Alcatéia.- Capitulo 17. -

Era uma floresta de neve, uma vasta e gelada floresta de neve. O que será que iríamos enfrentar agora?

Scott parou e farejou o ar.

— Sinto cheiro de animal — ele disse.

— Qual tipo? — Chloe perguntou.

— São lobos — respondeu Scott, pensativo. — Lobos do Ártico. Estamos no Ártico?.

— É provável.

— Muitos? — questionou Andrew.

— Uma alcatéia — disse Scott, olhando para frente.

Apenas ouvimos uma voz falando:

NÃO É PARA FERIR OS LOBOS! APENAS FUJAM E ENCONTREM A CHAVE.

— Não podemos lutar — falou Emma. — Só fugir.

— O Scott pode ajudar, não pode? — perguntou Joshua.

— Não consigo me transformar ainda — disse Scott.

— Você nunca tentou — falou Emma.

— Talvez ele consiga se transformar com a adrenalina, sei lá.

— Eles estão chegando — disse Scott. — Três, dois, um...

— Chegaram.

— Quantos lobos! Nunca tinha visto um, e agora tem vários — comentou Henry, aproximando-se.

— Henry, volta aqui! Não seja louco! — puxei ele pela camiseta.

— Eles estão nos olhando com uma expressão feroz, né? — falou Chloe.

— Tem um se aproximando — alertou Henry.

— Hora de correr! E não esqueçam de procurar a chave enquanto fugimos — falou Joshua.

— Não acredito que estamos nessa situação, correndo de lobos! — reclamou Andrew.

— Enquanto o Scott não se transforma para nos ajudar, vamos ter que fugir — disse Chloe.

— Então, preparem-se e corram! — comandou Violet.

Corremos em grupo enquanto os lobos, incrivelmente rápidos, vinham atrás de nós. Eu estava tão apavorada que nem olhava para trás. Saltávamos de rocha em rocha na floresta. Scott estava na minha frente, e os outros se espalharam por caminhos diferentes, desviando alguns lobos. Cerca de dez lobos ficaram abaixo, prontos para atacar.

— Droga!

— O que foi, Charlie? — perguntou Scott.

— Torci o pé.

— Sua tonta, tinha que ser você.

— Ah, cala a boca e me ajuda! — Ele me puxou para a rocha onde estava.

— Tá doendo muito?

— Tá.

— Pois vai continuar doendo, porque não há nada que eu possa fazer agora.

— Você é um idiota, sabia?

— Andrew e Violet foram para outra direção. Não tem como você se curar agora, e daqui a pouco esses lobos vão pular aqui.

— Você devia ir mesmo, com essa sua chatice — retruquei, subindo para uma pequena montanha ao lado.

— Você vai cair daí.

— E você se importa? Porque eu não ligo se você se machucar — respondi, quase escorregando em direção aos lobos.

— Você quase caiu, sua tonta — disse ele, subindo atrás de mim.

— Precisamos achar um lugar para nos esconder.

— Ali tem uma entrada. Podemos tentar nos esconder lá — indicou Scott, apontando.

— Então vamos!

Corremos para o local indicado, enquanto os lobos nos seguiam, mas logo mudaram de direção.

— Joshua, pelo amor de Deus! — exclamou Chloe.

— O que foi?

— Sobe logo nessa árvore!

— Calma, já estou indo — disse, subindo na árvore.

— Agora me ajuda a subir também, né?

— Folgada — retruquei, pegando sua mão e puxando-a.

— Quer quebrar meu braço?

— Estou te ajudando, e você ainda reclama?

— Reclamo sim! E você também não faz nada direito.

— Acabei de te ajudar, Chloe.

— E daí? Ainda nem achamos a chave para sair daqui.

— Talvez os outros já tenham encontrado.

— Será que os lobos conseguem pular até aqui?

— Só se eles conseguirem saltar uns cinco metros.

— Caramba, que susto! — disse Chloe quando dois lobos saltaram.

— É, acho que conseguem pular uns três metros.

— Só acha? Eu tenho certeza!

— De todas as pessoas, eu tinha que fazer dupla com você?

— Sei que me ama.

— Amo nada.

— Coitada da Charlie se for namorar alguém como você.

— Por quê?

— Chato desse jeito — Chloe começou a rir.

— Não fala mais comigo — respondi, enquanto ela continuava rindo.

****************

— Henry, segura na minha mão. Conseguimos despistar eles, mas vão acabar nos encontrando.

— Tá bom, tia, estou com medo.

— Não precisa ter medo. Estou aqui com você.

— Tá bom.

— Consegue ver alguma coisa com sua visão?

— Consigo. Tem uma porta debaixo daquele arbusto, tia Emma.

— Vamos até lá. Vem.

Chegamos à porta. Havia uma chave dourada ao lado. Acho que encontramos a passagem para a outra sala.

Um uivo ecoou perto, e todos começaram a correr novamente. Pulávamos sobre pedras e troncos cobertos de neve, enquanto os lobos nos seguiam com olhos brilhando na escuridão.

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