Cap 13 Tudo indo bem, por equanto

Foi muito difícil convencer meus pais a ficar na casa de André, principalmente o meu pai, mas no final ele aceitou..., o fiz entender que estou bem, que sou capaz de viver um amor e cuidar da minha vida.

Nossa relação já dura 1 ano..., estou mais segura de meus sentimentos, a culpa não sumiu, mas consigo conviver com ela..., Não posso mudar o que já foi, mas posso tentar ser melhor a cada dia, mesmo que algumas pessoas não acreditem, entendi também que não é com palavras e sim com atitudes que mostramos nossas mudanças e evoluções. Mas que também não preciso fazer para provar nada pra ninguém, apenas a mim mesma. Evidente que André me ajudou muito, me ensinou a amar...

Estamos deitados para dormir depois de um dia cansativo de trabalho..., tive alguns problemas em uma filial, mas já estamos resolvendo. Deito nos braços fortes de meu delegado gostoso..., eu sei, evitava esse tipo de palavra para me referir a ele, mas, agora sei diferenciar o sentido..., uso essa palavra não com sentimento de posse, apenas uma expressão do que sinto por ele...

Estamos nos beijando, numas preliminares quentes, já estou sem fôlego, ele tem uma pegada forte, já estamos quase indo para os finalmente entre gemidos e frases excitantes... até que somos interrompidos pelo telefone dele que começa a tocar, ele desliga e tentamos continuar, mas a pessoa insiste... Entendo o trabalho dele, sei que essas ligações podem ser importantes e elas sempre acontecem a qualquer hora...

Carol:_ Atende...

André:_ Agora não... agora eu quero você...

Carol:_ Atende amor..., pode ser importante...

André:_ Ta bom..., mas depois você ta perdida.

Ele fala em tom de promessa e eu sorriu como uma criança esperando um doce... Ele atende a chamada e logo vejo sua expressão mudar... De repente começa a se vestir ainda com o telefone no ouvido, apoiado entre o ombro e a cabeça para facilitar calçar os sapatos rapidamente..., entendo que é algo grave...

André:_ Fica calma... eu tô indo... só fica onde está... ok?...

Quando ele desliga, já inicia uma nova chamada, está pedindo reforços..., fico um pouco atordoada, ele mal fala comigo..., apenas diz pra não me preocupar, é uma emergência do trabalho e sai...

Fico aqui, preocupada, aguardando notícias, sei que é uma ocorrência importante ou ele não sairia assim em plena folga..., pela forma com que falou é alguém que conhece e sabe o número pessoal dele.

Fico imaginando quem poderia ser..., algum de seus agentes?..., desde que ficamos juntos só quem liga para ele nesse número são os policiais de sua confiança ao menos quando está comigo..., mas ele se referia a uma mulher..., ou ouvi errado...

E aquele sentimento ruim começa a se fazer presente, eu ouvi ele falar "calma"..., era uma mulher, e ele saiu correndo..., talvez seja meus ciúmes que me fazem enxergar dessa forma. Logo depois estou me reprimindo: É o trabalho dele, não posso ficar selecionando o gênero que irá salvar, caso precisem dele..., mas estranho, é a primeira vez que fala com uma mulher na minha frente no número pessoal..., e tão preocupado...

Não quero tentar controlar os passos dele, não posso... isso é normal..., fico dizendo a mim mesma... é o trabalho dele..., claro que ele pode falar com mulheres e se preocupar com elas se estiverem em perigo..., não sou uma lunática possessiva...

Já se passaram horas e nada dele dá notícias, não quero cair na tentação de ligar, mas é mais forte do que eu, e quando percebo, já estou com o celular na mão chamando o número dele... logo desligo, nem escuto o primeiro toque.

Fico andando de um lado para o outro, em um turbilhão de pensamentos. Mas, toda mulher faz isso, elas ligam para saber se está tudo bem, ele não vai achar que o estou perseguindo... ou vai?

Sento na cama apoiando os cotovelos no joelho e segurando a cabeça entre as mãos..., estou nervosa, olho para o celular diversas vezes, acho que já se passou mais uma hora. Não consigo evitar.

Ligo novamente, mas desligo e jogo o celular pra longe de mim, me jogo na cama, me enfio debaixo das cobertas e choro. Não quero ser assim... não... não... Nem sei por quanto tempo estou chorando e o pior, nem mesmo sei o porquê..., André me ama..., Acabo adormecendo em meio aos pensamentos...

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