, Vítor argumentou de todas as formas, a fim de fazer João desistir do jantar. Mas João não viu motivos para ir contra uma vontade da esposa, e manteve o jantar.

Alice iria para o jantar após a aula de jazz, então foram na frente Vitor, Sara, Noah e Nina. Foram os primeiros a chegar e Noah já foi direto para o quarto de Gui, deixando os pais e a irmã na sala.

Após alguns minutos de conversa, foi a vez de Lucas chegar com o filho.

Assim que entraram, foram recebidos por João e Isabella, que apresentou Théo a todos.

Nina cumprimentou Théo com um sorriso doce e um aperto de mão e já pensou na irmã, e que Gui estava certo, Alice gostará de conhecer o Théo.

Théo olhou para Nina como se já a conhecesse, piscou e deu um belo sorriso sedutor, que deixou Nina sem jeito.

Lucas apertou a mão de Vitor, que não lhe parecia muito contente em revê-lo, mas foi educado, e depois se voltou para Sara, que parecia a mesma menina doce e inteligente de sempre.

— você não mudou nada, Sara! — Exclamou Lucas.

— Espero que isso seja bom!— Exclamou Sara, apertando a mão de Lucas e fazendo o marido revirar os olhos.

— Parabéns, a filha de vocês é uma bela moça, lembra muito você na idade dela. — Lucas

— São lindas mesmo! — Vitor, com um olhar desafiador

Nina tentou puxar assunto com Théo, perguntando se estava gostando de ter voltado a sua cidade natal e se já tinha feito amigos... Mas tudo que recebia de Théo eram respostas curtas e olhares que a deixava sem graça.

Pediu licença a ele, dizendo que iria até o banheiro, que apenas assentiu com a cabeça, observando Nina até sumir pelo corredor.

Nina passou alguns minutos no banheiro, pensando no que fazer para deixar Théo mais a vontade. Já com algumas coisas em mente, abriu a porta do banheiro e saiu, dando de cara com Théo, que a pressionou contra a parede do corredor.

— Vai passar a noite toda fingindo que não lembra de mim? — Questionou Théo, com o rosto bem próximo ao de Nina.

— Desculpe, mas eu acabei de lhe conhecer...

— Vou entrar no seu joguinho!

Terei que lhe beijar novamente para que se lembre. — Quase sem nenhuma distância dos lábios de Nina, que já sentia seu hálito de menta.

— Está tudo bem aqui, Nina? — Perguntou Gabriel com a voz rouca e um olhar profundo.

— Está. Vamos para a sala. — com a voz trêmula, se desvencilhando de Théo e puxando Gabriel pelo braço

Théo sorriu, achando que tinha encontrado um belo desafio pela frente, e ao invés de voltar para a sala, seguiu para o quarto do primo.

Gabriel tomou a frente e conduziu Nina discretamente até o jardim.

— O que estava acontecendo naquele corredor, Nina. — Sério e furioso, de um jeito que Nina nunca tinha visto.

— Eu não sei, acho que ele me confundiu... Sei lá.

Só disse que eu estava fingindo que não o conhecia.

Obrigada por chegar na hora certa!

— Na hora que ele ia te beijar. — Tirando os óculos e andando de um lado para o outro.

— Acho que sim... — Sem firmeza na voz,cruzando os braços a frente do corpo.

Mesmo nervoso, Gabriel percebeu como Nina estava assustada e confusa. Respirou fundo, colocou os óculos e a acolheu em seus braços, beijando o topo de sua cabeça como sempre faz.

Permaneceram abraçados por alguns minutos, sentindo as batidas aceleradas do coração um do outro.

— Está mais calmo?

— Estou sim, você tem esse poder. — Fazendo Nina sorrir, enquanto sai do abraço.

— Vamos voltar lá para dentro e fingir que nada aconteceu, tá bom?

— Não sei se consigo Nina...

— Consegue sim! Você é o cara mais calmo e paciente que eu conheço.— fazendo Gabriel sorrir docemente, enquanto ajeita os óculos.

— Tudo bem, vamos entrar. Mas não saia do meu lado, por favor. — Isso não seria nenhum sacrifício para Nina que, passado o susto, estava nas nuvens com a reação de Gabriel.

— Combinado!

Voltaram para a Sala e Théo ainda não estava presente.

— Onde estavam? — Questionou Vítor.

— Estávamos tomando um ar lá fora, está uma linda noite! — Disfarçou Gabriel, com um belo sorriso.

Continua...

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