capítulo 5

Capítulo 5

Cassian

Quando vi Lize com aquele cabelo... fiquei puto... não que ela estivesse feia.Não, ela estava bonita.Mas, ainda estava com um cabelo muito chamativo.

Assim que entramos no carro eu falei, me controlando:

Por que fez isso?viajamos hoje!sabia disso!fez para me provocar não foi?

Ela me olha, sentada no banco do carona e responde:

Não!não fiz para te provocar!fiz porque gosto do meu cabelo diferente!se quiser, quando chegarmos lá, eu mudo!Mas não vejo motivos!ele está bonito assim - ela diz a última parte em voz baixa

Ótimo, agora devo ter ferido os sentimentos dela!Ai Deus!Por que mulheres são tão difíceis?

*

Fomos para minha casa em silêncio, chegando lá tirei as coisas tudo do carro.Malas, roupas, sapatos e mais algumas coisas que comprei para ela...

Lize me ajuda com o que não consegui carregar, deixei tudo na sala e falo:

O que couber põe na mala.Escolha uma roupa pensando que quando chegarmos lá, vai estar frio.É o Alasca, não se esqueça.

Ela apenas acena com a cabeça, eu aviso que vou tomar banho e arrumar minhas coisas.E é o que faço.

Quase uma hora depois saio do quarto e Lize estava pronta.Ela era... muito bonita.Mas eu não digo nada.

Você acertou... meu número de roupa e calçado - ela diz baixo sentada no sofá, sem me olhar.

Sou policial e detetive.Vivo dando sequência sobre as pessoas, sobre altura e peso aproximado.Dei suas suspensas para as vendedoras e pronto, achamos tudo... - falo indo para a cozinha

Bom, você pode ser um babaca completo, mas até que é inteligente - ela diz logo atrás de mim na cozinha.

Nosso uber já está a caminho, se está pronto, podemos sair para a rua - falo

Sim, estou pronto!- ela diz e volta para a sala e pega sua mala de rodinhas e uma bolsa marrom que eu tinha comprado.

Não quis nada chique demais, sabia que ela não iria gostar, comprei coisas mais casuais.Como ela não reclamou, acho que acertei...

Pego minhas coisas também, uma mala de rodinhas e uma mochila preta.Saímos e nosso uber logo chega.Chegamos ao aeroporto em menos de meia hora.

Despacho tudo, odiava ter que carregar malas, e chegando no Alaska, eles entregavam tudo ainda na pista, por isso eu sempre fazia isso.

Entreguei os documentos e passaporte da Lize só agora.Tive certo receber que enquanto eu tomo banho, ela metesse o pé... nunca se sabe não é?

Depois de algumas horas, finalmente estava decolando.Veja Lize agarrar os braços da poltrona do avião, com tanta força, que os nós dos seus dedos, ficaram até brancos.

Fecha os olhos e respira, se precisar vomitar, tem o saquinho ali, como a aeromoça falou - digo a ela apontada onde estava.

Lize não se move um centímetro.Ela apenas fecha os olhos, como eu sugeri.

Após algumas horas de vôo, pousamos.Mas não era o destino final, ainda pegaríamos um avião pequeno, para Seward.Lize, ficou em silêncio todo o tempo, ela mal respirou para sair de um avião e entrar em outro.Confesso que tive pena.

Mais uma hora em outro avião e finalmente pousamos na ciade dos meus pais.Como figurino, desci e peguei minhas coisas na pista.Lize fez o mesmo, ela estava meio desengonçada.Vinha logo atrás de mim, caminhamos até a sala de entrada do aeroporto e lá estava minha avó e minha mãe, com uma plaquinha escrita “Cass Miller”.

Fui até elas e as envolvi num abraço só.Elas retribuíram.Ouvi apenas o choro da minha avó, contra meu peito.

Ah querido, que saudade!Nunca mais fique três anos longe, estou velha demais!posso morrer a qualquer momento!- minha avó diz

Depois de uns cinco minutos de abraços e beijos, lembro que Lize estava ali.Olho para trás e ela estava paradinha, segurando sua mala e sua bolsa.

Mãe, vó... esta aqui é Lize, minha... namorada - falo, não queria assustar elas com a história de noivado...

As duas a olhar de cima a baixo, minha avó se demora olhando o cabelo de Lize, mas não diz nada.Minha mãe quebra o silêncio.

Cass... ela é tão... novinha... - minha mãe diz confusa e tenta sorrir.

Minha avó vai até ela e prende num abraço de urso, Lize fica bem surpresa.Eu também.Minha mãe da um beijo em seu rosto apenas.

Vamos então?!- minha mãe fala sorrindo.

Caminhamos juntos pelo aeroporto, ele era pequeno e simples, mas bem iluminado, tudo em cinza e branco, como costume ser os aeroportos do Alaska.

***

Não vai ajudá-la?- minha mãe pergunta quando chegamos na propriedade deles

Ah não... ela é dessas feministas sabe - falo enquanto tiro apenas minhas coisas da caminhonete marrom da minha mãe.

Ah... sei - ela diz e olha Lize com pena, me seguro para não rir.

Mas eu vi Lize me fuzilar com os olhos...

Enquanto caminhávamos para a entrada, passando por uma ponte de madeira, por cima de um lago, Lize comenta atrás de mim:

Eu sabia que você era rico, mas não a este ponto

Meus pais são ricos, eu não!- falo simplesmente

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