Capítulo 12
Lize
Depois de chorar de raiva óbvio, naquele banheiro, sai decidida.
Peguei minha bolsa velha, que estava do lado do sofá e fui em direção a porta de entrada. A chave estava ali, então foi fácil.
Cassian não estava a vista, não sei se estava tomando banho ou se tinha saído.
Dentro da minha bolsa velha, tinha uns trocados, então peguei um ônibus e voltei para minha casa.
Quando cheguei estava tudo no lugar, meu sofá velho, a pia que não tinha armário e minha cama.
Não iria ficar lá sendo humilhada. Quem ele achava que era?
Policial babaca!
Mas o que eu ia fazer agora? ia parar de bater carteira? justo agora na temporada de verão? A melhor época do ano?
Nem pensar.
Já era quase meia noite agora. Eu ia dormir e amanhã voltaria a fazer o que faço de melhor.
Deitei na minha cama exausta, nem tirei a roupa de viajem, só o casaco e o sapato, claro.
Quando acordei no outro dia, coloquei uma das minhas roupas velhas, afinal não tinha trazido nada de novo que Cassian tinha comprado para mim. Coloquei uns jeans rasgado nas pernas, um tênis preto velho e um moletom fininho, mas cumprido.
Sai caminhando, aproveitando aquele sol forte. Minhas costas já estavam levemente suadas.
Após uma hora caminhando, eu estava com tanto calor que tive que tirar o moletom. Fiquei de regata preta velha e amarrei o moletom na cintura.
Finalmente tinha chegado ao calçadão da praia.
Andei devagar, sem chamar atenção, fingindo estar apenas aproveitando o dia ensolarado.
Tinham velhos, jovens, crianças... vários estavam distraídos, mas acompanhados. Eu gostava dos distraídos e sozinhos. Assim só notavam em casa a falta da carteira ou do celular.
Avistei um senhor, andando mais a frente, de bermuda e chinelo, com a chave do que parecia uma Mercedes na mão.
Ia ser ele!
Andei um ou dois minutos a vários passos de distância, quando eu ia avançar, senti uma mão segurar meu braço direito.
Era Cassian, eu não precisava olhar, senti seu perfume fresco como uma brisa, senti sua presença....
- vem comigo - ele diz baixo e firme, quando o olhei de esguelha, Cassian estava de farda e daquele jeito rígido de sempre.
- me solta - falo baixo e entre os dentes
- se você roubar alguém, te dou voz de prisão! - ele fala agora com seu corpo colado ao meu, sinto sua respiração na minha nunca e aquilo me arrepia inteira.
- diga o que quer e vá embora - digo a ele
Mas foi como falar com uma porta. Cassian me agarrou pela cintura, me virou e me jogou por cima do seu ombro. Como se eu fosse nada mais que uma camiseta que ele tirou e jogou ali.
- me solta - falo alto e todos ficam nos olhando
- tudo bem gente, ela fugiu do sanatório... - ele diz bem alto
- mentira, ele tá me sequestrando! alguém me ajuda! chamem a polícia! - falo mais alto que antes.
As pessoas me olham com pena, achando mesmo que sou uma maluca fugida do sanatório.
Cassian anda alguns metros comigo pendurada em seu ombro, como um saco de batatas e finalmente chegamos ao carro, uma viatura 4x4 preta enorme. Ele abre a porta traseira e me joga ali. Cassian faz a volta e entra no banco do motorista.
- seu desgracadø! não está de férias? o que tá fazendo de farda e viatura? - falo e tento abrir a porta, mas não abria por dentro, claramente.
- sou o capitão. Cheguei lá de farda, disse que iria pegar a viatura para investigar algo. Ninguém deu chilique, ninguém me contesta - ele fala e o carro começa a andar
- por isso você é um babaca, nenhum dos seus cães ousa questionar você! - falo e cruzo os braços murchando no banco da viatura
- vamos para casa! acordei hoje de manhã e você e sua... bolsa... tinham sumido - ele diz enquanto dirige
- nossa... eu saí ontem a noite e você só notou hoje! - falo
- você demorou uma vida naquele banheiro. Eu tomei banho no meu e esperei. Esperei tanto que dormi, já era tarde e eu estava cansado - ele diz
Eu apenas relincho como um cavalo e não digo nada. Após uns minutos em silêncio ele diz baixo:
- desculpe
- oi? não ouvi? rosnou algo? - falo
- desculpe - ele diz alto agora - não tenho o direito de falar sobre você ou sua vida, não sei o que passou, por isso peço desculpas - ele fala me olhando pelo espelho retrovisor do carro
- nunca mais! Nunca mais, ouse falar sobre mim ou minha vida! não imagina tudo que já passei sozinha! - falo e olho para o lado, tentando disfarçar as lágrimas que ameaçavam cair
- sim... - ele diz baixo e rouco
Chegamos na casa dele e Cassian me dá a chave e avisa que vai resolver algo e depois vai para a delegacia. Ele disse que viria a tarde.
Eu entro na casa dele e vou direito para a geladeira. Estava com muita fome. Era quase meio dia e eu não comia nada a mais de 24h.
Devorei tudo que vi pela frente, pãezinhos, frios, geleia de amendoim, uvas passas, um bolo que estava velho, mas saboroso, tomei um energético e bebi um refrigerante. Depois disso deitei no sofá e apaguei.
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Atualizado até capítulo 68
Comments
amor por leitura 📚
afff...será que ela não conseguiria trabalhar ao menos em uma cafetería...saco
2025-01-26
1
amor por leitura 📚
kkkkk...ele só voltou para para a delegacia para pegar o carro e trazer ela novamente...kkkkkkkk
2025-01-26
2
Ilma Matias da Cruz
rachei KKKKK
2025-02-17
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