Sequestrada

-Me desculpa garoto...me desculpa- lagrimas escorrem descontroladamente do meu rosto.

O pego nós braços e o levo no veterinário. Eu decidi enterra-lo ao lado da dona Lurdes, mas pedi para os funcionários da clinica resolverem isso, eu não consigo ir, não agora. Vou embora da clínica. Agora estou oficialmente sozinha. Já são 19:00 horas, não da tempo de voltar para casa, e sinceramente eu não quero. Peço um taxi que me leva até o local combinado. Entro na ''Toca do Coelho'' e um lugar, como eu posso dizer...rustico talvez? com luzes baixas e mesas de madeira envelhecida. Caminho até o balcão do bar:

-A vodca mais forte que você tiver.

-Noite difícil, moça?

Uma mulher de cabelos ruivos, mais o menos a minha idade, senta ao meu lado:

-Vida difícil, me define melhor -viro o shot de uma vez só

-Só não beba muito, porquê precisamos conversar.

-Então é você?

-Sim sou eu, te surpreende?

-Nada me surpreende mais -eu dou uma risada -O que você quer comigo?

-Vamos sair do balcão, talvez aquela mesa seja melhor para a nossa conversa.

Caminhamos até a última mesa do bar.

-Agora sim. Antes de tudo quero que saiba, que não foi eu quem provocou aquele acidente.

-Você foi a minha ''protetora'' então?

-Se prefere essa palavra.

-Mas porquê você decidiu me procurar?

-Eu quero a mesma coisa que você, Mariah.

-E o que eu quero?

-Vingança. Os capangas do Sergio entram no seu apartamento todos os dias. A morte da sua vizinha e a do seu cachorro não foram um acidente.

-Como você sabe disso?

-Depois de tudo que aconteceu comigo, eu ando atrás de qualquer rastro que o Sergio deixe passar. Eu descobri quem é um dos capangas dele, qual é o nome mesmo...Rodrigo. Quando eu fiquei sabendo eu invadi as câmeras de segurança do seu andar.

-Espera um pouco você falou, Rodrigo?

-Sim, porquê?

-Velho desgraçado!

-Ei Mariah vai com calma. Você o conhece?

-Claro que sim, ele e o porteiro do apartamento.

-Você precisa ir embora, eles estão te cercando. -ela usa uma voz preocupada

Meu celular toca:

-Alo?

-Mariah? Sou eu Margot. -a voz dela é aflita.

-Margot, o que aconteceu?

-O senhor Holik foi baleado, e a Hannah...

-O que aconteceu com a Hannah?

-Ela sumiu. Eu não sabia para quem ligar.

-Eu estou indo.

Desligo o telefone, e olho para ela.

-O que aconteceu?

-Eu tenho que ir é urgente. O James foi baleado, e a Hannah foi sequestrada.

-Eu te levo.

-Não.

-Vamos logo, Mariah, você está sem carro.

Deixo o dinheiro em cima da mesa e nos corremos na direção do carro.

-Qual é o seu nome? -eu pergunto

-Chloe.

-Temos que chegar rápido, Chloe.

-Deixa comigo.

Em um trajeto de 30 minutos, ela fez em 15. Descemos do carro eu puxo a arma do cos da minha calça.

-Você anda com uma arma?

-E você não? Eu não vou entrar nessa casa desarmada, se você quiser pode ficar aí.

-Eu vou com você.

Dou um empurrão na porta, e entro apontado a arma em várias direções.

-Mariah?

Margot chega até a sala.

-Eu falei que não era necessário, desculpa senhora -Chloe diz.

-Não temos tempo para isso, me acompanhem.

Ela nos leva até o quarto.

-Entrem.

Chloe entra primeiro, mas antes de eu poder entrar:

-Ele ainda não acordou.

-Então ele não sabe?

-Ele vai surtar. -ela fala preocupada -Eu sei que é pedir muito, mas você poderia contar para ele?

-Se ele vai surtar com você imagina comigo.

-Não é a mesma coisa Mariah, por favor.

Chloe caminha em nossa direção:

-Ele está acordando -ela diz

Margot olha para mim.

-Saiam, por favor.

-Obrigada. Vamos.

Elas saem e fecham a porta. Caminho em direção a cama e sento. Em pouco tempo ele abre os olhos.

-Ei, estou sentindo um deja vu. -ele diz quando abre os olhos.

-Pois é -eu dou uma meia risada

-Essa cara é de preocupação? -ele usa um tom brincalhão.

-Como você está?

-E como se eu tivesse levado um tiro -ele ri

Eu olho para ele por um instante.

-Mariah, o que aconteceu? O que você está fazendo aqui? -ele usa um tom preocupado.

-James, a Hannah...ela foi sequestrada.

-Filhos da puta!!

Ele levanta com dificuldade e pega um casaco e caminha em direção a porta

-James!

Eu puxo o braço dele.

-Para!

-Mariah, eles a raptaram- os olhos dele enchem de lagrimas.

Ele se senta em um sofá com as mãos cobrindo o rosto.

-Eu tenho que ir -eu digo

Margot e Chloe estão na sala e olham para mim assim que saio do quarto.

-Querida, o que houve? -Margot pergunta

-Mariah, você está bem?

Tudo em meu redor está embaçado, meu corpo está tomado pelo ódio, mal sinto as lagrimas que escorrem no meu rosto. Ando em direção a saída. Chego na rua e espero um taxi:

-Mariah!

Chloe corre ao meu encontro e Margot a acompanha.

-Mariah, o que aconteceu?

Eu olho para trás e encontro Margot, automaticamente ela entende o que eu quero que ela faça.

-Chloe vamos entrar. -ela a puxa em direção a casa.

-Taxi, moça?

Entro no taxi. A adrenalina faz a viajem ser rápida:

-Tenha uma, boa noite -o motorista diz e vai embora

Entro na recepção e lá está ele, lendo seu jornal juntamente com uma xicara de café. Ele não olha para mim apenas diz:

-Boa noite, Mariah.

-Seu desgraçado!

Eu ando na direção dele. E a partir desse momento não lembro mais de muita coisa, além das sirenes e as luzes cegantes das lanternas.

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