Fuja

Abro os olhos. Estou em um quarto todo equipado com aparelhos médicos, cortinas escuras e o barulho dos meus batimentos ecoam na grande sala. Estou deitada em uma cama espaçosa de casal, meus braços estão ligados aos monitores. Não tem ninguém aqui então decido me levantar. Quando começo a tirar os fios do braço:

-Elizabeth, vejo que você está melhor.

Ele caminha até a minha cama e se senta na ponta dela.

-O que você está fazendo aqui, Holik?

-Está é a minha casa e me chame de James.

-Que droga! O que eu estou fazendo na sua casa? -Eu tento me levantar, mas grito de dor.

-Ei, não se levante, você quebrou o pé e a costela -ele usa uma voz cautelosa. Fica tranquila eu não iria me aproveitar de você. A Margot cuidou dos seus ferimentos, mas você deve ficar de repouso.

-Por que você não me levou em um hospital?

-Elizabeth, você se lembra o que aconteceu? Você matou o Bryan.

-Eu estava me defendendo.

-Eu sei disso, mas o Bryan era um cara perigoso e era o capanga de um cara perigoso, então é melhor você tomar cuidado.

-Ele te conhecia.

-Sim conhecia.

-Você citou um nome...Sergio quem é esse?

-Você tem que descansar. -ele se levanta da cama e caminha até a porta.

-Você não vai me contar mesmo?

-Vou chamar a Margot para ela ver como você está. -o tom dele é firme.

Ele sai evitando a minha pergunta. A Margot entra:

-Que bom que você acordou. -ela diz sorrindo

Ela é uma mulher de meia idade, cabelos longos e escuros.

-Quanto tempo eu dormi?

-Umas 12 horas.

-O que! Cadê o meu celular?

-Ele quebrou.

-Preciso ir – levanto da cama e começo a pular com um pé só. Tento não demonstrar que estou sentindo dor.

-Parece que você já se adaptou- ela usa um tom divertido. Mas você não pode ir agora.

-Posso sim e é isso que eu vou fazer.

-Tudo bem, você não vai desistir mesmo. Pegue essas muletas. Vou chamar o senhor Holik.

-Espera. Como eu cheguei aqui ontem?

-Era umas 02:00 da manhã, eu estava na minha casa o senhor Holik me ligou com uma voz de desespero que eu nunca havia escutado antes, ele disse para eu vir para cá e arrumar os equipamentos. Eu achei que algum dos guardas tinha levado um tiro ou ele tinha se machucado, mas ele entrou com você nos braços, você estava bem vulnerável. Comecei a fazer o meu trabalho. Mas uma coisa me surpreendeu. Ele ficou sentando na poltrona olhando fixamente para você, o rosto dele transparecia preocupação e talvez um pouco de raiva.

-Ele só estava com medo que a culpa caísse toda nele.

-Eu trabalho com ele a 6 anos. Você não o conhece, querida.

-Não mesmo.

-Vou chama-lo espere um pouco, por favor.

Me sento e fico esperando. Ele chega rapidamente.

-Imagino que você queira ir embora. -ele fala encostado na porta.

-Eu não quero, eu vou.

-Não vou te impedir, mas você matou um homem.

-Esse homem tentou me matar.

-Eu sei disso, Elizabeth. O Bryan trabalhava para o Sergio e provavelmente ele o mandou para te matar, mas já o porquê você que tem que me dizer.

-Eu não sei.

Na verdade, eu imagino, mas não quero acreditar.

-Você não quer me contar? tudo bem, mas tome cuidado.

Ele vira as costas para sair.

-James.

-Sim?

-Como você sabia que eu estava lá?

-Parece que você tem um protetor(A).

-Protetor?

-Eu recebi uma mensagem de uma pessoa anônima falando que tinha um carro te seguindo. Então eu fui para esse local, mas quando eu cheguei foi tarde demais.

-Não foi tarde, bem eu quebrei o pé e uma costela- eu dou um sorriso torto -Mas de qualquer forma tenho que te agradecer.

-Não precisa. Agradeça a pessoa que me avisou -o maxilar dele trava.

Isso é ciúmes?

-Se você está dizendo. E melhor eu ir já dei trabalho demais.

-Você não deu trabalho algum, Elizabeth. Mas se me permite, eu te aconselharia a arrumar outro emprego ou melhor outra cidade.

-O que você está falando?

-Eu não sei o que você fez, mas incomodou o Sergio e isso não é bom, não mesmo. Eu posso te dar 1 passagem para qualquer lugar que você quiser e você também vai precisar de uma identidade nova.

-Não posso abandonar meu trabalho e meus amigos assim.

-Você não vai ter trabalho e nem amigos, morta. Presta atenção o Sergio é perigoso, muito perigoso. Faça o que eu estou te falando, se você tiver alguma rede social apague, troque seu numero e só repasse para pessoas de confiança.

-Espera, você tá falando para eu fugir?

-Sim.

-Por que você está me ajudando?

-Eu conheço o Sergio ele é um cara ''difícil''. E eu não quero que você morra.

-Você trabalha para ele?

Ele me olha fixamente após a pergunta que acabei de fazer. Depois de alguns segundos agoniantes ele fala:

-Posso te fazer uma pergunta? -A voz dele e seria.

-Sim.

-Você é uma agente?

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