Sophie chorava, e todos nos aproximamos rapidamente. Uma marca sombria em sua pele revelava o inevitável: a maldição da criatura a havia alcançado. Logo, ela se tornaria a próxima aberração.
— O que vamos fazer? — perguntei, desesperada.
— Eu não sei — respondeu Sandman, sem emoção.
— Você é o Sandman, este é o seu reino! Como assim não sabe? — gritei, incrédula.
— Calma, Charlotte — interveio Violet, tentando acalmar os ânimos.
— Não podemos deixar Sophie assim. Precisamos fazer algo! — disse Andrew, firme.
— O que vai acontecer comigo? — perguntou Sophie, entre soluços.
Sandman foi direto:
— Temos que mandá-la embora. Ela deve morrer. Se isso não acontecer, ela se transformará em algo ainda mais poderoso e incontrolável. Não podemos permitir.
Sophie olhou para ele, pálida.
— Eu... vou morrer?
Antes que eu pudesse reagir, sufocada pela raiva de ouvir Sandman desistir de Sophie tão facilmente, uma presença gelada invadiu o ambiente. Era ela: a Morte.
— Morte? — murmurei, surpresa.
— Vejo que alguém já ouviu falar de mim — respondeu, com um sorriso frio.
Sophie começou a chorar ainda mais.
— Eu não quero morrer! Não quero ir!
Andrew deu um passo à frente.
— Ela não pode ir!
— Ela precisa ir — insistiu Sandman. — Se não for, todos nós corremos risco. Não é uma escolha.
Meu ódio transbordou.
— Seu idiota! Você simplesmente vai desistir dela?
Sandman me lançou um olhar sombrio.
— Cuidado com suas palavras, Charlotte.
A Morte, impaciente, cortou a discussão:
— Não está na hora dela, mas Sandman me chamou, e aqui estou. No mundo do Sonhar, não há como matar uma aberração.
Scott, que até então estava em silêncio, perguntou:
— Então, como lidamos com um agora a pouco?
— Vocês não a mataram — explicou a Morte. — Apenas Morpheus a afastou temporariamente. Mas essa solução não durará para sempre.
Ela se voltou para Sophie, séria:
— Se têm algo a dizer, faça agora. Não vou esperar mais.
Andrew falou, com arrependimento:
— Gostaria de ter me aproximado mais de você, Sophie. Fui egoísta, não te valorizei e agora vejo que só sabemos o quanto amamos alguém quando a perdemos.
— Está tudo bem, Andrew. Sabemos que sempre gostou de Charlotte.
— Não era só isso. Eu gostava de você o tempo todo, mas não admitia. Só queria competir com Joshua.
Eu, entre lágrimas, respondi:
— Você fez suas escolhas, Andrew. Não adianta lamentar agora.
Andrew tocou meu rosto e disse:
— Eu posso ficar com várias, mas nenhuma será você. Me desculpe.
Olhando para ele, falei:
— Eu odeio te amar.
Ele então se aproximou e me beijou lentamente. Eu o parei, embora meu coração quisesse continuar. Quando ele se afastou, disse:
— Desculpe novamente, Sophie. Eu realmente odeio despedidas.
— Eu também — respondi, virando-me e começando a andar.
Fui interrompida pela voz de Charlotte:
— Sophie, me desculpe de novo por tudo.
— Está tudo bem, Charlie. Todos erram. E eu também errei, principalmente com você.
Chloe, Emma e Scott também expressaram sua saudade. Violet apenas disse que nunca me esqueceria. Todos me abraçaram antes que eu seguisse meu caminho com Morte.
Morte perguntou:
— Está pronta?
— Estou.
Eu saí com Morte, sentindo meu corpo se despedaçar até desaparecer. O fim havia chegado, mas ainda estava viva em alma. E então, Morte estalou os dedos, e eu sumi completamente.
Andrew:
Eu me pergunto todos os dias se poderia ter feito algo diferente, se poderia tê-la salvado. Mas a verdade é que eu falhei. E essa falha me consome. As pessoas tentam se aproximar, mas o que elas sabem sobre a dor que estou sentindo? Nada. Só quero ficar sozinho... talvez assim eu encontre um jeito de sobreviver a isso.
Charlotte:
Eu olho para o Andrew e sinto um nó no estômago. Ele está se afundando, e eu não sei como alcançá-lo. Quero ajudá-lo, mas às vezes parece que estou tentando segurar água com as mãos. Ao mesmo tempo, eu preciso ser forte.
Joshua:
Eu fico pensando no que isso significa, no que a morte realmente é. Talvez, se eu entender o porquê de tudo isso, a dor faça sentido. Mas então vejo Andrew... e me sinto inútil. Eu deveria estar lá para ele, mas é como se cada palavra que eu tentasse dizer se perdesse antes de sair.
Emma:
Eu sempre fui a que tenta enxergar o lado positivo das coisas, mas como encontrar algo bom na morte de Sophie? Talvez seja hora de aceitar que nem sempre dá pra ser forte... e que tudo bem se sentir perdida também."
Chloe:
Eu não aguento mais ver o Andrew assim. Ele está se destruindo e nem tenta lutar. Quer saber? Isso me irrita. Todos nós estamos sofrendo, mas ele se fechou em um buraco e deixou a gente do lado de fora. Eu queria gritar com ele, dizer que ele precisa reagir, mas sei que não é tão simples. Talvez seja minha maneira de lidar com isso... transformar tristeza em raiva. Pelo menos assim, não sinto o peso do vazio.
Scott:
Eu não sou bom com emoções, nunca fui. Então faço o que sei fazer: resolvo as coisas práticas, ajudo onde posso, fico ali quando alguém precisa. Mas com Andrew, nada disso funciona. Ele não ouve, não responde. Eu não sei como lidar com isso.
Violet:
Sophie sempre me entendia. Sempre sabia o que dizer. Agora, sem ela, parece que falta cor no mundo.
Henry:
Por que a Sophie teve que ir embora? Eu não entendo. Ela era tão boa... tão boa comigo, com todo mundo. E agora ela não tá aqui. Eu pensei que as pessoas boas não podiam ir embora assim, sabe?
Já no novo nível, Cleópatra apareceu, trazendo as cartas, mas não sem antes nos desafiar com um enigma. Resolvemos rapidamente e seguimos em frente, pegando mochilas com "água" para fortalecer, e outros itens úteis para a jornada.
Continuamos a jornada, atravessando portas que nos levavam a diferentes lugares, até chegarmos a uma estação de trem..?
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 36
Comments