Capítulo X

Enquanto isso, Maya corria pela floresta úmida, sua atitude era apenas guiada pelo seu coração que doía. Ela ignorava tudo a sua volta, e nem pisava com com cuidado e por este motivo, acabou escorregando em um graveto. Seu corpo foi ao chão e ela rolou sob as folhas molhadas, ganhando mais velocidade enquanto rolava pelo desnível, parando apenas quando bate em um tronco que estava no caminho. Ela bateu forte a cabeça, foi forte o suficiente para que perdesse os sentidos e ficasse desacordada.

Depois de um tempo, ela acordou com uma dor no local da pancada, não se lembrando direito do que havia acontecido. Ela se sentia grogue e tonta, mas sua tonteira passou rápido quando ouviu um rosnado perto o suficiente para fazer os fios de seus cabelos se moverem cobrindo seu rosto, por impulso virou-se em direção ao rosnado ficando de frente a um terrível lobo cinza.

O animal era enorme e exalava perigo, seu coração começou a bater descompassado, ela engoliu em seco, prendendo a respiração. Sabia que sofreria uma morte terrível, pois lobos são animais conhecidos por estraçalhar suas presas com extrema brutalidade e também eram conhecidos por se sentirem desafiados caso fossem encarados nos olhos, e era exatamente o que Maya estava fazendo no momento.

A heroína não era uma expert em lobos, mas acho que para todos que entendem pouco, sabe que são predadores que merecem respeito.

Com o rosto quase colado em seu focinho, olhando aqueles terríveis olhos avermelhados, ela percebeu os seus caninos enormes a mostra, sentiu o seu hálito com um cheiro cadavérico tocando o seu rosto e observou aquela baba que caia de sua boca no chão… Meus caros, ela estava encarando a própria morte.

Com coragem, ela pegou o seu arco e uma flecha e segurou firme, ela gritou de volta, como uma guerreira amazona, enfrentando o seu algoz. Ela fechou os olhos, para não se intimidar com a imponência do animal e esperou o primeiro ataque, que foi algo que não aconteceu. De repente ouviu um outro rosnado terrível e logo após sentiu um vento passando pelo seu rosto, agitando seus cabelos, então nesse momento abriu os olhos e presenciou um robusto lobo negro atacando o lobo cinza, quem seria o seu algoz.

Os lobos rolavam no chão, rosnando e mordendo um ao outro. Era uma cena perigosa e impressionante. Maya se levantou e pensou em sair correndo, pois provavelmente esses lobos estavam brigando pela presa, que seria a própria Maya, porém pensou racionalmente, percebendo que fugir seria inútil, lobos são conhecidos por serem excelentes rastreadores com seus olfatos sensíveis, assim que um terminasse com o oponente, o vencedor a encontraria fácilmente. Tinha também o agravante que ela estava ferida e iria levar consigo o cheiro de sangue para onde fosse.

Ela começou inspirar e expirar, repetidamente, como se estivesse puxando de dentro sua força e coragem. Sacou o seu arco e posicionou uma flecha em suas mãos tremulantes e suadas. Seu coração martelava no peito, parecendo que queria sair para fora. Ela sabia que poderia não conseguir uma boa precisão naquele estado, mas lutar, meus amigos… Lutar era sua única chance de sobrevivência.

Maya mirou no lobo negro que estava ganhando, pois pensou que fugir do lobo cinza, que estava todo machucado, seria mais fácil, porém um pensamento a parou antes que atirasse, foi um pensamento de… autopreservação? Um pensamento estranho… não foi exatamente isso, mas foi algo assim, era como se ela atingisse o Lobo Negro, a sua vida seria imediatamente posta em perigo.

Ela baixou o arco, respirou fundo e em um instante mirou e acertou em cheio a artéria do lobo cinza, foi muito rápido e preciso, como ela terminou com a vida do animal naquele exato momento.

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