11 Capítulo (Corrigido)

✨Cecília narrando ✨

Ficamos conversando por bastante tempo. A Ema já tinha terminado de tomar seu café, e minha mãe subiu para descansar, pois estava cansada. Antes de subir, Freddy tirou todas as medidas dela, então agora só restávamos nós à mesa: eu, Freddy, Beatriz e Ema. Demos muitas risadas, porque o Freddy sempre soltava alguma piada engraçada.

Freddy: Vamos, minha bela fã? Não podemos perder tempo.

Cecília: Vamos sim, só vou pegar minha bolsa.

Freddy: Nada de bolsa! Vamos comprar tudo novo. Celular também está proibido. Quero você totalmente focada nas compras.

Meu Deus! Não sou viciada em celular, mas sempre levo ele comigo para qualquer lugar. Se minha mãe precisar de algo ou acontecer alguma coisa, já posso ser avisada.

Beatriz: Freddy, deixa ela levar o celular.

Cecília: Tudo bem, Beatriz. Eu vou deixar aqui.

Freddy: Ótimo! Agora vamos.

Antes de sair, deixo um bilhete para minha mãe avisando que saí e que não levei o celular comigo. Entrego para Fabiana e saímos do apartamento. Pegamos o elevador até o primeiro andar, onde James já nos aguardava. Entramos no carro, e percebi que ninguém precisou dizer para onde íamos; James já parecia saber o destino. Freddy, animado como sempre, comentou:

Freddy: Hoje vamos sair daquele shopping cheios de sacolas!

Ele parecia muito animado, mas eu nem tanto. Nem tive tempo de falar direito com a Ema. Mas sei que, em algum momento, teremos a chance de conversar com calma. O trajeto não demorou muito, e logo chegamos ao shopping. Assim que reconheci o local, congelei.

Era o shopping mais caro da cidade. Só uma peça de roupa desse lugar custava praticamente um rim!

Descemos do carro e entramos no shopping. Fiquei deslumbrada com tudo ao meu redor. Esse lugar exalava riqueza, e cada loja parecia mais cara que a outra. Fiquei até com medo de perguntar o preço de uma simples blusa.

...Shopping por dentro👇🏻...

Freddy nos conduz pelo shopping com uma confiança invejável, como se já soubesse exatamente para onde estava indo. Caminhamos entre vitrines luxuosas e clientes bem-vestidos até pararmos diante de uma loja que nunca ouvi falar, mas que parece extremamente chique. O nome da loja é sofisticado, e a fachada impecável me faz ter certeza de que nada ali será barato.

Assim que entramos, somos recebidos por uma vendedora elegante, vestida impecavelmente, que logo se coloca à disposição para nos atender. Freddy acena para ela e nos guia até uma área mais reservada da loja, onde não há mais ninguém além de nós. Parece que ele já tem tudo planejado.

No espaço privativo, há araras repletas de roupas belíssimas, organizadas por cores e estilos, e um provador exclusivo, decorado com um enorme espelho iluminado e uma poltrona sofisticada. A vendedora nos acompanha com um sorriso profissional, enquanto Freddy passa os olhos pelas peças, como se já soubesse exatamente o que procura.

Freddy: Cecília, querida, prepare-se, porque hoje você vai sair daqui transformada!

Eu sorrio meio sem graça, enquanto Beatriz e Ema trocam olhares animados. Sinto uma mistura de nervosismo e empolgação. Nunca entrei em uma loja tão refinada como essa, e a ideia de experimentar roupas tão caras me deixa um pouco desconfortável. Freddy, percebendo minha hesitação, segura minha mão e diz:

Freddy: Confia em mim, você vai amar cada segundo.

Respiro fundo e decido aproveitar a experiência. A vendedora se aproxima com algumas peças selecionadas e já me encaminha para o provador. Enquanto entro, ouço Freddy e Beatriz comentando sobre quais estilos podem combinar mais comigo. Ema, sentada na poltrona, observa tudo com um sorriso divertido, pronta para dar sua opinião sincera.

...Loja👇🏻...

Entro no provador e encaro meu reflexo no enorme espelho iluminado. O espaço é tão luxuoso que me sinto uma estrela de cinema. A vendedora pendura algumas peças no cabideiro ao lado e me lança um olhar encorajador.

Vendedora: Fique à vontade, querida. Se precisar de algo, estarei por aqui.

Assim que ela sai, respiro fundo e começo a experimentar as roupas. O primeiro look é um vestido preto justo, elegante, mas que me deixa um pouco desconfortável. Saio do provador e dou uma voltinha na frente de todos.

Beatriz: Uau, tá poderosa!

Ema: Tá linda, mas... não é muito a cara dela, né?

Freddy: Concordo. Precisamos de algo que exalte a beleza natural dela, sem perder a sofisticação. Próximo!

Eu volto para o provador e experimento um conjunto de alfaiataria creme. Dessa vez, me sinto mais confortável e elegante. Quando saio, Freddy bate palmas.

Freddy: Isso! Agora estamos começando a chegar lá!

Beatriz: Essa cor realçou seu tom de pele, ficou incrível.

Eu me olho no espelho e até gosto do que vejo, mas ainda parece algo um pouco distante de mim. Freddy percebe minha expressão e se levanta.

Freddy: Cecília, querida, roupas não são só pedaços de pano. Elas contam uma história, mostram quem somos e quem queremos ser. Vamos encontrar algo que seja você, mas que também mostre ao mundo a mulher incrível que está aqui dentro, entendeu?

Eu sorrio, um pouco mais animada. Experimento mais algumas peças: um vestido azul-marinho elegante, um conjunto casual, até que finalmente encontramos um vestido longo, delicado, mas sofisticado, que parece ter sido feito para mim. Ele tem um caimento perfeito, uma tonalidade que me favorece, e um toque de glamour na medida certa. Quando saio do provador, Freddy abre um sorriso satisfeito.

Freddy: Pronto! Agora sim, temos a nossa estrela da noite.

Ema: Tá simplesmente deslumbrante.

Beatriz: Vai arrasar!

Eu dou uma volta tímida e pela primeira vez sinto que realmente estou me vendo de outra maneira. Freddy pega algumas outras peças para o dia a dia e me garante que vamos precisar de looks variados.

Depois de quase duas horas de provas e risadas, saímos da loja carregados de sacolas. Freddy está radiante, enquanto eu ainda tento processar o que acabou de acontecer.

Assim que colocamos todas as sacolas no carro, voltamos para o shopping para comprar sapatos e saltos. Eu avisei ao Freddy que não sabia andar de salto, então ele garantiu que hoje eu usaria um salto mais baixo para começar a me acostumar, e que amanhã já teria uma aula especial para andar com saltos maiores.

Ema precisou ir embora, pois tinha que trabalhar, mas antes de sair, me puxou de lado e disse:

Ema: Amanhã quero conversar com você sem falta, Cecília.

Cecília: Claro, Ema. Amanhã falamos.

Ela nos deu um abraço rápido e saiu apressada. Depois disso, continuamos nossas compras. Compramos bolsas, colares—cada um custando um verdadeiro rim—e tantas outras coisas que eu já estava exausta de andar pelo shopping.

Decidimos comprar as roupas da minha mãe antes de ir almoçar. Escolhemos várias peças que tenho certeza de que ela vai amar.

Voltamos para o carro e, assim que me sentei, senti o cansaço bater de vez. Fechei os olhos por um momento, e quase cochilei. Já eram 14h23min, e minha barriga roncava de fome. Felizmente, estávamos perto do restaurante, e quando o carro finalmente parou, senti um alívio imediato.

Freddy: Vamos entrar logo, estou morrendo de fome!

Assim que entramos no restaurante, percebi vários olhares em nossa direção. Provavelmente por causa do Freddy, já que ele é bem famoso. Procuramos uma mesa mais discreta, no canto, pois o restaurante estava lotado. Peguei o cardápio e quase caí para trás ao ver os preços. Um simples risoto custava quase 200 reais! Eu não estava acostumada a pagar tanto por comida.

Um garçom logo se aproximou da nossa mesa.

Garçom: Já sabem o que vão pedir?

Freddy: Eu vou querer o prato 86.

Beatriz: Para mim, o 12.

Fiquei analisando o cardápio, indecisa. Havia tantas opções, algumas com nomes que eu nem sabia o que significavam. Freddy percebeu minha hesitação e se inclinou em minha direção.

Freddy: Acho que você está com dúvida. Posso sugerir um prato?

Cecília: Pode sim.

Freddy: Então, traga para ela o 163.

O garçom anotou tudo em seu tablet. Eu nem sabia o que tinha nesse prato, mas esperava que fosse algo gostoso.

Garçom: E para beber?

Freddy: Suco de laranja para mim.

Beatriz ficou um pouco indecisa, mas acabou escolhendo.

Beatriz: Um suco de limão.

Cecília: Para mim, suco de maracujá.

O garçom anotou nossos pedidos e saiu. Fiquei ali admirando a vista do restaurante, que era realmente bonito. Por um momento, parecia que as coisas ruins nunca tinham existido. Eu estava vivendo algo completamente novo, morando em um condomínio que jamais imaginei que seria possível.

Freddy me tirou dos meus pensamentos ao falar animado.

Freddy: Depois daqui, vamos fazer uma transformação no seu cabelo.

Cecília: No meu cabelo?

Fiquei em choque. Meu cabelo sempre foi bem cuidado e eu gostava dele assim, natural. Sempre quem cortava era minha mãe, que já foi cabeleireira junto com a minha avó. Mas quando engravidou de mim, teve que parar, e quando pensou em voltar, minha avó faleceu, então ela preferiu fechar o salão.

Freddy: Sim, você vai ficar linda.

Dei um sorriso de canto, mas ainda estava com medo do que poderiam fazer com meu cabelo.

Depois de alguns minutos, o garçom voltou com nossos pratos. O cheiro estava maravilhoso, e naquele momento, meu medo passou. Eu estava faminta.

...Prato da Cecília 👇🏻...

...Prato do Freddy 👇🏻...

...Prato da Beatriz 👇🏻...

Assim que o garçom coloca meu prato na mesa, meus olhos brilham. Salmão. Nunca comi antes, mas a aparência está incrível. O prato está tão bonito que até dá pena de comer. No entanto, assim que olho para a mesa, vejo uma quantidade absurda de talheres. Fico perdida, sem saber qual usar. Eu conheço o básico de etiqueta, mas isso aqui é demais.

Lembro-me do meu pai, que sempre fez questão de me ensinar várias coisas, desde costurar até cozinhar e consertar algumas coisas simples em casa. Se as coisas tivessem sido diferentes, talvez hoje a gente teria nossa casa própria. Mas quando meu avô faleceu, meu pai acabou gastando tudo que tínhamos em questão de dias, se entregando ao vício em jogos. Ele havia melhorado por um tempo depois de conhecer minha mãe, mas quando minha avó faleceu, tudo desmoronou novamente.

Meus pensamentos são interrompidos pela voz de Freddy.

Freddy: Você quer ajuda com os talheres?

Olho para ele com um sorriso tímido.

Cecília: Sim, estou em dúvida.

Freddy analisa a mesa e, antes de me ajudar, se vira para Beatriz.

Freddy: Beatriz, manda uma professora de etiqueta e comportamento para o salão.

Ai, meu Deus. Já vi que vou ter que aprender várias coisas. É cada coisa que rico inventa... Aula até de comportamento? Parece exagero, mas pelo visto é necessário. Freddy então me explica rapidamente qual talher usar para cada etapa da refeição, e eu faço o possível para prestar atenção e absorver tudo. Aos poucos, vou me acostumando, e consigo aproveitar o prato. O salmão é uma delícia, e fico feliz por ter experimentado algo novo.

Quando terminamos, Beatriz olha para nós.

Beatriz: Vamos?

Eu e Freddy concordamos com a cabeça, e nos levantamos. Beatriz vai até o caixa pagar a conta enquanto seguimos para o carro. Assim que entramos, Freddy coloca uma música animada e canta o caminho inteiro, o que me faz rir algumas vezes. Ele tem uma energia inesgotável.

Ao chegarmos ao salão, descemos do carro e entramos. O lugar é enorme e luxuoso, bem diferente dos salões de bairro que eu costumava frequentar. Assim que entramos, já havia um homem nos esperando ao lado de duas mulheres muito bem arrumadas. Freddy os cumprimenta com um sorriso confiante.

Freddy: Cecília, esse aqui é o Eduardo, cabeleireiro.

Eduardo se aproxima e aperta minha mão com um sorriso simpático.

Eduardo: Prazer, Cecília! Vamos dar um trato nesse cabelo e deixá-lo ainda mais bonito.

Dou um sorriso meio sem graça, ainda insegura com toda aquela situação.

Cecília: O prazer é meu...

Freddy percebe minha hesitação e coloca a mão no meu ombro.

Freddy: Relaxa, Cecília. Você vai amar o resultado.

Olho para Beatriz, que apenas sorri de forma encorajadora. Suspiro fundo, já aceitando que não tenho muita escolha.

Cecília: Tudo bem... Estou confiando em vocês.

As mulheres ao lado de Eduardo me observam de cima a baixo, e uma delas, que parece ser estilista, anota algumas coisas em um caderninho. Parece que estou prestes a passar por uma verdadeira transformação.

...Eduardo👇🏻...

Assim que Eduardo me cumprimenta, Freddy aponta para uma das mulheres ao lado dele e sorri animado.

Freddy: Cecília, essa é a Kayla, sua professora de etiqueta.

Kayla, uma mulher elegante, com postura impecável e um sorriso gentil, estende a mão para mim.

Kayla: Prazer em conhecê-la, Cecília. Vou te ajudar com tudo que precisar para se sentir mais confiante em qualquer ambiente.

Aperto a mão dela um pouco sem jeito, sentindo que estou entrando em um mundo completamente diferente do que estou acostumada.

Cecília: Prazer...

...Kayla👇🏻...

Freddy sorri animado e aponta para a última mulher ao lado de Kayla.

Freddy: E essa aqui é a Nelly, sua professora de comportamento.

Nelly, uma mulher de postura impecável e olhar analítico, me encara por alguns segundos antes de sorrir educadamente. Ela parece ser do tipo que percebe cada detalhe.

Nelly: Cecília, é um prazer conhecê-la. Comigo, você vai aprender a se portar em qualquer ambiente, seja em eventos sociais ou reuniões importantes. Comportamento é tudo.

Engulo em seco, sentindo que minha vida está prestes a mudar completamente.

Cecília: Prazer, Nelly...

Ela assente, como se já estivesse me analisando desde que entrei no salão. Beatriz cruza os braços e olha para Freddy.

Beatriz: Acho que Cecília vai precisar de um intensivo, hein?

Freddy ri, claramente se divertindo com a situação.

Freddy: Com certeza, mas eu confio no talento de vocês. Vão transformar minha amiga em uma verdadeira dama da alta sociedade.

Eu fico ali, sem saber exatamente como reagir. Tudo isso é tão novo para mim. Kayla e Nelly trocam olhares cúmplices

...Nelly👇🏻...

Enquanto Eduardo prepara a tinta para o meu cabelo, eu tento me concentrar no livro de etiqueta que Kayla me entregou. As regras parecem intermináveis: qual garfo usar, como se portar à mesa, a maneira correta de cumprimentar alguém importante... Minha cabeça já está girando.

Nelly, sempre atenta, me observa de perto. Assim que cruzo as pernas de qualquer jeito, ela toca levemente meu joelho e corrige:

Nelly: Cecília, mantenha as pernas alinhadas ou levemente cruzadas no tornozelo. Postura é essencial.

Suspiro, tentando me ajustar na cadeira, mas Eduardo rapidamente repreende:

Eduardo: Ei, não se mexe tanto, senão vou acabar errando a cor do seu cabelo.

Kayla ri baixinho, folheando outra página do livro.

Kayla: Você vai se acostumar, Cecília. No começo parece muita coisa, mas depois se torna natural.

Enquanto isso, uma mulher chamada Patrícia aparece do nada, segurando um kit completo de manicure. Ela pega minha mão sem dizer uma palavra e começa a trabalhar, lixando minhas unhas com precisão.

Cecília: Ah... oi?

Patrícia sorri de leve.

Patrícia: Relaxa, querida. Vamos cuidar de tudo para você sair daqui uma nova mulher.

Eu apenas assinto, sentindo que estou sendo moldada como uma boneca. Entre a tinta no cabelo, as aulas de etiqueta e a manicure, minha mente começa a se perder. O que eu tô fazendo aqui mesmo?

De repente, Freddy aparece com um copo de suco nas mãos e se apoia na cadeira ao meu lado.

Freddy: Tá sobrevivendo aí, Cecília?

Cecília: Por enquanto...

Ele ri e entrega o suco para mim.

Freddy: Bebe um pouco. Isso ajuda a relaxar.

Tomo um gole, agradecida por um pequeno momento de pausa. Mas é só por um instante, porque Nelly já está falando novamente.

Nelly: Cecília, tente manter os ombros retos e a cabeça levemente erguida. Confiança é fundamental.

Eu respiro fundo e tento seguir as orientações, percebendo que esse dia ainda está longe de acabar.

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✨Alerrandro narrando ✨

Já se aproximava das 12h e eu precisava terminar logo, pois tinha que almoçar com minha irmã e aquele tal de Natan. Durante a manhã, procurei algumas informações sobre ele na internet. Só encontrei que a mãe dele faleceu há três meses e que ele morava sozinho em um apartamento. Ele também tinha namorado uma tal de Eloá, que foi assaltada e morreu há dois anos e meio. Não há nada que eu possa considerar como um defeito grave, mas, mesmo assim, eu quero saber tudo, desde o momento em que ele nasceu.

Peguei meu celular, saí do meu escritório e desci no elevador. Fui até onde meu motorista me aguardava e pedi para que ele me levasse até o restaurante. Não era o tipo de lugar que costumava frequentar, mas se eu aceitei esse encontro, era necessário ir e ficar atenta. Eu precisava entender o que esse Natan queria com minha irmã.

Quando cheguei ao restaurante, apertei o botão do meu terno, que estava levemente apertado, e entrei. O lugar era tão pequeno que, ao olhar ao redor, logo encontrei minha irmã sentada à frente de um cara que, aparentemente, era o Natan. Sem hesitar, fui até a mesa e me sentei ao lado da minha irmã. O Natan não pareceu se assustar com a minha presença, o que, para mim, foi uma surpresa. Ele me olhou calmamente, talvez esperando que eu fizesse algo.

Eu não disse nada imediatamente, apenas observei o comportamento dele, tentando perceber se algo em sua postura ou no seu olhar me dizia algo mais.

...Restaurante👇🏻...

Olho para Natan sem demonstrar nenhuma emoção, tentando entender seu comportamento. Ele parece mais focado na minha irmã, que me observa, talvez esperando uma reação minha. Não sei se ela quer que eu seja educado com ele, mas não tenho paciência para formalidades.

Natan: Prazer, sou o Natan, amigo da Diana.

Ele estende a mão para mim. Eu o olho brevemente, mas não seguro sua mão. Ele retira a mão rapidamente e chama o garçom. Não estou interessado em ser amigável com ele agora. Minha irmã, no entanto, parece um pouco incomodada com minha reação, mas não estou disposto a agradar ninguém, especialmente quando se trata de alguém tão recente na vida dela.

O garçom se aproxima, e a atenção volta ao pedido.

Garçom: O que vão querer pedir?

Alerrandro: Vou querer um macarrão ao molho bolonhesa.

Falo de forma direta, sem muito entusiasmo. O cardápio não me interessa muito, e prefiro pedir algo simples. Minha irmã e Natan fazem suas escolhas, e eu fico observando ele mais atentamente, tentando entender o que ele quer de minha irmã.

Garçom: E para beber?

Alerrandro: Um vinho, por favor.

Minha irmã e Natan pedem sucos. O garçom anota tudo e vai embora, deixando o ambiente ainda mais silencioso. Fico observando Natan, que, mesmo com minha presença ali, continua com o olhar fixo em minha irmã. Isso me incomoda. Tento desviar a atenção dele, já que não gosto desse comportamento.

Alerrandro: O que você faz da vida, Natan?

Pergunto diretamente, sem rodeios. Minha irmã lança um olhar em minha direção, claramente incomodada com a minha abordagem. Mas, para mim, é importante entender quem é esse rapaz e qual é a intenção dele. Se ele estiver com más intenções, vou descobrir e protegê-la.

Natan: Eu faço faculdade de medicina.

Ele responde de maneira calma, como se estivesse acostumado a esse tipo de pergunta. Isso me faz desconfiar ainda mais, mas não vejo sinais de mentira em sua resposta. Ao mesmo tempo, o modo como ele continua a olhar para minha irmã me faz sentir que algo não está certo. Preciso ficar de olho nele.

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