capítulo 10

Capítulo 10

Lize

Fomos até a cidade. Todos conheciam Cassian. Levamos uma hora para chegar até a loja de eletrônicos. Escolhi o melhor celular. Último modelo segundo o vendedor.

Cassian ficou fazendo cara feia e ficou daquele jeito rígido e sério dele. Assumiu sua posição de policial que esteve sumida ontem e hoje...

Quando finalmente voltamos para casa Cassian foi direto comer. Ele disse estar morrendo de fome, mas eu tinha comido churros e batata frita com bacon no centro da cidade. Cassian resmungou, mas pagou tudo. Disse algo sobre não gostar de misturar doce com salgado...

Enfim, fui explorar o lado norte da propriedade. Tinha uma outra casa, menor e apenas de um piso, mas igualmente linda.

Quando me aproximei e fiquei circulando a casa observando os tijolos avermelhados e as janelas muito antigas, fui interrompida abruptamente.

- diga, quem é você de verdade? - me virei e dei de cara com o pai de Cassian perto de mim, com uma expressão severa.

- desculpe, acho que não ouvi direito - falo

- quem é você? se chama mesmo Lize? ou é seu nome fantasia?

- eu não estou entendendo... - falo tentando ganhar tempo

- vocês podem ter enganado minha esposa e minha mãe, mas não a mim! - ele diz com suas feições severas, igual Cassian quando for mais velho ficaria, imaginei eu...

- entendo desconfiar, sou muito nova...

- pare com historinhas - ele me interrompe - diga, onde ele achou você? em algum dos puteirøs que ele gosta de frequentar?

Eu ergo minhas sobrancelhas e arregalo os olhos. Então Cassian tinha um fraco por prostitutäs? bom saber....

- não sou prostitutä - falo séria

- ah por favor menina! olhe você, acha que engana quem? meu filho sempre adorou as garotas de programa novinhas... as daqui envelheceram para ele, desconfio que foi por isso ele foi embora... com certeza achou você em algum bordel, seu vocabulário não mente - ele fala com desdém

Meu sangue ferve...

- olha aqui senhor Haword pode falar o que quiser de mim, mas não me chame de prostitutä! já fiz de tudo na minha vida para sobreviver! não sabe a minha história, não me conhece. Mas não ouse mais falar tal coisa - falo com meus olhos ardendo

- se meu filho não achou você num bordel, onde mais foi? numa casa de danças eróticas?

Não pude controlar. Desferi um tapa com toda a minha força na cara dele e sai correndo de volta a casa principal.

Entrei correndo e vi quando Cassian, sua mãe e sua avó me olharam subir as escadas correndo e com lágrimas molhando minhas bochechas.

Entrei no nosso quarto e deitei na cama de barriga para baixo. Uns cinco minutos depois senti a cama afundar ao meu lado.

- diga... o que houve? - Cassian pergunta baixinho

Me viro de costas para o colchão e olho em seus olhos.

- quero ir embora... - falo secando as lágrimas

- o que aconteceu? meu pai entrou logo depois de você com uma cara estranha. Minha mãe já o xingou, mesmo sem saber o que houve - ele diz

- seu pai... ele acha que sou uma das prostitutäs que você gosta de trepar - falo e sento na cama

- merdä... meu pai é um babaca!!! quer saber, tem razão! vamos embora! se ele não pode respeitar nosso relacionamento, nem mesmo minha noiva. Não temos que ficar aqui!

- sabe a ironia das suas palavras não é? - pergunto

- a questão não é essa Lize. Se fossemos isso de verdade, ele teria ultrapassado todos os limites. E só não vou lá e dou uma surra nele, primeiro por ser meu pai e segundo porque não somos um casal de verdade, se fossemos essa hora, eu estaria rolando no chão com ele!

Fico surpresa com a reação de Cassian. Ele parecia realmente ter se ofendido.

- ok... - falo sem saber o que dizer

- vamos arrumar nossas coisas! - ele diz

E é o que fazemos. Arrumamos nossas malas e descemos as escadas.

- ah!!! Sabia que Haword faria alguma besteira! sinto muito! - vovó fala com pesar

- tudo bem! vocês não tem nada a ver com o que houve! - falo enquanto ela me abraça

- ele contou a nós o que disse a você, Margarete está neste momento brigando pela terceira vez com ele - ela fala

- vovó, foi bom ver a senhora. Mas estamos indo! chamei um táxi - Cassian diz e abraça ela

- ah queridos! Haword está assim devido ao câncer, parece odiar o mundo todo - vovó diz

- ele sempre foi assim! A senhor que demorou para ver! - Cassian fala

Vovó nos olha com tristeza. E Margarete aparece um segundo depois nos olhando com pesar também.

- vão nos visitar! - falo sem pensar, vejo pela minha visão periférica Cassian me olhar torto.

- iremos sim! - diz Margarete - deixem eu levar vocês - ela pede, olhando as nossas malas no chão da sala de tv

- tudo bem mãe... já chamei um táxi, obrigado - Cassian fala

- venham cá vocês dois! - a mãe dele nos chama de braços abertos - me desculpem,desculpem Haword, ele está ficando um velho maluco

Ela nos abraça e depois vamos para a rua. O táxi chega um dois minutos. Óbvio que Haword não vem se despedir. Abraçamos e beijamos a mãe e a avó dele e subimos no táxi, que nos leva até o pequeno aeroporto da cidade.

Quando já decolamos e estamos no ar e agora eu já não estava mais achando que iria morrer, falei:

- achei que fosse dizer que iria ficar e que não estava nem aí pelo que seu pai me chamava, achei que iria querer me obrigar a ficar, porque está me pagando - falo baixo e olhando as montanhas do Alaska ao longe pela janela do avião.

- é o que se espera de um noivo - ele diz e faz uma pausa, depois segue - e também meu pai é um idiota, sinto muito, ele não tinha esse direito, de a insultar assim

- é... ele não tinha! - falo simplesmente e vamos o resto da viajem em silêncio.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***