10 Capítulo (Corrigido)

✨Alerrandro narrando ✨

Eu acordo bem cedo, às 05h10. Apesar de ter dormido bem, ainda me sinto cansado, mas preciso levantar e começar o dia. Hoje será cheio, com muitas responsabilidades, o jantar e ainda a viagem. Vou até a janela e me deparo com o nascer do sol, uma visão linda para começar a manhã. Fico ali por alguns minutos, refletindo sobre tudo o que aconteceu ontem e na madrugada.

Depois, sigo para o banheiro, onde tomo um banho relaxante, escovo os dentes e saio com a toalha enrolada na cintura. Quando estava prestes a ir ao closet, meu celular começa a tocar. Era o Leonardo. Uma preocupação me invade, pois ele não costuma sair apressado e sem explicações como fez ontem. Pela maneira como ele estava, parecia algo sério. Ele estava aflito e nervoso.

Sem pensar duas vezes, atendo.

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📱Ligação on📱

📱Alerrandro: Bom dia, Leonardo. O que aconteceu ontem para você sair daquele jeito?

📱 Leonardo: Bom dia. Minha irmã teve uma crise e precisei sair correndo. Ela só chamava pelo meu nome.

📱 Alerrandro: Entendi. Você precisa de alguma coisa?

📱 Leonardo: Preciso que você me dê o dia de folga hoje. Quero ficar com minha irmã.

📱 Alerrandro: Tudo bem, pode ficar com ela hoje

📱Ligação off📱

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Desligo o telefone, aliviado por saber que era algo relacionado à família dele, embora ainda me preocupe. Leonardo é um funcionário dedicado e alguém em quem confio bastante. Espero que ele consiga resolver as coisas com a irmã e que ela fique bem. O dia promete ser cheio, mas é justo que ele tenha um momento para cuidar de quem ama.

Vou direto ao closet para escolher um belo terno. Preciso estar impecável hoje, além de levar mais três ternos para qualquer eventualidade, mesmo que a viagem seja rápida. Escolho com cuidado os melhores ternos, todos bem passados e adequados para diferentes ocasiões.

Depois de separar tudo, levo os ternos até a cama e analiso minhas escolhas. Pego o terno que usarei agora e visto, ajustando cada detalhe no espelho para garantir que está perfeito. Em seguida, dobro cuidadosamente os outros três ternos, colocando-os na mala junto com um par de sapatos bem polido. Certifico-me de que está tudo organizado, fecho a mala e a deixo pronta para a viagem.

Agora, o próximo passo é finalizar os últimos detalhes antes de sair para enfrentar o longo dia que me espera.

Terno👇🏻

Desço e percebo que a mesa ainda não está posta. Vou até a cozinha, onde encontro a Joséfa trazendo meu café da manhã. Retorno à sala de jantar e me sento. Tomo meu café rapidamente, subo para escovar os dentes e, em seguida, pego minha mala, minha pasta, coloco o relógio e pego meu celular. Antes de sair, lembro que ontem havia pedido para meu motorista vir me buscar e me levar à empresa.

No caminho para a empresa, aproveito para deixar tudo organizado. Instrui o motorista que será responsável por Cecília e mandei preparar um café maravilhoso para recebê-la. Também conversei com o Freddy, pedindo para que ele cuidasse de sua produção para o jantar, comprasse roupas de marcas renomadas e a deixasse impecável. Queria estar presente nesse momento, mas estaria ocupado demais.

Ainda assim, não posso negar que a Cecília ocupa cada vez mais meus pensamentos. Tento me concentrar no trabalho, especialmente na reunião com as modelos, já que Leonardo não estará presente para me ajudar hoje. Preciso resolver tudo sozinho.

Chego à empresa às 6h02min, e a movimentação já está intensa. O manobrista abre a porta, e eu saio, seguindo diretamente para o prédio. Passo pela minha secretária, Verônica, que me cumprimenta educadamente.

Verônica: Bom dia, senhor.

Eu apenas aceno com a cabeça e continuo andando. Sempre fui assim, focado e direto. Entro na minha sala e começo a resolver as pendências do dia. Preciso organizar tudo, já que Guilherme assumirá o comando enquanto eu estiver viajando, e o Senhor Oliveira estará na empresa hoje à tarde. Infelizmente, não poderei recebê-lo pessoalmente. Guilherme terá que impressioná-lo.

Após organizar a agenda, saio da sala e sigo para o quinto andar, onde ficam as modelos. Ao chegar, vou direto para o camarim. Algumas das modelos já foram casos meus no passado, mas mantenho o profissionalismo. Não misturo assuntos pessoais com trabalho.

Chamo um dos estilistas e dou instruções para que prepare as modelos. Quero ver como estão na passarela. Enquanto isso, vou para a área da passarela, sento-me e começo a revisar alguns documentos no tablet.

Depois de algum tempo, o estilista me avisa que todas estão prontas. Mando trazer a primeira modelo. Desligo meu tablet e foco na apresentação. A primeira a desfilar é Pâmela. Ela caminha pela passarela com perfeição. É uma das melhores. No entanto, sua presença me traz à mente uma questão que venho adiando: o teste de DNA. Preciso confirmar se o filho que ela espera é realmente meu.

Continuo avaliando cada modelo. Algumas se destacam, outras deixam a desejar. Após uma hora e meia, escolho as 15 que farão parte do projeto. Assim que termino, sigo direto para o setor de produção para verificar os detalhes. Não aceito erros. Tudo precisa estar perfeito. A equipe sabe disso e trabalha em ritmo acelerado.

Quando estou prestes a pegar o elevador, uma das modelos, Cora, se aproxima e me chama.

Cora: Senhor Alerrandro, posso falar com o senhor um momento?

Cora👇🏻

Cora é uma das melhores modelos que tenho aqui, assim como Pâmela. Ambas são impecáveis profissionalmente. Cora, no entanto, tem uma personalidade forte; gosta de fazer o jogo dela e não é do tipo que se rebaixa por um homem. Mas ela esqueceu que comigo as coisas funcionam diferente. É no meu jogo que elas entram, e eu faço questão de deixá-las querendo mais. Gosto de vê-las se esforçando para chamar minha atenção.

Alerrandro: Fala rápido, não tenho muito tempo.

Cora: Eu queria pedir que o senhor me colocasse como modelo principal nesse desfile.

(Diz, se aproximando.)

Ela realmente acredita que pode me convencer com esse tipo de atitude? Como eu disse, elas jogam no meu jogo, e sair dele é quase impossível.

Alerrandro: Minha escolha já foi feita.

Cora: Mas podemos resolver isso em questão de segundos, não acha?

(Fala enquanto alisa meu terno com as mãos.)

Alerrandro: Eu não preciso resolver nada.

(Falo enquanto tiro as mãos dela do meu terno.)

Saio do quinto andar e subo até o último, onde fica minha sala. Assim que entro, encontro Guilherme sentado na minha cadeira novamente, com os pés em cima da mesa. Odeio quando ele faz isso. Fecho a porta sem dizer nada, e ele também não fala, mas minha raiva é evidente. Finalmente, Guilherme quebra o silêncio.

Guilherme: Hoje é o dia, mano, vou finalmente conhecer minha cunhada.

Alerrandro: Se era só isso, sai.

Guilherme: Vejo que você está estressado hoje.

Claro que estou estressado. Ver meu irmão agindo como se fosse o dono da empresa só aumenta minha irritação. Eu e Guilherme nunca nos demos bem. Desde pequenos, nossas brigas eram constantes, e a relação não melhorou com o tempo.

Alerrandro: Sai agora, Guilherme.

Finalmente, ele sai sem falar mais nada. Não suporto vê-lo tentando se impor como o dono de algo que é meu por direito. Ele acha que vou permitir isso? Está muito enganado. Se for necessário, movo céus e terra para garantir o que é meu.

Sento na minha cadeira e volto ao trabalho. As responsabilidades do desfile tomam tanto meu tempo que nem percebo as horas passando. Quando olho, já são 09h39min. Cecília já deve estar no apartamento a essa altura. Poderia passar por lá, mas prefiro não ir. Preciso tirá-la da cabeça, e vê-la só tornaria isso mais difícil.

Pego meu tablet para acompanhar o progresso no local do desfile. Consigo monitorar tudo em tempo real e vejo que está saindo exatamente como planejei. Isso me tranquiliza. Preciso falar com Freddy sobre meu terno para o desfile e também sobre as roupas da minha família. Quero todos usando peças da marca. Mas Freddy provavelmente só estará disponível amanhã, já que, quando se trata de escolher roupas, ele passa o dia inteiro ocupado.

Volto a me concentrar no computador, quando ouço alguém bater na porta. Não estou esperando ninguém, mas permito que entre.

Alerrandro: Pode entrar.

Para minha surpresa, é minha irmã que entra. Ela está linda, vestindo um macacão de uma das coleções passadas. Ficou perfeito nela. Minha irmã sempre usa peças da nossa marca, e essa coleção foi uma das que vendemos mais rápido.

Roupa👇🏻



Ela fecha a porta e caminha em minha direção. Está deslumbrante, como sempre. Diana não passa despercebida; se não for para chegar e chamar atenção com seu look impecável, ela nem vai. Amo minha irmã, minha única irmã, e faço de tudo para protegê-la. Ela nunca namorou, talvez porque eu sempre afastei qualquer cara que ela demonstrasse interesse. Consigo identificar um interesseiro de longe. Perco-me nesses pensamentos, mas a voz de Diana me traz de volta à realidade.

Diana: Alerrandro?

Alerrandro: Oi.

Diana: Estava te chamando e você parecia longe.

Estava tão imerso em meus pensamentos que nem percebi Diana me chamando. Ela se senta à minha frente, e só então me dou conta de que nem pedi para ela sentar.

Alerrandro: Estava pensando demais. Mas o que te trouxe aqui?

Diana: Vim buscar minha roupa para mais tarde e resolvi passar aqui. Também queria te convidar para almoçar comigo e um amigo. Você aceita?

Sei que Diana tem o direito de ter amigos, mas é impossível não ficar alerta. Quero saber tudo sobre esse "amigo": quem é, o que faz e quais são suas intenções. Não aceito ninguém que possa magoar minha irmã. Ela e minha mãe são minhas joias mais preciosas, e proteger as duas é meu dever.

Alerrandro: Aceito. Mas quem é esse amigo?

Diana: É da faculdade.

Minha irmã está no último ano da faculdade de medicina, aos 24 anos. Meu pai nunca aprovou a ideia dela ser médica, mas eu e minha mãe sempre a apoiamos. Ela está realizando o sonho de sua vida, e isso me deixa feliz. Diferente de mim, que fui obrigado a assumir o negócio da família quando queria ser advogado. Minha mãe tentou convencer meu pai, mas ele foi irredutível.

Alerrandro: Qual o nome dele?

Diana: Natan Sanches. Posso te pedir uma coisa?

Nunca ouvi falar desse tal Natan, provavelmente porque ainda está na faculdade. Já decidi: vou investigar tudo sobre ele. Quero ter certeza de que minha irmã está segura ao redor dele.

Alerrandro: Pode pedir.

Diana: Que você não faça um interrogatório com o Natan e nem fique de cara fechada.

Por que não? Ele precisa entender que sou o irmão mais velho, e que minha irmã tem a mim para protegê-la. Além disso, quero ver se ele tem medo de mim – e deveria.

Alerrandro: Vou tentar, mas não prometo nada.

Diana: O importante é tentar. Então, vamos te esperar no restaurante perto da faculdade às 12h.

Alerrandro: Ok, estarei lá.

Minha irmã raramente vem à empresa, então fico feliz em vê-la aqui. Um dia, será ela quem comandará tudo isso, quando eu já não puder mais.

Diana: Obrigada, irmão. Te amo.

(Diz enquanto vem me abraçar.)

Também a amo, mas nunca fui bom em demonstrar sentimentos. Mesmo assim, ela sabe o quanto a amo e o quanto faria por sua felicidade. Já estou pensando em organizar uma formatura surpresa para ela, já que daqui a poucos meses ela concluirá a faculdade.

Diana: Agora vou buscar minha roupa. Até daqui a pouco.

Alerrandro: Até.

A vejo sair animada, e isso me faz sorrir discretamente. Mas minha mente já está trabalhando. Se não encontrar nada relevante sobre esse tal Natan, contraterei alguém mais experiente para investigar o passado dele. Preciso garantir que minha irmã esteja em boas mãos, ou nem mesmo próximas de mãos ruins.

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