Capítulo 13
Cassian
Quando acordei de manhã e não vi Lize, eu sabia. Ela tinha ido embora. Não fui imediatamente atrás dela, porque me ligaram da delegacia para avisar que tinham pego o estuprador que estávamos procurando.
Fui lá primeiro, depois fui até a casa dela e obvio, Lize não estava. Então fui até o lugar mais provável, na beira da praia. Quando a vi lá, tive vontade de ligar o giroflex e o alto falante do carro e gritar para que ela entrasse, mas claro, não fiz isso.
Depois de toda a confusão, a deixei na minha casa e fui assinar a papelada da prisão do homem que capturamos. Ainda bem que eu não estava no Alaska. Ou ele poderia até ser solto e esperar em liberdade, quando cheguei o interrogatório estava indo de mal a pior, mas consegui reverter tudo...
Agora já estava quase no fim da tarde, eu iria para casa, tomar um banho e descansar.
***
Quando cheguei, Lize estava deitada no sofá em posição fetal. Nem parecia aquela coisa brava de antes... O sol avermelhado batia no seu cabelo através das frestas da cortina da sala. A visão me deixou... sem ar...
Fui até a cozinha comer algo e... não tinha mais nada, nem mesmo um pão seco para eu comer. Apenas suspirei. De pesar e de fome. Ela devorou tudo, devia estar morrendo de fome. Eu me sentia o pior dos homens.
- Desculpe - ouço a voz sonolenta dela
- Tudo bem... vamos ao mercado? - pergunto, porque se apenas avisasse, podíamos começar uma nova briga de novo
- Vamos – ela fala
- Quer se trocar? - pergunto – eu vou tomar banho e me trocar – falo indo pro quarto
Ela não diz nada, o que é bom, pelo menos não brigamos. Quando saí do quarto, Lize estava com as roupas que dei a ela.
Nós dois estávamos de roupas básicas, jeans e camiseta. Fomos no meu carro num mercado grande, perto da minha casa.
Chegando lá esperei por um segundo que ela pegasse um carrinho de compras, mas é obvio que ela não pegou. Então eu peguei e entramos.
Fui jogando tudo para dentro, produtos de limpeza, higiene, comidas variadas, como pão, massas, enlatados, bebidas...
- Meu Deus... - Lize diz olhando o carrinho cheio
- O que foi? Acha muita coisa? - pergunto e realmente, talvez eu tenha exagerado um pouco...
Ela olha o carrinho, depois o mercado ao redor e por fim olha nos meus olhos e diz:
- O que foi que nos tornamos?
- Como assim? - pergunto confuso
- De dois solteirões, que não queriam nada com a vida, estamos fazendo compras para – ela faz uma pausa e engole em seco – para... casa
- Ah isso... bom, realmente... eu não acreditaria a cinco dias atrás, mas isso é para você ver nosso desespero – falo
Lize me olha e apenas sacode a cabeça. Ela vai no setor de lacticínios e pega de tudo... iorgurtes, leites fermentados, toddinho de chocolate, toddinho de morango, musses em pequenas tigelinhas... Depois na sessão de biscoitos e salgadinhos. Por um segundo achei estar com uma criança de 5 anos no mercado, mas depois lembrei que ela perdeu os pais muito cedo e que mesmo antes disso, talvez ela não tenha tido chances de comer essas coisas... já eu, tive tudo do bom e do melhor.
Quase duas horas depois, eu empurrava um carrinho de compras e ela outro, indo para o caixa. Quando a mulher disse que tudo tinha dado quase dois mil reais, Lize quis começar a tirar coisas...
Segurei seu braço e falei:
- Ta tudo bem, pode deixar... - digo baixo
Ela olha nos meus olhos ainda em duvida, mas quando viu que era sério, tirou as mãos das coisas e começou a empacotar tudo.
Na saída, enquanto empurrávamos os carrinhos pelo estacionamento, alguém chamou:
- Capitão...
Ao me virar, dei de cara com Otávio. Lize virou uma estátua de costas para mim e ele.
- Achei que fosse o senhor, só pelo... jeito de andar – ele falou e não entendi porque, mas tudo bem...
- Como vai? - pergunto nervoso, porque ele já estava olhando Lize
- Bem... quem é senhor? - ele perguntou, o maldito perguntou...
Vi lize parar de respirar. E eu também.
- é... - não sabia o que dizer, Otávio prendeu ela comigo da primeira vez e da segunda, ele a viu na delegacia. Na primeira vez ele até comentou que se ela não fosse uma ladra, com certeza comeria ela...
Lize se vira e caminha até nós e estende a mão.
- Otávio, tudo bem? Sou eu, Lize...
Os olhos dele literalmente saltaram da cara, ele empalideceu na hora. E seu queixo caiu...
- Sim, sou eu... a ladra que vocês prenderam duas vezes – ela diz sorrindo, Lize nunca era simpática, só era quando estava fingindo ser... ah não
- Não é o que parece – falo a interrompendo – estou ajudando Lize sabe – digo, mas Otávio ainda parecia abobalhado
- Ajudando a que? Só se for a ter orgasmos - ela diz rindo e fingindo constrangimento, ela ia me pagar
Otávio ia desmaiar, eu tinha certeza disso. Eu apenas fecho meus olhos devagar.
- Espero que isso fique só entre nós Magno – uso o sobrenome dele, para mostrar que eu ainda mandava nele, um segundo depois ele me olha e parece entender
- Claro senhor, eu não vi nada – ele diz sorrindo e pisca para mim
Lize já tinha sumido, olhei e ela estava indo em direção ao carro, a vaca largou a bomba e vazou...
- O senhor foi rápido hein! Ta comendo a ladra e o que? Estão morando juntos? Casa, comida e roupa lavada? Porra... diz ai, ela é safada na cama né? Deve fazer um boquette daqueles –ele diz rindo maliciosamente
Olho em seus olhos e falo o mais friamente que consigo:
- Nunca mais fale isso
Viro as costas e saio andando empurrando o meu carrinho de compras até o carro, Lize estava lá, parada me olhando com cara de deboche! Desgraçada!
***
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Atualizado até capítulo 68
Comments
Ilma Matias da Cruz
KKKKK etaaaa uhuuuuuu bichinha brava só kkk
2025-02-17
0
Isabel Esteves Lima
Lize aprontou com ele desta vez. 🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
2025-02-28
0
Sandra Pereira
Ele tem q falar pra ela se controlar com falas e ações.
2025-02-01
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