Cap 4 André

Estou sentado em uma cadeira observando ela dormir, mesmo estando um pouco debilitada, ainda é linda..., já é dia e ela está começando a se mexer.

Acredito que logo irá acordar, ainda não preguei o olho, estou um pouco cansado, mas já estou acostumado a virar noites trabalhando.

Percebo ela piscar algumas vezes, acho que ta estranhando o lugar. Ela olha para os lados e volta a olhar em minha direção, como se estivesse se perguntando se eu sou real..., pisca algumas vezes, esfrega os olhos e então, fala um pouco mau humorada...

Carol:_ Só posso está tendo um pesadelo e você veio me assombrar...

André:_ Bom dia pra você também... Como se sente?

Pergunto levantando de onde estou sentado, me posiciono um pouco distante, quero que ela acostume com minha presença. Ela tenta se mexer e faz uma careta de dor.

Carol:_ Dolorida... acho que tomei uma surra e não lembro...

O pior é que tomou a surra mesmo. Ela me olha, agora com uma cara interrogativa...

Carol:_ Veio me prender de novo Delegado?

André:_ Não...

Carol:_ O que faz aqui? Estamos em um hospital?..., meu pai me internou?...

Ela se agita um pouco, peço que se acalme...

André:_ Primeira pergunta: estou lhe acompanhando e segundo, sim, é um hospital..., e seu pai não a internou...

Carol:_ Como?..., como viemos parar aqui?..., e como vim parar aqui com você?..., isso é muito estranho...

André:_ Sim... é bem estranho... Mas teremos tempo para eu te explicar tudo, logo o médico virá avalia-la e se estiver tudo bem, acho que amanhã já poderá ir... pra casa.

Termino de falar mas ela não deu muita atenção, está tentando lembrar alguma coisa e começa a olhar seu corpo..., fico apenas observando..., acho que tá tocando as partes doloridas, passa a mão, se olha por debaixo do lençol, da roupa, e...

Carol:_ Minha nossa... o que aconteceu?..., não lembro de quase nada... eu briguei com alguém e chamaram a polícia? Foi assim que me encontrou?

André:_ Carolina... eu estive te procurando, seu pai pediu minha ajuda.

Os olhos dela se enchem de lágrimas, ela tenta se ajeitar um pouco na cama...

Carol:_ Meu pai... ele não desiste...

André:_ Eles estão muito preocupados com você...

Carol:_ Eles sabem que estou aqui?

André:_ Sim

Ela começa a se agitar novamente e querer sair da cama..., mas ainda sente dores, ela tenta puxar o soro intravenoso...

Carol:_ Preciso sair daqui, eles vão me levar de volta para aquele hospício... tenho... aiii..., minha cabeça...

Em um movimento rápido a seguro impedindo que se levante e que tire o acesso...

André:_ Ei... não faz isso, deita..., não pode sair assim...

Carol:_ Não..., eu tenho que ir, minha mãe disse que irão me internar... eu não quero..., não quero voltar para aquele lugar...

André:_ Carolina, olha pra mim... olha pra mim... CAROL!!!

Ela está agitada, respirando rápido, desconcentrada, tento chamar a atenção dela para mim. Quando ela para e olha em meus olhos..., sinto que preciso cuidar dela, é uma promessa que faço a mim mesmo. Já tinha sentido algo por ela antes, mas nesse momento é diferente, tem alguma coisa a mais e vou faze-la confiar em mim. Pego de leve no rosto dela.

André:_ Deixa eu te ajudar Carol..., eles confiaram em mim, quero que confie também..., ou quer viver assim?, fugindo e se pondo em perigo? E se algo pior acontecer e não tiver ninguém pra te ajudar?

Ela fecha os olhos por um momento, depois tira minha mão de seu rosto e olha para o outro lado...

Carol:_ Eu sei me defender, sou adulta, não preciso de uma babá.

André:_ É mesmo?... se sabe se defender tanto, porque ta nesse estado?

Carol:_ Eu... eu só... só bebi um pouco de mais... e você não tem nada a ver com isso...

André:_ Não tinha, agora tenho; não vou considerar o que está falando, porque sei que está na defensiva e está tentando afastar as pessoas que te amam e se preocupam com você....

Carol:_ Amor?... essa coisa de amor não existe..., por causa de amor que estou nesse estado...

André:_ Você, não entende nada de amor... mas não vou discutir com você sobre isso.

Carol rir sem graça, quase chorando..., ela deita , mas não me olha, está me evitando..., mas insiste em tentar me afastar...

Carol:_ Não me importa, eu sei me virar sozinha. Estou melhor assim.

André:_ Nitidamente não está e a partir de hoje serei seu segurança, seu pai me contratou.

Carol:_ EU NÃO PRECISO DE NADA... EU SEI ME CUIDAR...

André:_ SE SABE SE CUIDAR, PORQUE FOI AGREDIDA E QUASE ESTUPR4D4?... EU TE SALVEI... EU TIREI UM MALDITO DE CIMA DE VOCÊ... ENTÃO NÃO ME FALE QUE SABE SE CUIDAR SOZINHA...

Droga, acabei sendo um estúpido... Ela me olha assustada, agora está chorando..., acho que a ficha ta caindo e eu , preciso me controlar, não posso ficar me alterando desse jeito. Mas ela precisa de uns choques de realidade. Ela puxa o lençol tentando se cobrir mais, ando de um lado para o outro, sento e respiro fundo...., sei que não devia ter gritado com ela, as não vou me desculpar pelo que falei, vou deixar ela processar um pouco.

Logo o médico entra e começa a verificar a pressão, glicose, uma enfermeira pega amostras de sangue e percebo que ela me olha vez ou outra...

Médico:_ Como está hoje senhorita Ferraz?

Carol:_ Faz tempo que não me chamam assim..., estou melhor.

Médico:_ A senhorita teve muita sorte, tem um anjo da guarda que não dorme em serviço, poderia ter sido bem pior se não fosse nosso herói ali. Ainda sente muita dor?

Carol me olha, ela balança a cabeça um pouco confusa.

Carol:_ Só doi quando me mexo ou tento levantar, mas é suportável.

Médico:_ Faremos mais alguns exames e se tudo correr bem, acredito que amanhã poderá ir para sua casa.

Carol:_ Ok, obrigada.

Médico:_ Descanse.

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