Cap 14 Delegado André

Recebi uma chamada de emergência..., precisei sair correndo, não tinha tempo para explicar a Carol do que se tratava, mas quando voltar explicarei tudo.

Minha ex-mulher ligou chorando muito, estava desesperada..., disse que o marido a agrediu e tentou mata-la, mas conseguiu se trancar no quarto e está escondida dentro do banheiro, só sai de lá quando eu chegar, fica repetindo que fará uma besteira se eu não a ajudar..., ela está atordoada, diz que ele está forçando para entrar e não sabe por quanto tempo a porta irá aguentar..., saí o mais rápido que pude, mas já liguei para uns amigos que fazem ronda nas proximidades, algumas viaturas já foram pra lá..., mas conheço Giovana, ela é difícil...

Quando chego na casa os policiais já o tinham pego e estão o trazendo algemado..., corro para dentro em direção ao quarto, tem dois policiais na porta do banheiro e um outro mais próximo a entrada...

André:_ Onde ela está?

Policial:_ Lá dentro senhor, não quer sair... disse que só depois que o senhor chegasse.

André:_ Ok..., podem deixar, eu cuido dela.

Peço passagem aos PMs que estão na entrada do banheiro e quando eles se afastam, consigo vê-la..., está sentada no chão encolhida, abraçando os joelhos, tem uns hematomas nos braços, arranhões...

André:_ Giovana?

Ela me olha aliviada e levanta de uma vez me abraçando e chorando...

Giovana: André... tive tanto medo... graças a Deus está aqui... sabia que viria me salvar...

André:_ Não fiz nada, quando cheguei já o tinham pego... O que aconteceu?

Giovana:_ Não sei, ele chegou bêbado... disse que eu o estava traindo e começou a me agredir.

André:_ Vamos, vou leva-la a um hospital e depois até a delegacia, precisa oficializar a denúncia.

Algumas horas depois de fazer todos os procedimentos necessários, já estamos voltando..., já passa das duas da madrugada, pensei em ligar para Carol, mas a essa hora ela já está dormindo. Logo estarei de volta, só vou deixar Giovana na casa dela.

André:_ Pronto, de volta em casa, se cuida, eu preciso ir agora.

Giovana:_ Por que não entra um pouco, faz tempo que não nos falamos.

André:_ Não posso, minha mulher deve está preocupada.

Giovana:_ Tem uma mulher?..., tá falando sério? uma esposa?

André:_ Sim...

Giovana:_ Achei que tivesse falado que não queria família, não tinha tempo para esposa e...

André:_ Giovana, essa conversa não tem sentido, você tem sua vida e eu a minha...

Ela me abraça forte, me segurando..., tento afasta-la, mas tenho receio de machuca-la, ela ainda está dolorida pelos hematomas, mas aos poucos consigo afasta-la...

Giovana:_ Não quero ficar sozinha, só hoje... fica comigo... só hoje, por favor.

André:_ Não posso, ligue para uma amiga ou vá para casa de algum conhecido. Eu tenho que ir...

A deixo na porta, só penso em Carol..., e agora, Giovana também, não sei está abalada pelo que aconteceu a ela ou se ainda guarda algum sentimento, mas parece que despertei nela as mágoas do passado..., antes de me afastar ela puxa meu braço e praticamente grita me impedindo de seguir...

Giovana:_ A ama?...

André:_ Por que quer saber isso? Nós não temos mais nada há muito tempo..., o que isso importa?

Giovana:_ Você ama essa mulher?

André:_ Sim, a amo... Satisfeita?

Giovana:_ Vai querer ter filhos com ela?

André:_ Giovana..., se cuida. Se precisar, ligue para a emergência.

Me viro e saio andando, ignorando suas perguntas..., era o que faltava, ter que dá satisfação da minha vida pra ex. Ao me afastar, ela corre e sinto sua mão segurando meu braço..., respiro impaciente..., e acabo falando uma besteira para que me deixe em paz...

André:_ O que você quer?

Giovana:_ Vai ter filhos com ela?

André:_ Sim Giovana..., ela é minha mulher, um dia teremos filhos...

Giovana:_ O quê?..., nunca se importou comigo..., mesmo sabendo que eu tomava pílulas, ainda se prevenia..., e me proibia de falar nisso..., dizia que filhos não estava em seus planos..., por quê?...

Puxo meu braço e continuo caminhando, sem responder..., já a magoei demais, não temos mais nada... Ela me segue até o carro chorando e falando sem parar..., me viro apenas para tentar amenizar a idiotice que falei...

André:_ Me desculpa não devia ter falado isso..., vá descansar..., preciso mesmo ir embora.

Giovana:_ Já entendi, quer uma família com ela... quer filhos... e comigo, se quer dizia que me amava..., sabe que ainda sinto sua falta..., e te perdôo por isso...

André:_ Você só ta emotiva pelo que aconteceu.., vá para casa.., vá descansar..., você vai ficar bem.

Entro no carro e a deixo lá em pé olhando me afastar..., não sei mesmo o que deu nessa mulher, acho que está abalada e confusa, é normal misturar os sentimentos, as histórias..., mas não faz o menor sentido ficar me justificando do porquê de amar Carol e desejar uma família com ela..., nossa história nunca foi tranquila.

Giovana é uma mulher bonita, ruiva, é um pouco mais baixa que Carol e um pouco mais nova, está com seus 28 anos, logo conhecerá outra pessoa.

A conheci quando ela tinha 20 anos; ficamos juntos quase 6 anos, mas foi bem conturbado..., nos separamos e depois não soube mais dela.

A verdade é que nunca a amei, era mais insistência dela termos ficado todo esse tempo e agora com Carol em minha vida, nunca olharia para outra mulher.

Estou ansioso para chegar em casa, tomar um banho e continuar o que estava fazendo com minha mulher..., é para ela que devo satisfação.

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