Na Mira Do Policial
Prólogo
Cassian ⬇️⬇️
Lize ⬇️⬇️
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Recentemente descobri que meu pai está com câncer. E que ele tem apenas um ano de vida. Meu pai é muito rico e disse que vai deixar tudo para mim, afinal sou o seu único filho. Mas apenas se me casar, vou herdar sua fortuna.
Minha mente estava vagando enquanto era xingado até minha décima geração e mais um monte de palavras ofensivas sobre todos os policiais da face da terra.
Depois de dois anos da primeira vez que prendi Lize, a peguei roubando na praia novamente, desta vez, portando uma faca de tamanho pequeno. Depois de vários blá blá blás dela, fiquei relembrando as palavras do meu pai:
’’casar... herança...”
Resolvi arriscar. Não tinha nada a perder aqui, só ela. E eu já estava me sentindo sem opções e sem tempo... então comecei a falar:
- Tenho uma proposta... - falo de repente, calando o que quer que ela estivesse dizendo - posso fichar você e te liberar com uma fiança de 2 mil dólares a qual eu mesmo vou pagar... ou posso fichar você e te deixar presa por 4 anos, sem fiança em regime fechado, por roubo e porte de arma. Os dois estão dentro das leis... só depende de você!
Estávamos na minha sala, nada muito grande, ela era meio quadrada, com uma estante atrás de mim. Uma mesa mediana de madeira escura. Eu sentado na minha cadeira e Lize, a minha frente.
Ela me olha confusa.
- Seu porco, se quer transar comigo, esqueça!
Ela diz e eu acabo rindo.
- Agradeço a oferta, mas não é isso que quero em troca
- Você só pode ser um pervertido - ela fala com nojo
- Quer ouvir minha proposta ou não? - pergunto sorrindo
- Se eu disser não, vai falar igual, claramente adora se ouvir falando...
Balanço a cabeça e sorrio novamente...
- É bem simples, depois de pagar sua fiança, vamos noivar!
- O QUE? só pode ser brincadeira? onde estão as câmeras? - lize diz olhando ao redor
***
Cassian não era apenas um policial, ou detetive, como quem o via pensava que ele era. Não, Cass era o capitão de um departamento de polícia. Mas ele gostava de andar fardado e nas ruas fazendo patrulha. Trabalho interno, ficar sentado na cadeira do seu escritório, enquanto seus homens estavam se arriscando... não era para ele.
Lize, perdeu seus pais aos doze anos, sem familia alguma, foi levada a um orfanato... porém após uma tentativa de abuso de um dos diretores, ela fugiu lá. Com apenas 13 anos precisou se virar, procurou emprego e pediu dinheiro nas ruas, mas quando a fome apertou, uma semana ficando na rua... ela se sentiu sem saída e roubou pela primeira vez. Hoje aos 17 para 18 anos, Lize já tinha se tornado uma ladra profissional, apenas coisas pequenas em grandes lugares, as vezes era batedora de carteira nas ruas também, mas apenas quando era temporada de verão na cidade praiana, como era o caso agora.
****
Capítulo 1
Dois anos antes de tudo.
- pessoal, a temporada de verão começou, atenção redobrada, muitos turistas já chegaram na cidade. Ou seja, os batedores de carteira estão apenas esperando os distraídos. Nossa meta este ano é limpar as ruas destes delinquentes. Quero patrulhas em todas as quadras, cada viatura vai estar responsável por 10 ruas. - falei aos meus homens na sala de reunião da delegacia
- o senhor vai também hoje capitão? - o policial Magno me pergunta
- sim Otávio, inclusive você vem no meu carro comigo - falo a ele - os demais todos nas suas viaturas, já são 7 horas, nosso plantão começou!
Todos ficam em pé e se dirigem a saída.
Vou até minha sala e pego minhas armas, as coloco no colete preto a prova de balas, junto com alguns pentes de munição e quando chego no estacionamento Otavio já me esperava, com seu uniforme quase idêntico ao meu, apenas o que diferenciava eram as estrelas a mais pregadas no meu ombro esquerdo.
- bora capitão? - ele diz e sobe na caminhonete 4x4 preta, com os adesivos dourados da nossa delegacia, 29° batalhão.
- bora - falo e entro no banco do motorista
Saímos patrulhando as ruas, vou dirigindo bem devagar. Depois de quatro horas vagando nas ruas, assistindo homens e mulheres andarem com trajes de banho pela rua, decidi parar o carro.
Eu e Otávio descemos e ficamos andando pelo calçadão da praia, alertas e cuidando tudo.
- por isso eu adoro sair com o senhor, sempre tem mais vantagens, como andar na beira do mar - o policial Magno era jovem, uns 20 e poucos anos, já eu no auge dos meus 35 anos, não via vantagem alguma em andar de farda preta, no sol de 40° graus, com o calçadão queimando nossas botas, mas entendia que ele era jovem e devia estar adorando ver umas bundas de fora.
- senhor.. - ele me chama e aponta com o queixo. Sigo a direção do seu olhar e vejo uma mulher, de calça larga rasgada, bem a modinha do momento, um moletom enorme, óculos escuros e seu cabelo, era meio laranja meio loiro... alguma tentativa de pintar que deu errado... mas então, a vi observar um, por um dos turistas.
Era uma batedora de carteira, com certeza, mulheres eram raras neste ramo, mas vez e outra tinha uma que tentava.
- espere ela roubar, depois a pegamos, se não ela foge e vai roubar em outro lugar
- sim senhor - ele diz com a mão na sua arma do colete, assim como eu estava.
A mulher estava de costas para nós e olhando cada um que passava, esperando o mais distraído estar dando sopa, com uma carteira ou celular no bolso traseiro de uma bermuda, ou bolsa aberta demais...
Esperamos uns cinco minutos, suor escorria pelas minhas costas, eu já estava ficando irritado com a demora dela. Mal tinham sombras disponíveis, pois as que tinham, já estavam ocupadas...
Depois de 15 minutos, finalmente ela agiu com uma destreza admirável, esbarrou num homem de uns 40 ou 50 anos, roubando sua carteira. Ela seguiu andando após se desculpar.
- vamos - falo e a seguimos, devagar, sem fazer estardalhaço
Quase a um centímetro dela, segurei seu braço e falei:
- não grite, apenas continue andando - senti um tremor percorrer o corpo dela, mas deve ter sido de susto, ela não parecia estar com medo. A mulher nos olhou de esguelha e viu nossa farda.
Continuei a escoltá-la até nossa viatura, já era quase hora do almoço, levaríamos pelo menos uma pessoa presa, antes do intervalo.
A mulher de óculos e capuz, pareceu calma demais. Otávio estava logo atrás de nós, algumas pessoas olhavam e viam que eu segurava seu braço discretamente, não gostava de assustar turistas, eram quem mantinham nossa cidade.
A coloquei no banco de trás sem algemas.
- não tente nenhuma gracinha - falei e olhei em seu rosto, quando tirei seus óculos escuros.
Ela era... jovem.. muito jovem. Se não estivesse tão mal cuidada, eu podia dizer que ela era bonita até.
A menina, não mulher, me olhou com desprezo, mas não disse nada. Eu fechei as portas de trás e entramos na frente.
- sabe que foi pega em flagrante não é? - pergunto enquanto dirijo
- sei - ela diz e sorri, o que me deixa intrigado
Quando chegamos a delegacia, todas as patrulhas já estavam de volta, apenas nós tínhamos prendido alguém.
Otavio passa desfilando com a menina, enquanto segura seu braço. Era sempre uma competição, quem prendia mais bandidos em um dia.
Ele a leva até uma sala para fazer sua ficha, eu não costumo participar, mas aquele sorriso dela me intrigou, porque ela sorriu sendo que estava sendo presa?
Fiquei em um canto, apenas observando ele pegar as digitais, bem de leve ela ainda estava com um sorriso travesso. Será que era filha de alguém importante? Só podia ser isso.
- diga logo, qual seu nome? vou descobrir você falando ou não - Otavio diz e já devia ter perguntado antes, porque ele estava ficando irritado.
- Liz - ela diz simplesmente
- pare de dificultar, liz do que?
Caminho até eles devagar e descruzando meus braços, a menina me olha e só parece sentir nojo, tudo bem, já estávamos acostumados.
- já chega, aqui meu cartão de autorização. Busca no banco de dados pela digital - falo com Otavio, mas sem tirar os olhos da menina.
Dois minutos depois ele diz:
- Lize Andralys - Otavio faz uma pausa e uma careta, a menina sorri de leve - sem ficha na policia e - outra pausa - 17 anos completa 18 mês que vem...
Merda!
Imediatamente a menina fica de pé.
- acho que posso ir não é policial? - ela pergunta me encarando ironicamente
- saia desta vida menina! é jovem, logo faz 18 e não será mais ré primaria. Vai ser presa de verdade! vai para um presidio com pessoas perigosas - falo segurando seu braço - a menina não recua, nem parece estar com medo
- por que não está no orfanato ao qual consta aqui no sistema? - Otavio pergunta e ficamos esperando sua resposta
- porque eu fugi! - ela diz
- prefere roubar e viver nas ruas do que ficar em segurança num orfanato? - pergunto incrédulo
- segurança e orfanato não combinam na mesma frase ! fugi porque precisei, não fale o que não sabe! vocês fingem que se importam com as leis... vão até um orfanato qualquer da cidade e descubram o que acontecem neles... principalmente nos femininos... - ela diz e algo sombrio percorre seu rosto e seus olhos, mas logo some.
Eu soube exatamente o que ela quis dizer... já tinha ouvido histórias a respeito, mas as denuncias nunca iam longe, sempre ligações, ou e-mails... coisas vagas... nada concreto.
Solto o braço da menina e ela sorri, não parecia uma drogada ou uma moradora de rua... devia ser uma ladra bem sucedida...
- se cuide... saia desta vida - falo baixo
Ela acena com a cabeça e sai.
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Atualizado até capítulo 68
Comments
Hellen Valéria Santos Pinheiro
Relendo novamente hoje dia 15 de novembro de 2024 as 19:50...
2024-11-16
1
Rosemary Oliveira Passos
Seu capitão lindo eu matei uma formiga pode me prender😂😂😂😂😂
2024-09-30
3
Rosemary Oliveira Passos
Iniciando 29.09.24
2024-09-29
0