16 Capítulo (Corrigido)

✨Cecília narrando ✨

Depois que Freddy me explicou como agir com todos, o que eu poderia falar e o que não poderia, ele saiu do quarto, me deixando com a Beatriz. Ela me dizia que o Freddy era meio maluco às vezes, mas que sempre tinha as melhores intenções. E eu sabia que era verdade. Ele sempre tenta deixar todos ao seu redor felizes.

Alguns minutos depois, Freddy entrou pela porta e viu eu e a Beatriz conversando sobre ele. A Beatriz, rindo, comentou como ele era atrapalhado, e ele, sem nem se dar conta de que estava atrás dela, apareceu de repente. Ela levou um susto, o que me fez rir.

Freddy: Bonito, né, dona Beatriz, falando mal de seu chefe?

Beatriz: Eu não estava falando mal de você, só estava contando como você é atrapalhado.

Freddy: Agora precisamos ir. Tchau, minha musa.

Após a despedida de Freddy, Cecília sentiu uma mistura de emoções. Ela se sentia extremamente feliz por ter conhecido pessoas tão especiais como Freddy e Beatriz. Mas, ao mesmo tempo, havia um peso em seu coração. O encontro com Freddy foi como um sonho realizado, e ela não sabia quando ou se o veria novamente, o que a deixou com um sentimento de saudade antecipada. Mas, ela também sabia que precisava seguir em frente com os compromissos que havia assumido.

O riso e a diversão que Freddy e Beatriz proporcionaram foram um alívio para Cecília, especialmente depois de tudo o que ela vinha enfrentando. Ela tinha se distanciado de muitos sentimentos negativos e se permitido ser um pouco mais leve, por mais que isso parecesse um fardo em alguns momentos.

Ao ficar sozinha, Cecília respirou fundo e tentou processar o que acabara de viver. Estava feliz, mas também com um toque de preocupação, principalmente com a questão do contrato que havia assinado com Alerrandro. Ela sabia que aquele casamento, embora não fosse por amor, estava prestes a acontecer. E, embora ela tivesse suas dúvidas, também tinha sua determinação em fazer tudo certo para sair dessa situação o mais rápido possível.

A porta bateu, interrompendo seus pensamentos. Ela foi até lá, na expectativa de ver uma das empregadas, mas quando abriu, encontrou Alerrandro. Ele estava elegante, impecável, com seu terno vinho e um aroma de perfume caro que quase a hipnotizou. Cecília ficou paralisada por um momento, sentindo um turbilhão de emoções, mas não queria demonstrar. Ao contrário de tudo que ela imaginava, seus olhos se encontraram e algo inesperado aconteceu: ela sentiu uma conexão.

Ele falou de maneira direta, sem rodeios, e, por mais que não gostasse de sua atitude, Cecília sentiu que não tinha muita escolha. Não podia mais se esconder da realidade que o contrato havia imposto, e ela sabia que precisava jogar o jogo para cumprir sua parte no acordo. Ao descer as escadas com ele, sentia os olhares da família de Alerrandro e sabia que cada movimento, cada palavra, seria observada com atenção. Ela tentou se manter firme e agir como se estivesse realmente naquele ambiente.

Ao chegar à mesa, onde a família a aguardava, Cecília sentiu uma onda de nervosismo, mas também encontrou um pouco de alívio com a recepção calorosa de algumas pessoas, especialmente a mãe de Alerrandro, que a abraçou com um carinho inesperado. Mas, em contrapartida, a irmã de Alerrandro, Tatiana, não parecia ser tão acolhedora. Havia algo em seu olhar que não parecia genuíno, algo que fazia Cecília se sentir desconfortável.

No entanto, ela não podia se dar ao luxo de demonstrar fraqueza. Ela precisava agir, sorrir, e manter a fachada de que tudo estava bem. As palavras de Tatiana e outros membros da família não a abalavam tanto quanto ela imaginava, mas algo em sua intuição lhe dizia que devia ficar atenta. O ambiente estava tenso, as interações pareciam calculadas, e tudo isso a fazia se questionar sobre as verdadeiras intenções de cada pessoa ali.

A refeição foi marcada por conversas superficiais, mas logo o momento mais tenso do jantar chegou: Alerrandro fez um brinde, e então, diante de todos, se ajoelhou e a pediu em noivado. Cecília não sabia o que fazer, o que dizer, e, sem mais nem menos, as palavras saíram: "Eu aceito". Aquela decisão, por mais que fosse resultado de um contrato, parecia mais pesada do que ela imaginava.

Ela sentiu o peso do anel em seu dedo e o beijo repentino que Alerrandro lhe deu, algo inesperado. O choque foi grande, mas Cecília tentou disfarçar. No fundo, ela sabia que tinha que continuar agindo como se tudo fosse normal. Ela não tinha escolha, ou pelo menos pensava que não tinha.

Com a noite seguindo, e a atenção de todos voltada para o novo noivado, Cecília sentiu uma mistura de sentimentos. Ela tentou focar em manter a compostura, mas o olhar atento de Tatiana e a pressão crescente a faziam questionar o que o futuro reservava para ela nessa nova vida. A família de Alerrandro parecia gostar dela, mas ela sabia que precisava se proteger, tanto de seus próprios sentimentos quanto das intenções de alguns ali.

Cecília tentou se concentrar na noite à sua frente, mas sua mente estava dividida. A pressão de manter a aparência diante da família de Alerrandro e o peso do compromisso que acabara de aceitar não eram fáceis de lidar. Ela forçou um sorriso, respondendo às perguntas da mãe de Alerrandro e tentando fazer o melhor para agradar, mesmo que cada palavra e gesto parecessem mais pesados do que o normal.

Ao olhar para Alerrandro, que estava completamente imerso no papel de noivo perfeito, Cecília não pôde deixar de questionar até onde ele iria com aquela farsa. Ela o observava, tentando entender o que ele sentia, mas sua expressão era impenetrável. Ele parecia distante, como se estivesse mais preocupado com as aparências do que com o que realmente acontecia entre eles. A frustração crescia dentro dela, mas ela se forçava a manter a calma.

Emília: Está tudo bem, Cecília? — perguntou a mãe de Alerrandro, percebendo que ela parecia um pouco distraída.

Cecília, com um leve sorriso, respondeu com um tom suave, tentando soar natural.

Cecília: Sim, tudo ótimo. Só estou um pouco cansada, depois do longo dia. Mas a comida está deliciosa.

Emília: Fico feliz que esteja gostando — disse a senhora, visivelmente contente. — Se precisar de algo, é só pedir.

Cecília agradeceu com um sorriso educado, mas por dentro, ela sentia que não era bem isso que estava acontecendo. Ela não fazia ideia de qual seria seu lugar ali, naquela casa, e o que realmente esperavam dela. Embora as palavras fossem gentis, a sensação era de que ela estava sendo observada, analisada, como se fosse uma peça num tabuleiro de xadrez. E isso a incomodava profundamente.

A noite seguiu com mais conversas e sorrisos forçados. Quando o jantar chegou ao fim, Cecília sentiu uma sensação de alívio. Mas, ao se levantar da mesa, Alerrandro a puxou delicadamente pelo braço, levando-a para uma sala mais reservada.

Alerrandro: Você está bem? — perguntou ele, com uma expressão que, apesar de ser calma, não parecia totalmente sincera.

Cecília não sabia como responder. Ela queria falar sobre suas dúvidas, sobre o que estava sentindo, mas sabia que não poderia. Não com ele. Ele ainda parecia um mistério, uma pessoa difícil de entender.

Cecília: Sim, estou bem — mentiu ela, forçando uma expressão tranquila.

Alerrandro a observou por um momento, como se estivesse tentando ler seus pensamentos, mas, ao invés de pressioná-la, apenas assentiu com a cabeça.

Alerrandro: Eu sei que isso não é fácil, Cecília. E eu entendo se você não se sentir confortável. Mas, por agora, precisamos continuar com o que começamos.

Aquelas palavras ecoaram na mente de Cecília. Ela sabia que ele estava se referindo ao contrato, mas a maneira como ele disse isso fazia tudo parecer ainda mais frio e calculado. Não havia paixão, nem sequer respeito por parte dele. Tudo estava acontecendo por interesse, por conveniência, e ela era apenas mais um peça nesse jogo.

Cecília: Eu sei — respondeu ela, sem muita convicção. — Eu vou dar o meu melhor.

Ele sorriu, mas o sorriso não tocou seus olhos. Era como se ele estivesse apenas cumprindo uma formalidade. E Cecília sentiu uma pontada de tristeza. Talvez fosse cedo para entender tudo, mas sabia que aquele noivado não era o que ela imaginava.

Enquanto a noite continuava e os outros convidados se dispersavam, Cecília se retirou para o quarto. Ela se deitou na cama, olhando para o teto, e se perguntou se algum dia seria capaz de encontrar seu verdadeiro caminho naquele jogo de aparências. Alerrandro parecia distante, e ela ainda não sabia o que esperar dele. Mas, mais do que isso, ela sentia que, no fundo, ainda existia uma parte dela que não queria desistir de encontrar o amor verdadeiro, algo que fosse mais do que um simples contrato.

Seus pensamentos ficaram confusos e intensos, mas, por ora, ela apenas fechou os olhos e tentou descansar. A vida seguiria, e ela teria que continuar jogando o jogo, não importava o quanto isso a incomodasse. Ela sabia que, de alguma forma, teria que ser forte para enfrentar o que estava por vir.

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