Quase irmãos

Gabriel deixou todos na porta da escola e seguiu para o estágio. Mas como sempre, causou um alvoroço entre as meninas na porta da escola, que sempre iam atrás das meninas perguntando quando iriam apresentar o “gato de óculos”. Nina revira os olhos com a agitação das colegas de classe, já Alice achava graça e dizia que um dia realizaria o desejo das colegas.

Lá encontraram Guilherme e Marina, um de cada lado do corredor, para não dar briga, já que um simples bom dia de Gui, já irritava Marina.

Após a escola, foram todos para a casa das meninas. Almoçaram e cada um foi para o canto.

Noah foi para o quarto jogar com Laura e Gui, Alice foi para o quarto escolher uma roupa para a festa e Nina e Marina foram para a cozinha dar um jeito na bagunça do almoço.

— Por que não vai jogar com o pessoal no quarto do Noah?

Eu termino aqui sozinha. — Nina enquanto lava a louça e Marina seca

— Prefiro mil vezes encarar a louça. Eu amo o Noah, adoro a Laura... Mas o Gui não dá, ele é muito irritante.

— Marina, ficando irritada só de lembrar de Guilherme.

— O Gui tem aquele jeito convencido, mas é legal, divertido, bonito...

Essa sua implicância só pode ser uma coisa... Amor! — Nina sorrindo e deixando a prima perplexa.

— Você e seu romantismo!

Acha mesmo que eu me apaixonaria por um tipo como ele... Que olha para as meninas como se fossem mercadorias prontas para consumo? — Laura irritada.

— Calma Mari! Estou brincando com você, mas eu ainda acho a sua reação exagerada.

Tenta dar uma chance para se entenderem, ele sabe ser divertido quando quer. — Nina com um sorriso de canto para a prima.

— Nina... Ah, você está aí esquentadinha! Vamos lá para o quarto, preciso de uma parceira para acabar com aqueles dois no jogo. — Guilherme passando o braço pelo ombro de Marina.

— Me solta garoto... Não sabe falar sem encostar?

Esquentadinho é a... — Marina irritada com Gui.

— Olha a boca garota! Relaxa um pouco! — Gui, se divertindo com a reação de Marina.

— Já chega crianças!

O que queria Gui? — Nina, se pondo na frente de Gui.

— Essa garota me ama prima! — Gui, com um sorriso divertido.

— Gui... — Nina, repreendendo o primo.

— O Noah disse que fez bolo pela manhã, sobrou um pedaço para o seu primo mais bonito? — Gui, piscando sedutoramente para Nina.

— Fala assim porque é meu único primo!

O bolo está no balcão, pode pegar, mas sem bagunça! — Exclama Nina.

Guilherme se serviu e voltou para o quarto, mas antes de sair da cozinha, mandou um beijinho no ar para Marina, a irritando ainda mais.

Gui chega aí quarto de Noah se deliciando com a fatia de bolo.

— Não trouxe para a Laura? — Noah, indignado com a falta de gentileza do primo.

— Ela não disse que queria. — Gui, fazendo o primo revirar os olhos.

— Quer bolo Laura? Eu pego para você. — Noah já largando o controle que estava em suas mãos e se pondo de pé.

— Não precisa Noah, depois descemos para fazer um lanche. — Laura, sem largar o controle e tirar os olhos da tela.

— Viu só, ela não queria. — Guilherme, vendo o primo sentar novamente e voltar ao jogo.

Terminando de arrumar a cozinha, Nina subiu para o quarto com Marina e tomou um banho, enquanto Marina bisbilhotava seus livros.

Já fora do banho, com um vestido leve e delicado, deitou em sua cama olhando para o teto.

— Esta tudo bem Nina?

Ficou pensativa do nada. — Marina, observando a prima enquanto folheava um livro sentada na poltrona.

— Estou bem, só estava pensando no... nos trabalhos de escola que tenho que fazer. — Nina, saindo de seus pensamentos.

— Sei... O Gabriel vai passar aqui hoje? — Marina arqueando as sobrancelhas, aguardando uma resposta.

— Não sei, ele sabe que a Alice vai sair. — Nina, voltando a olhar para o teto.

— Ele é um bobo se não te enxergar! — Marina, falando em um tom baixo para que a prima não ouça.

— Mas talvez passe para buscar a Laura mais tarde. — Nina, desviando o olhar para a prima, que a observava.

— Não vai lutar por ele, não é? — Marina, fechando o livro e voltando sua atenção para Nina.

— Lutar? Não estou entendo. — Nina, ficando corada e atrapalhada com as palavras.

— Não sou boba, e lhe conheço desde que nasci. Sei que gosta dele mais do que queria. — Marina, levantando da poltrona e sentando ao lado da prima.

— Você só pode estar enlouquecendo, somos quase irmãos. — Diz Nina, ajeitando sua posição e sentando.

— Ele é como um irmão para a Alice, não para você. — Laura, colocando uma mecha de cabelo da prima atrás da orelha.

— Depois, eu que sou a romântica! — Nina, com uma expressão divertida.

— Como estou meninas? — Pergunta Alice, entrando inesperadamente no quarto da irmã.

— Está linda! — Nina e Marina em coro.

— Só não sei se o papai vai gostar de lhe ver com esse vestido. — Nina, observando o vestido vermelho e chamativo da irmã.

— Por isso já estou indo antes que ele chegue do trabalho, nem me verá saindo.— Alice, dando de ombros.

— Vê se não passa do horário, Alice, a mamãe lhe avisou hoje cedo. — Nina

— Pode ficar tranquila!

Já vou indo meninas, beijos! — Alice saindo apressada, jogando um beijo no ar para as meninas.

— A Alice ainda vai enlouquecer o meu tio. — Marina, rindo da situação.

Continua…

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