capítulo 11

Capítulo 11

Cassian

Assim que chegamos no aeroporto, vi que Lize ficou meio confusa, não entendi direito. Caminhamos lado a lado até a saída e eu pedi um uber.

- o que foi? – pergunto

- vou para minha casa, você vai ficar com essas coisas? – ela pergunta se referindo a mala e a bolsa

- você quer voltar para aquele lugar?

- não é questão de querer, é onde eu moro Cassian!

- íamos ficar quinze dias juntos... pode ficar na minha casa, além do mais você convidou minha mãe e minha avó para nos visitarem, elas com certeza vão aparecer de surpresa... – falo, mas a verdade é que não sabia porque estava dizendo estas coisas.

- não acho uma boa ideia, mal nos suportamos e você vive querendo mandar em mim! – ela diz parada em frente a saída

- você é muito teimosa Lize, que coisa, venha comigo! Temos que ficar pelo menos um ano juntos! Depois disso você pega o dinheiro e compra ou aluga algo melhor, só aceite e pronto! – falo

- viu, é isso! Você acha que sou um dos seus homens da delegacia, que você fala e eles obedecem igual cães!

- meu Deus Lize! Quer voltar para aquele muquifo? Volte então! – falo irritado

Para minha surpresa, Lize sai andando em direção a rua. Droga!

- LIZE! – grito e corro uns passos, ficando parado a sua frente, minha mala deixei parada ontem estávamos

- o que? – ela pergunta irritada

- seja racional! Temos um acordo, um contrato de um ano! Temos que parecer um casal apaixonado! Não só para a minha família, mas todos ao redor, não podemos levantar suspeitas, ou vamos perder o dinheiro – porquê estava insistindo meu Deus?

- você não manda em mim entendeu? – ela diz e volta para onde minha mala estava, vou logo atrás, mais irritado do que nunca.

O uber chega um minuto depois. Vamos até minha casa, chegando lá eu pego minhas coisas e ela as dela.

- o que vamos fazer esses dias que você ainda está de férias? – ela pergunta já na sala da minha casa

Eu não tinha pensado a respeito.

- bom, você vive sua vida e eu a minha, quando precisar, fingimos...

- e sobre o que faço para viver?

Eu também não tinha pensado nisto.

- não vai voltar a roubar Lize! tá maluca? e se outro policial te prender? pior ainda, eu como capitão de polícia namorando, noivo de uma ladra? nem pensar!!! - falo totalmente sem paciência pra essa pergunta dela

- não vou viver as suas custas Cassian!

- você não disse ontem que tudo que fosse despesas a respeito desse ano eu iria arcar? tá feito, eu pago tudo neste um ano! - falo indo para a cozinha, estava com cede

Ouço os passos de Lize atrás de mim.

- não vou ser sustentada por você! já acha que manda em mim agora, imagina se me sustentar! esqueça

Me viro e quase esbarro nela, Lize estava a um centímetro de mim.

- isso não está mais em discussão Lize! neste um ano você mora aqui e eu pago todas as despesas!! - falo olhando em seus olhos

- e quando eu quiser um absorvente e você não estiver em casa? e quando eu quiser comprar algo que você ache bobagem? - ela pergunta com as mãos na cintura e eu noto que ela é muito pequena e magrinha, aparenta realmente ser mais nova do que já é.

- então fazemos compras do mês e você coloca todas as suas bobagens dentro do carrinho num mercado ou numa farmácia! agora chega disso!

- Urrrrrgh!!! - ela faz um som estranho com a boca e fecha as mãos em punho ao lado do corpo - pare de querer mandar em mim! pare de encerrar assuntos que não foram resolvidos! - Lize disse vermelha de raiva

- meu Deus! com você tudo é difícil! por isso eu não namoro e nem me caso! - falo e me viro de costas para servir a água

- por isso que só anda com prostitutäs não é? por que assim você só come elas e manda embora! vai morrer sozinho seu idiota! - ela diz

Me viro devagar e me encosto na pia de mármore segurando meu copo de água.

- me diga, e você vai morrer como? com algum príncipe encantado? vai viver um conto de fadas? porque até onde sai, ladras em conto de fadas não se dão bem, isso quando existem! não fale sobre morrer sozinho, quando você vivia a porrä de uma vida miserável até três dias atrás, passando até fome claramen...

PLAFT

Lize me dá um tapa com tanta força que eu deixo o copo cair no chão. Como aquelas mãozinhas tinham tanta força.

Quando olhei em seus olhos, Lize era fúria e mágoa pura.

Ela sai pisando firme da cozinha e vai para o banheiro do corredor.

Por que mulheres eram tão difíceis? Meu Deus, eu não tinha paciência. Nós iríamos nos matar, com toda a certeza do mundo!

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