Imprensa

  Hoje tive que acordar mais cedo que o normal são 4:00 horas da manhã. Levanto da cama, Mike está dormindo ainda. Ligo a TV para ver o que está passando:

''Sejam todos bem vindos ao Jornal 24hrs. Hoje ás 7:00 horas da manhã, Sergio Marques será liberado e declarado oficialmente como inocente. O coronel e a Delegada do caso prestaram esclarecimento.''

Desligo a Tv. Faço a minha rotina normalmente, mas dessa vez vou em uma cafeteria, aqui em Thamburg praticamente tudo e aberto 24 horas, por isso as pessoas chamam de ''Cidade das Corujas''. Caminho até a calçada e em poucos minutos um taxi já aparece. A fachada da cafeteria é simples, os vidros estão embaçados com a neblina da manhã, entro e um sino toca para chamar a atenção dos funcionários. Uma simpática moça se aproxima e olha para mim quando me ver mancando. Sim, eu não estou mais usando as muletas, elas faziam com que as pessoas perguntassem o tempo todo se eu precisava de ajuda.

-Bom dia, você precisa de ajuda?

Ah que ótimo, não funcionou.

-Obrigada, mas não precisa. Tem alguma mesa sobrando?

-Claro, a mesa 20. Deseja alguma bebida ou comida?

-Um café extra forte, por favor.

-Já está saindo.

Ela se retira. E eu caminho até a mesa 20, ela fica encostada na parede ao lado de uma janela. Parece um bom lugar.

-Aqui está, um café extra forte. Imagino que o dia vai ser difícil. -ela sorri.

-Você nem imagina, muito obrigada.

-Não a de que.

Pego um jornal e começo a ler. Mas a barista caminha na minha direção.

-Desculpe o incomodo, mas aquele rapaz pediu para entregar isso para você.

Olho para a porta e o vejo:

-James.

-Como? – a barista diz

-Nada importante, obrigada.

Pego a caixa e a abro. Dentro dela tem uma caixa de um celular novo, e uma carta: ''Tentei ligar para você, mas foi direto para a caixa postal, então imaginei que ainda estava sem celular, seu chip está dentro do envelope, por mais que eu não concorde que você o use, a escolha e sua. Não aceito devoluções. Bom dia Mariah. ''

Pego o chip e ligo o celular, na lista telefônica já está salvo o numero dele, então eu resolvo ligar. Toca apenas duas vezes.

-James

-Mariah, eu espero que você tenha lido a parte do ''não aceito devoluções''.

-Por que?

-Eu precisava saber se você estava bem e me desculpar por terminar nossa conversa daquela forma. Eu peguei seu chip para descobrir o seu número, sinto muito, mas você não quis me dizer. E antes que você ache que eu sou te seguindo, eu frequento essa cafeteria todos os dias nesse horário, só fiquei sabendo que você estava ai.

-Ok James.

-Ok?

-Eu preciso ir.

-Não quero te atrapalhar, mas o Sergio vai ser liberado hoje?

-Sim, ele vai. -uso um tom fraco

-Ei, você fez seu máximo.

-Não eu, não fiz. Até mais, e obrigada.

-Mariah não faça...

Eu desligo antes dele terminar de falar. Levanto a mão para pedir a conta e a moça se aproxima rapidamente:

-Sua conta já foi paga senhorita.

-Claro que já foi -eu reviro os olhos - Qual é seu nome?

-Jane.

-Certo Jane, então fique com o dinheiro.

Entrego 50 reais para ela.

-Sério? -ela pergunta impressionada.

-Claro fique, muito obrigada. Até a próxima.

Eu saio da cafeteria, e vou caminhando até a CIT, mesmo com o meu pé doendo, porem, não é muito longe da cafeteria. Ao chegar:

-Mariah.

-Oi Layla.

-O coronel está esperando você na sua sala

-Ok, até mais

Abro a porta do escritório:

-Coronel?

-Pare de me chamar de coronel e entre.

Eu entro e sento na cadeira.

-Então, já sabe o que você vai falar?

-Não faço a mínima ideia.

-Você precisa se controlar Mariah, não fale de mais.

Eu fico calada.

-Você entendeu?

-Sim coronel. -uso um tom irônico

-Vamos, não podemos nós atrasar.

Ele passa na frente, e eu o acompanho. Nós entramos no carro, e ficamos em um silencio ensurdecedor. Mas enfim chegamos. Todo tipo de emissora que você pode imaginar está aqui hoje. Um segurança nos leva até uma mesa, apenas dois lugares e um microfone no centro dela. Eu sento na cadeira da esquerda e o Thiago na direita. Um homem com um microfone, chama a atenção dos repórteres. Eu me sinto em um tribunal, pronta para receber minha sentença.

-Senhores e Senhoritas, peço silencio. Estamos aqui com o Coronel Thiago Ramos e a Delegada Mariah Montes, ambos responsáveis pelo caso Sergio Marques ou também conhecido como ''O caso Vinte de Maio''. Sergio Marques foi liberado hoje as 07:00 horas da manhã declarado inocente. Por esse motivo o Coronel e a Delegada vão responder as perguntas que os Senhores fizerem. Podem começar.

O barulho, as vozes se misturando, faz qualquer um querer fugir, mas isso não pode ser feito. O coronel olha para mim, quase implorando para que eu comece, então faço as ''honras'':

-''Sou da radio central Thamburg, e eu queria perguntar o porquê o interrogatório do Sr.Sergio Marques não foi gravado?

-O Interrogatório do Sr.Marques foi gravado sim, mas está sob poder do juiz. -meu tom e severo e assertivo.

Várias perguntas são feitas, por 1 hora que mais parecia uma eternidade, mas até quem fim:

-Senhores e Senhoritas, o direito de pergunta dos senhores acabou, mas agora e a vez da voz da população, e essa pergunta foi feita diretamente para o Coronel. O senhor em momento algum foi visto no caso, apenas a Delegada Montes. Onde o coronel estava?

-Eu deixei o caso nas mãos dela -ele fica pálido.

-Então o senhor quer dizer, que tudo que aconteceu foi responsabilidade dela? -o orador diz.

O coronel fica sem palavras. Então eu intervenho.

-Imagino que essa pergunta não foi da população, e sim foi particularmente sua. De qualquer forma devo dize-lo, que o caso Sergio não é o único caso que a CIT é responsável. O coronel Ramos, estava resolvendo outro caso e deixou em minhas mãos o caso Vinte de Maio, eu fiz o possível, mas não foi o suficiente e eu peço desculpas a todos.

-Entrevista encerrada -o orador diz

O segurança retorna até nós e nos leva até o carro.

-Obrigado -o coronel diz

-Eu fiz o que tinha que ser feito. -meu tom é serio

-Você está diferente Mariah, parece que esse caso a atingiu pessoalmente.

-Se você diz.

Eu olho pela janela, ele não insiste no assunto e apenas dirige. Ele para na frente do meu apartamento.

-Até amanhã.

-Até.

Subo as escadas com menos dificuldade que antes, e abro a porta:

-Mike! Não!

Corro em direção ao corpo já sem vida.

-Acorda...acorda. Por favor.

Na coleira dele tem um papel dobrado escrito: ''Doces ou pães recheados?''

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