Capítulo XVI

Maya começa a se debater, tentando respirar. Ela balançava os pés e tentava puxar o braço de Bruno que continuava a apertar. De repente um de seus pés acerta a virilha de Bruno, fazendo-o soltá-la e se jogar no chão de dor.

Maya caiu no chão e começou a tossir, porém imediatamente, por puro instinto, se levantou e começou a correr pela floresta.

Aqueles homens eram caçadores, poderiam rastrear seu paradeiro, e conheciam a floresta como a palma de suas mãos, mas Maya por conviver por tanto tempo com eles, conseguia prever os seus movimentos.

Maya também conhecia aquela floresta, todas as suas trilhas e suas regiões, portanto sabia qual rota tomar para despistá-los.

Foi em uma direção onde sabia que a floresta era mais densa, arrancou suas botas pois sabia que descalça seus rastros seriam quase imperceptíveis. A garota era pequena diante daqueles homens, mas seu corpo era ágil como uma gazela.

Ouviu-se um som de tiro, indicando que eles estavam em seu encalço e ela se jogou no chão e foi rolando, parando em arbustos que convenientemente estavam ali lhe dando esconderijo. Ficou parada, sem mexer nenhum músculo, e tentou controlar a respiração para que fizesse o mínimo possível de barulho, pois naquele momento ela era como um animal, lutando por sua própria vida, qualquer erro seria fatal.

Os homens pararam próximo ao seu esconderijo, e começaram a discutir sobre ela não poder ter ido longe, até que se ouviu o som de galhos se quebrando e os homens se entreolharam e correram em direção ao barulho.

Quando sentiu que estava seguro, Maya saiu de seu esconderijo e foi em direção ao acampamento, pois era a direção contrária a que os caçadores foram, e também eles nunca imaginariam que a vítima estaria exatamente no território de seus algozes.

Chegando ao acampamento, pegou uma das facas de caça que estavam ali jogadas e saiu correndo em direção a chácara.

A garota correu por horas desviando de trilhas óbvias, se escondendo para descansar por alguns segundos e depois continuar. Ela fez isso até chegar a mansão da chácara.

Assim que chegou, Maya foi para o seu quarto, pegou uma mochila, jogou umas roupas qualquer dentro e pegou um pouco de dinheiro. Ao passar perto de um espelho viu sua aparência, e ela parecia uma criatura da floresta, pois seu corpo estava todo arranhado e coberto de lama, seus cabelos molhados e cheios de galhos e folhas, percebeu que alguém que a visse provavelmente perguntaria de sua aparência, e por esse motivo decidiu que deveria tomar um banho e trocar de roupas.

Após sair da mansão, ela foi ao estábulo e montou em um dos cavalos, sem se preocupar em colocar sela, e partiu em direção a cidade.

Chegando a cidade, soltou o cavalo e foi a passos largos para a rodoviária.

Ela já sentia quase um alívio, quando viu os ônibus parados, porém quando estava passando pelo estacionamento de carros, por impulso olhou para o seu lado esquerdo e avistou Bruno, sentado no capô do SUV do Senhor Roberto. Ele sorria para ela e lhe dava um tchau amigavelmente.

O que Maya não contava era que eles também eram astutos e ao invés de procurá-la pela floresta, resolveram ir até o destino óbvio onde terminaria sua fuga, a rodoviária da cidade.

A sorte de Maya é que não poderiam fazer nada cruel ali na frente de todos, então ela tinha uma chance.

Pensando rápido entrou dentro da rodoviária e a passos largos saiu pelos fundos.

Ela foi em direção a outro comércio que tinha ali perto e sentia que estava sendo observada, mas foi corajosa, ela tinha que conseguir despistar seus perseguidores e por isso começou a entrar e sair pelos fundos de vários comércios para tentar fugir de alguma forma.

Ela foi fazendo isso até que entrou no mercado da cidade e quando tentou sair pelos fundos a porta estava trancada. Seu coração bateu forte no momento, poderia ser encurralada ali dentro. Ela se virou em direção a saída, já chorando e imaginando que teria o mesmo destino da moça na floresta. Foi andando e as lágrimas lhe cegaram.

De repente, sentiu seu corpo bater contra um corpo masculino, seu sangue gelou na hora, mas quando viu o rosto do homem, percebeu que não era um de seus perseguidores.

Aquele homem era Daniel e eles já se conheciam, pois os pais dele também chegaram a trabalhar na chácara. Daniel também tinha a mesma idade de Maya e os dois chegaram a brincar algumas vezes, quando criança.

Daniel tinha ido embora da Chácara na mesma época que Nicholas, pois conseguiu uma bolsa de estudos. Ele voltou para a cidade formado como dentista, recentemente.

Quando viu Maya ficou maravilhado, apesar dos arranhões em seu rosto, ela continuava uma linda mulher. Daniel tinha uma paixonite por ela desde a infância, mas como estava sempre com Nicholas nunca conseguiu se declarar.

– Você é a Maya não é? Se lembra de mim? – ele pergunta.

Maya estava desnorteada, ao ponto de não ter ouvido o que ele disse e apenas conseguia suplicar por ajuda:

– Por favor, me ajuda! Eles vão me pegar, me ajuda por favor! – ela diz, desconfiada e olhando para os lados.

– Quem vai te pegar? – indagou Daniel perdido

– Também gostaria de saber, quem quer te pegar, Maya? – disse Senhor Roberto aparecendo por trás.

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Comments

Viviane Nascimento

Viviane Nascimento

mds será que esse Roberto não vai deixar a moça em paz Daniel ajuda ela por favor

2025-03-17

0

Maria DA Gloria

Maria DA Gloria

haaa não, não deixe esse cretino pegar Maya não,por favor

2025-01-12

1

Luciana feltes da silva lu

Luciana feltes da silva lu

que 💩pegaram ela

2024-10-26

2

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